Sweet Bitch

Capítulo 11

Harley

Ai que merda.

A nossa primeira aula juntas foi catastrófica. Eu achei que eu ferrei tudo com ela daquela vez, não tinha volta... Caralho!

Primeiro, eu acordei com uma puta ressaca. Claro, depois de sonhar a noite toda com ela. Apenas a imagem da cabeça dela, gritando comigo, mandando eu me distanciar do Coringa, brigando comigo...

Eu acordei soada e ofegante, que cacete de merda... 

Enfim, a segunda coisa foi que eu cheguei cansada e puta pra caralho pra aula com a Ivy, e ela PERCEBEU. Ela perguntou se eu tava bem, se TAVA TUDO BEM. Sério, eu tô enlouquecendo... Porra, Ivy, por que você tem que ser tão perfeitamente linda, forte, engraçada e talentosa? Vai tomar no seu cu.

De preferência por mim.

Enfim, voltando: e a terceira coisa que aconteceu, foi que eu tive a brilhante ideia de pegar o lápis dela que tinha caído no chão. Não sei, talvez eu quisesse me fazer de cavalheira, talvez eu quisesse mostrar pra ela que eu me importo. De qualquer forma, foi burrice. Se ela interpretou de algumas dessas formas, eu tô fodida, fui descoberta. Ela sabe que eu gosto dela.

Bem, é óbvio que aconteceu o que acontece em todo e qualquer filme clichê hétero em que o menino decide pegar o lápis da menina. A diferença é que não foi hétero, nem um pouco.

Bem, ficamos tão próximas que eu pude sentir sua respiração no meu nariz, e provavelmente ela também. O problema é que na hora eu comecei a ofegar, e nós paralisamos naquela posição. Eu senti meus olhos se arregalando e meu peito se inflando a cada ofegada. Nunca senti nada parecido, só a Ivy mesmo... Aquela filha da puta de merda fodona pra cacete, odeio ela. (Atenção leitores: Arlequina é a personagem errada para convencê-los disso.)

Bem, obviamente ficou muito estranho pelo resto do dia. Ela pareceu extremamente constrangida e desconfortável enquanto tentava me explicar o resto da matéria, eu até vi um raro vermelho em seu rosto.

O problema é que eu tava tão focada nela, e depois no rosto dela colado com o meu, o que me causou um enorme tesão misturado com desconforto, que as coisas pioraram. Ainda mais com a Ivy gaguejando enquanto explicava sobre a reprodução das plantas. Acabou que eu não entendi porra nenhuma.

O lado bom é que ela pareceu entender, e pra mim já tá bom. E ainda tínhamos mais aulas, eu poderia ter outra chance.

Mas eu não queria que ela achasse que eu fosse burra quando fosse me perguntar sobre o gameta feminino e os caralho à 4 e eu não soubesse responder. Então eu me esforcei pra estudar a matéria em casa, e acabou que é a coisa mais ridícula do mundo, pelo menos essa parte. Porra, como eu não entendi aquilo antes?

Eu espero que eu tenha explicado bem o suficiente pra Ivy ter essa mesma facilidade. Desconfio que a dificuldade dela esteja relacionada ao professor de merda que nós temos, ele é chamado de cocaína por todos os alunos secreta e descaradamente. Eu só sei, porque amo essa matéria e aprendo sozinha. Meu sonho é um dia ser psiquiatra, aí poderia tratar meus próprios problemas mentais e traumas familiares, quem sabe.

Enfim, saímos juntas da biblioteca pra voltar para a aula de matemática. Eu queria puxar assunto, pelo mais idiota que fosse, mas o clima estava tão tenso e pesado que eu quase podia corta-lo com uma faca, como n'O Incrível Mundo de Gumball.

O que acabou acontecendo foi a Ivy dizer:

— Bem, até que você é cheirosa.