Capítulo 1

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Harley

Puta merda.

Quero dizer, sempre soube que mulheres são gostosas pra caralho. Afinal, amo as mulheres! Mas amar mulheres e querer transar e casar com elas são coisas diferentes.

Faz uma semana que eu descobri, e não faço ideia de como lidar com isso. Acho que não tenho ninguém pra contar. Meu ex, o Jack, que também é meu atual melhor amigo, com certeza é homofóbico e acabaria espalhando pra toda a escola. Meus pais não conversam comigo, mas se conversassem e eu conseguisse me assumir, tudo o que eu iria ouvir é que eu sou a vergonha da família. Meus outros amigos só sabem falar de bebida, drogas e sexo.

Eu sou bi.

Nossa, não achei que seria tão bom dizer isso em voz alta.

É, eu sou bissexual. Gosto de homens, mulheres e da porra toda. É isso aí.

E isso tá tudo bem, esse não é o problema, não é o que tá me fazendo acordar toda noite depois de um sonho erótico com uma garota específica. Não é o que tá me distraindo de toda a vida. Ontem mesmo, levei uma bolada na cara de um dos amigos do Jack porque não percebi que minha dança já era pra ter começado. Claro, eu joguei a bola de volta bem no pau dele, mas o meu nariz tem sentimentos, sabe? Isso não melhorou as coisas.

Tá bom, não vou ficar de suspense. Vou mandar logo a real: Ivy Poison é a garota mais filha da puta que existe.

Ela é gata pra caralho, inteligente pra caralho e, puta merda, talentosa pra caralho. Em resumo, uma filha da puta. Principalmente porque tudo isso me fez me apaixonar completamente por ela.

É diferente de quando eu tava apaixonada pelo Jack. Claro, envolveu toda uma manipulação de um garoto de 17 anos numa garota de 13. Às vezes acho que só continuo amiga dele pra não ficar totalmente sozinha, mas ele mudou de verdade. Mesmo assim, eu não sabia o que era estar apaixonada, só achava que sabia.

Mas com a Ivy... Eu não consigo nem respirar direito. Sinto como se um elefante com corações nos olhos estivesse sentado no meu peito, como se fosse ansiedade. Mas junto disso, também tem um sentimento extremamente bom de paz, felicidade. Com o Jack... eu só sentia tesão e um certo medo.

Sobre os sonhos eróticos: não é nada demais. Na real é só a gente se beijando, mas meu pai uma vez disse que eu estava gemendo durante a noite e me pediu pra não me masturbar mais em terças feiras. Então eu acho que não lembro de todo o sonho, ou meu pai tá ouvindo coisas.

Mas diante de toda essa descoberta, a única lembrança que se passa na minha cabeça era sobre a época Ivy se assumiu lésbica pra toda a nossa turma. E um dia depois, graças às pick me da nossa turma, a escola inteira sabia.

Lembro exatamente da forma que ela se assumiu, nunca sorri tanto com uma pessoa mandando todo mundo pra puta que pariu.

Mas o Jack era meu namorado na época, e ele me fez acreditar que ela daria em cima de mim se eu "não fizesse nada". Então, completamente manipulada, eu cheguei nela e disse, com uma risadinha:

— Só não dá em cima de mim, Poison.

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