Ivy
Fiquei em completo choque por alguns minutos depois de Harley ter aquela reação e sair da biblioteca.
Não entendia mais o que podia fazer. Ela parecia gostar de verdade de mim, então por que tinha saído daquele jeito? Eu tinha demonstrando sarcasmo ou algo assim? Caralho.
Eu não podia fazer as coisas sozinha, de fato. Pelo menos não a parte de tomar iniciativa, de demonstrar sentimentos ou resolver os problemas de comunicação. Precisava de Bethany e Mike, mas como falar isso pra eles sem sentir vontade de enfiar minha cabeça num buraco?
Merda, Ivy...
Enfim, quando me recuperei do choque, saí da biblioteca e voltei pra sala de aula, mas Harley não estava lá. Ela só chegou para a aula de educação física, quando eu tive tempo pra conversar com meus amigos sobre ela sem que o professor mandasse prestar atenção na aula. Quando estávamos aquecendo, sussurrei para que apenas os dois pudessem ouvir:
— Eu admito, não consigo fazer isso sozinha.
— Nós falamos – disseram os dois ao mesmo tempo, e eu revirei com os olhos com tanta força que fiquei com dor de cabeça.
— Tá legal, escutem.
Comecei a contar brevemente o que aconteceu enquanto fazia flexões. Bem, levei quase todo o resto do aquecimento (uns 15 minutos de 20, nada demais), mas considero que foi breve.
— Pode descrever a cara dela de novo? – perguntou Mike, ofegante por estar fazendo o décimo polichinelo.
— Meio triste, como se quisesse e não pudesse. Eu não sei o que aconteceu, será que ela tem medo de se assumir?
— Provavelmente – disse Bethany, fazendo abdominal. –, mas acho que tem algo a mais... Não sei, Ivy, essa história tá bem estranha.
— Ou eu realmente sou péssima com pessoas. Eu tava errada, tá legal? Você são bem melhores nisso do que eu.
— Nós sabemos – disseram de novo ao mesmo tempo e eu bufei.
— Enfim – continuei, tentando ignorar o comentário. –, eu não sei mais o que eu faço. Acho que vocês deveriam conversar com ela.
— Dá um tempo pra ela – disse Mike, já no chão, ofegante. – Ela pode estar lidando com alguma coisa, você deveria esperar por alguns dias. Tenta mostrar que pode ajudar.
— Mas o que eu digo?
— Pergunta se ela tá bem – respondeu Bet, chegando no vigésimo abdominal. –, fala que ela pode contar com você pra qualquer coisa, que ela pode se abrir pra você.
— Tá bom. Quando eu faço isso?
— Da próxima vez que você ver ela triste – respondeu Mike, começando a fazer flexões.
— Mas ela nunca tá triste, é a Arlequina! Literalmente a palhaça da turma. Ela nem chorou na minha frente, só saiu correndo. Nem tenho certeza se ela chorou ou não.
— Bem, então fala na hora que der na telha – disse Bethany. – Vai na fé, tenho certeza que ela vai se sentir muito acolhida. Ela já te ajudou, não foi? Demonstre que se importa com isso, com ela. Tenho certeza que o que ela tá passando não é culpa sua e você pode ajudar.
É, Bet, tomara que você tenha razão.
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Sweet Bitch
FanfictionHarley Quinzel é uma líder de torcida popular em sua escola, que acabou de se descobrir bissexual. Mas além disso, ela também se apaixonou por Ivy Poison. Ivy é uma garota que, há 2 anos, se assumiu para toda a escola e recebeu vários comentários ho...