Capítulo 21

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Harley

Eu, Ray e Barry decidimos matar a aula de inglês pra nos conhecermos melhor. E também porque eu estava claramente mal, e eles não queriam me deixar sozinha.

Quando eu tô mal, costumo meter a louca, ficar chapadona pra caralho e beijar até a boca do bueiro.

Mentira, eu sou limpa. Tirando que já beijei metade da festa em uma só noite...

Enfim, eu costumo festejar pra esquecer os meus problemas. E talvez fosse o que iríamos fazer naquele momento, mas não era exatamente o que eu costumava fazer. Sabe, fumar num canto afastado do pátio com um atleta e um ator aleatórios. Sem música, sem emoção, sem outras pessoas. Sem gente pra foder.

Mas eu até que gostei, não era tão ruim. Eles são muito legais, e sabiam como me ajudar perfeitamente naquele momento. Eu nem sei dizer o que teria acontecido se eu tivesse ido pra aula de inglês como a boa garota que eu não sou. Eu provavelmente teria surtado, principalmente tão perto da Ivy.

Eu precisava daquilo.

Principalmente pra poder voltar pra aula ainda naquele dia. E pra melhorar as coisas, foi a aula de educação física.

Enquanto Barry voltava para a aula de artes cênicas e Ray para a de educação física do terceiro ano, eu fui jogar basquete com a minha turma. Com Ivy.

A propósito, ela estava o aquecimento todo conversando com os amigos. Me surpreende o fato de que ela consegue fazer flexão de diamante enquanto narra alguma coisa durante vários minutos, e o Mike não consegue nem fazer 10 polichinelos calado sem cair no chão, ofegante.

Eu não sou boa em jogar basquete, confesso. Não que eu seja ruim no esporte em si, mas eu sou extremamente competitiva. Imagine uma garota com um pouco mais de 1 metro e meio derrubando qualquer pessoa com um simples toque enquanto tenta caminhar com a bola na mão e tenta fazer una cesta. Não consigo nem respirar sem levar uma falta.

Mas eu iria jogar no time da Ivy naquela vez, tinha que me esforçar pra não meter a porrada em todo mundo. Tinha que me esforçar pra arrasar no jogo e, se tivesse mais sorte, evitar ao máximo falar com ela.

O jogo começou com Ivy passando a bola para Mike. Ele não é muito bom em esportes, e claramente não sabia o que fazer, então, obviamente perdido, jogou a bola pra mim (quase que Bethany pega num pulo) e eu corro cinco passos quicando a bola até passar novamente para Ivy. Ela pegou a bola e marcou o primeira ponto, como a mulher foda que ela é.

Nós comemoramos e acabamos nos aproximando [um pouco]. Ambas saíram coradas do abraço, mas mesmo assim foi mágico. A sensação do toque quente de sua pele na minha, de sua respiração quente na minha nuca e de seus cabelos fazendo cócegas no meu pescoço, era tudo maravilhoso. Durou menos de 5 segundos, mas valeu muito a pena.

Queria poder dizer pra ela que eu gostava e precisava daquilo, mas seria egoísta. Eu não podia me declarar, começar a namorar a arriscar que ela fosse deserdada.

Mas também seria egoísta tomar a decisão por ela.

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