capítulo 24

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Diana*

Assinei os papéis do divórcio e arranjei um emprego para terminar de pagar a faculdade.

Desde que assinei o divórcio não sou mais vigiada pelos seguranças de Alexandre, e desde então não o vi mais.

Meu pai teve que ceder todos os nossos bens aos Stefanini, agora somos praticamente pobres, e devido a um acordo pré-nupcial, saí sem nada do meu casamento, só tinha direito se tivesse um herdeiro.

O Sr. César conseguiu o que em fim queria, um herdeiro, e graças a isso deixou minha família em paz depois de tirar tudo que tínhamos.

Faz 8 meses que tudo isso aconteceu, e ainda tive que ver no jornal a foto do filho do meu ex marido, eles todos posando como uma grande família, Victória posando como a nova senhora Stefanini, era o que ela queria desde o princípio.

- Diana pode atender a mesa 05?

Saio do meu devaneio, estou trabalhando em um restaurante que é integrado a um hotel de luxo, estou prestes a me formar e preciso de mais dinheiro para comprar meu vestido de formatura, fazer cabelo e maquiagem, e tudo que tenho direito.

Vou até a mesa 05 anotar o pedido do cliente, que por sinal não é ninguém menos do que Alexandre e o pai, abro um sorriso e dou boa noite, claro que Alexandre me olha surpreso, enquanto meu ex sogro finge que nem me conhece.

- vocês querem pedir agora, ou desejam mais um tempo?

- quero o Carpaccio de carne, e um Cabernet Sauvignon.

O Sr. César é o primeiro a pedir, enquanto Alexandre me olha, mas finjo estar concentrada na minha prancheta.

- eu quero um Ravioli e para beber pode ser o Cabernet Sauvignon

- se precisarem de mais alguma coisa estou a disposição.

Me retiro e repasso o pedido para a cozinha, fico de prontidão para não ter nenhuma reclamação.

As pessoas que eu menos imaginava ver estão no meu local de trabalho jantando como se nada tivesse acontecido, enquanto isso meu pai adoeceu, ficou tão depressivo que Helena teve que interná-lo por um período no hospital, mas graças a Deus que agora ele está melhor, mas está morando com Helena e eu ainda com a Liz, nossas vidas foram viradas de cabeça para baixo, enquanto esses dois homens a minha frente seguiram suas vidas de forma plena, como se nós fossemos apenas meros insetos.

Sirvo a bebida enquanto um outro colega de trabalho serve a comida, olho apenas para a mesa, me recuso a ficar olhando qualquer um dos dois nos olhos.

Me afasto novamente e torno a ficar de prontidão, atendo outras duas mesas e tiro novos pedidos enquanto os dois clientes inesperados continuam sentados, mesmo após terminarem a refeição.

Quando finalmente os vejo levantar para ir embora, um certo alívio me invade, fazia tanto tempo que não os via que gostaria de nunca mais vê-los.

- Diana você está bem?

- estou amiga.

Renata resolveu trabalhar nos finais de semana no restaurante para me ajudar com as coisas da formatura, ela tem sido uma amiga muito fofa, ela e minhas irmãs tem me aguentado todos esses meses com minha melancolia.

- quem diria que esses dois paspalhos iriam vir jantar aqui

- e o pior de tudo é que fui eu mesma quem os atendeu, estava me sentindo cheia de raiva, eles levam a vida deles como se não tivessem feito nada errado, enquanto meu pai teve que ser internado

- como minha mãe sempre diz "o troco vem a cavalo"

- acho que o deles está vindo de tartaruga.

Rimos enquanto tiravamos o nosso avental, estávamos liberadas do restaurante, e eu estava morta de cansada.

- acho que você deveria colocar um currículo lá na empresa onde trabalho amiga, estão procurando uma pessoa de confiança para o cargo de analista financeiro

- amiga estou me formando ainda, eles devem querer alguém com experiência

- acho que tentar não custa

- quando posso levar meu currículo?

Renata me olha com uma cara bem sapeca, é claro que ela fez alguma coisa sem o meu conhecimento, estreito meus olhos em sua direção.

- eu já mandei o seu currículo, e sua entrevista é amanhã às 9 horas da manhã.

Estou chocada, como ela me fala de uma vaga de emprego, que nem sabe se quero, e já me inscreve, tenho mesmo bons amigos.

- o que faço com você?

- me agradeça pagando um bom jantar se for escolhida para o cargo.

Saímos do restaurante e damos de cara com Alexandre escorado no carro, parece que ele esteve esperando esse tempo todo.

- Diana

Ouço a voz dele me chamar, mas ignoro, Renata gruda no meu braço, andamos mais rápido até o ponto de ônibus.

- amiga não olha para trás, lembra de tudo que esse idiota te fez passar.

Balanço a cabeça positivamente, mas infelizmente não tive para onde correr, Alexandre se aproximou do ponto de ônibus a fim de conseguir conversar comigo.

- Diana será que podemos conversar por um instante?

- não quero

- deixa eu falar com você, preciso muito te falar uma coisa importante.

Olho para ele e uma parte do meu coração lateja, mas sinto que agora já não o amo mais como amei um dia.

- meu ônibus já está vindo, boa noite Alexandre.

Assim que o ônibus para, nós duas pulamos dentro, deixamos Alexandre plantado no ponto de ônibus nos assistir ir embora.

- se ele ousar te ligar não atenda, seu ex não tem nada de novo para te falar

- eu sei, acho que não temos mais nada para falar um com o outro, mas uma parte de mim ainda sente algo por ele

- ignora essa parte, acho que deveria voltar a viver, conhecer pessoas novas

- ainda não me sinto pronta, depois um noivado fracassado e um casamento falido não tenho mais tanta fé no amor

- vamos conhecer dois caras super lindos e maravilhosos, e vamos ser tratadas feito duas princesas, você vai ver.

Acabo rindo da forma entusiasmada que Renata fala, sempre com esse jeitinho lindo de ver o lado bom das coisas e de levar a vida de forma leve.

- Re seja sempre minha amiga

- ainda tem dúvidas disso? Depois que te aturei por meses na fossa

Renata realmente tem sido uma amiga de milhões, sou realmente muito abençoado por ter uma amiga como ela.

Casamento IndesejadoOnde histórias criam vida. Descubra agora