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Ivy

Esperei durante 10 minutos fora do armário do zelador enquanto Coringa e Arlequina conversavam. Sentia minhas pernas virarem chumbo cada vez mais conforme os minutos iam passando.

Quando Harley finalmente saiu com Coringa atrás, ela parecia realmente muito mal.

— Se ela ficar sabendo do que eu te falei, Quinzel – disse Coringa, olhando pra mim. –, todos vão ficar sabendo sobre vocês duas. Me entendeu bem?

E como se estivessem namorando, exatamente igual à aquela época, ela assentiu e abaixou a cabeça, olhando para os próprios pés. Eu tive vontade de abraça-la ali mesmo, no meio do corredor, mas me contive.

Coringa sorriu pra mim uma última vez e saiu, me deixando sozinha com Harley e outros alunos que estavam no corredor. Ela não disse nada, apenas segurou minha mão e voltamos para o armário.

Harley não estava chorando, mas estava claramente mal. Merda. Eu nunca conseguiria tirar aquilo dela, não outra vez. Que. Merda.

Eu fechei a porta e acendi novamente a luz do armário enquanto ela se sentava com as costas apoiadas na parede, sem expressão alguma.

Sentei ao seu lado e fiquei olhando para o seu rosto, mas Harley não retribuiu o olhar. Ela olhava para a parede, parecendo refletir sobre o que acabara de acontecer.

— Harley, o que ele disse?

— Não posso te contar.

— Ele não tem que saber.

— Mas ele vai descobrir, Ivy, ele sempre descobre.

— Harley, acho que vou descobrir de qualquer forma, não acha não?

Ela pensou por alguns segundos e eu esperei pacientemente.

— É, acho que sim.

Harley se ajeitou para ficar com a postura reta, olhou pra mim e começou a explicar. A cada palavra, meu ódio por Coringa ia subindo cada vez mais.

— Aquele filho da puta!

— Ivy, não, não faz nada. Vamos só... fingir que nada aconteceu, viver nossas vidas. Só não fala nada pros seus amigos, o Coringa vai contar pra todo mundo se ele descobrir que te contei isso. Inventa uma desculpa, fala que não é o que parece ou sei lá.

— Mas, Harley...

Ela fez não com a cabeça e eu parei de falar.

Ai, que merda.



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