Harley
Eu emprestei meu pijama velho de estampa de patinhos pra Ivy de propósito. Meu sonho era ver ela vestir algo com estampa boba, porque eu sabia que ela iria ficar a coisa mais fofa do mundo [emoji de superioridade].
Não fomos dormir cedo. Ficamos até umas onze da noite assistindo Sex in the City (meus pais não chegaram naquele dia. eu tinha esperança de que eles teriam morrido) e depois ficamos conversando sobre coisas aleatórias.
Eu me senti realmente bem pela primeira vez em toda a minha vida desde que conheci o Coringa. A Ivy me fazia me sentir bem, e muito poderosa por algum motivo.
Quando fomos dormir (obviamente as duas na minha cama), eu a olhei nos olhos e disse, ciente de que meus olhos pareciam com os de um cachorro molhado e apaixonado na chuva:
— Hoje foi incrível, obrigada.
— Foi mesmo. Você é perfeita.
Ela se aproximou e me deu um beijo no nariz. Eu ri e ela sorriu apaixonadamente. O sorriso mais lindo que eu já vi em toda a minha vida.
Nos aproximamos e juntamos nossos lábios em um beijo lento e suave, transmitindo toda a nossa calma.
Naquele momento, nada mais importava. Se meus pais descobrissem sobre nós, não importava. Se o pai dela descobrisse, não importava. Se Coringa descobrisse, não importava. A única coisa que era importante era nós duas, juntas.
Até que meu celular tocou.
Eu ignorei, mas Ivy perguntou quem era e me mandou dar uma olhada. Merda, Ivy, por que você precisa ser tão mandona?
— Não deve ser nada, amor – eu disse, pegando meu celular e vendo a mensagem. No mesmo segundo, meus olhos se arregalaram. – Amor, é alguma coisa!
— Não falei?! O que é?!
Mostrei a mensagem de Coringa para ela, que teve quase a mesma reação que eu.
O filho da puta tirara uma foto nossa nos beijando, e tinha acabado de mandar pra mim. Aquele cuzudo de merda do caralho, vai tomar no cu...
— Como ele viu a gente lá?! – perguntou ela depois de algum tempo. – Era tipo, no meio do nada! Como ele nos seguiu sem a gente ver?
E então, eu lembrei de uma coisa que me fez olhar culpada para ela, mas não disse nada. Ivy fez uma expressão desconfiada e perguntou:
— Harley, o que foi?
— Então... Eu meio que... acabei de me lembrar com quem eu conheci aquele lugar.
— Você me levou pra um lugar que o Coringa tinha te levado antes?! Harley!
Eu fechei os olhos, querendo chorar, e me justifiquei:
— Eu não lembrava, eu juro! Só sabia da existência daquele lugar, e sabia que era muito especial. Queria te levar lá, pra você ver que te acho especial. Me desculpa!
Ivy suavizou o olhar e revirou os olhos.
— Isso foi nojentamente romântico, não consigo ficar brava com você... Mas que merda, Harley, o que a gente faz agora?
— Se mudar de cidade?
— É uma possibilidade...
— Estou brincando!
Olhei para a foto e me perguntei o que Coringa estava querendo com aquilo. Ele não mandara nada a mais, apenas a foto e um silêncio angustiante. De acordo com meus livros de psicologia, aquilo era apenas um lembrete de que a ameaça era real, e ele não iria mandar pra ninguém.
— Precisamos jogar o jogo dele – respondi, por fim. – Esse cara é um psicopata, Ivy, não tem como vencer ele assim. Agora que ele tem uma foto nossa, precisamos achar uma arma também. Enquanto a gente não faz isso...
Digitei "Estou cumprindo com o trato" e mandei.
—...vamos fingir que estamos colaborando.
— Fingir?
— Um dos combinados era de que você não podia saber do nosso trato e, bem, você tá bem aqui me ouvindo falar sobre isso. Ah, ele me respondeu! Não era tão rápido quando namorávamos...
Que bom. A foto estará à espera caso isso não aconteça.
— É o que eu suspeitava. Apenas um lembrete de que a ameaça é real, podemos ficar calmas por enquanto.
— É, por enquanto.
Pois é, por enquanto.
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Sweet Bitch
FanficHarley Quinzel é uma líder de torcida popular em sua escola, que acabou de se descobrir bissexual. Mas além disso, ela também se apaixonou por Ivy Poison. Ivy é uma garota que, há 2 anos, se assumiu para toda a escola e recebeu vários comentários ho...