Capítulo 8

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Ivy

A diretora terminou dizendo que a Harley não iria sair da equipe de líder de torcida e iria conversar com meu pai para convencê-lo a não me mandar para um internato ou escola militar. Eu não acreditei que ela seria capaz disso, mas não disse nada.

Meu pai tinha dito no dia anterior, depois de bater no meu outro olho, que nada iria fazê-lo mudar de ideia: eu iria ser matriculada em uma escola militar ou internato até a próxima semana. Talvez a diretora pudesse ameaça-lo, mais nada iria mudar além disso. O que eu queria saber é como ela sabia disso, talvez ele tivesse tentado tirar minha matrícula e explicou a situação.

Enfim, a Harley parecia feliz demais quando saímos. Quero dizer, mais do que o normal, mais do que a "Harley Quinn".

— E aí? Que dia vamos começar? – eu perguntei.

— Tanto faz, tô livre qualquer dia.

— Você não sai com o Coringa?

Ela pareceu meio magoada de detectar o tom de zombaria na minha voz, mas eu não me importei. Agora que seríamos próximas, eu tinha que fazer ela acordar pra vida de uma vez. E eu também queria que o Jack tomasse bem no olho do cu, então se funcionasse, duas coisas iriam dar certo de uma só vez.

— Saio, mas não é prioridade e nem rotina. E isso é mais importante.

Um estranho calor surgiu no meu peito quando ela disse isso. Um estranho, muito estranho. Algo parecido com o que eu sentia com Natalie quando estávamos namorando antes dela se mudar, mas eu não percebi essa comparação na hora.

Senti a temperatura do meu rosto aumentar e desviei o olhar, torcendo para o meu rosto não corar. Vi pelo canto do olho o olhar de Harley, curioso e preocupado. Merda.

— Falei alguma coisa errada, Ivy?

— Quê? N-não.

MERDA. Agora eu tava gaguejando? Vai se foder.

— Bem, então que dia você pode? – ela mudou de assunto, porque eu obviamente estava desconfortável e ela não parecia querer insistir e me fazer falar.  Cê faz um monte de coisa, não faz? Eu acho incrível.

O calor no meu peito foi aumentando conforme ela ia falando.

— Ãhn... Valeu. Acho que pra mim pode ser na terça e na quinta, e também nos fins de semana.

— Terça e quinta pode ser na biblioteca, e no fim de semana podemos sair pra estudar juntas.

Beleza, é impressão minha ou havia algo subtendido no que ela disse? Deixa pra lá, Ivy, deixa pra lá...

— Pode ser, Harley.

— Bem, então vamos voltar pra aula.

E foi o que fizemos. Ficamos sem nos falar direito, com excessão de um simples "E aí?" de vez em quando, até o nosso primeiro dia de estudo, quando eu descobri algo que mudaria nossas vidas para sempre.

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