capítulo 14

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Diana*

- você gosta mesmo do Alexandre?

- gosto sim, achei que isso seria impossível de acontecer quando me casei, mas agora está mais do que claro pra mim que me apaixonei de verdade, eu o amo Helena

- essa droga de cupido que você tem só te arruma homem problema.

Balanço a cabeça positivamente, estou chateada e cansada, por isso liguei para minha irmã perguntando se podia vir a casa dela depois da faculdade, afinal precisava de um ombro amigo.

- o que devo fazer? Quero que aquela mulher saia da minha casa

- pelo que me contou acho que deveria provocá-lo mais, ele tem que entender a importância da esposa e isso é ofensivo demais

- será que ele ainda sente alguma coisa pela Victória?

- não sei, mas acho que você não pode dar boa vida para essa mulher, ela esta dentro da sua casa e está vendo que vocês estão dormindo separados por causa dela, abre seu olho.

Fiquei muito pensativa nas palavras da minha irmã, queria entender como ela faz para o casamento dela dar tão certo.

Suspiro tentando colocar a cabeça no lugar, preciso ser uma mulher sabia, se não posso acabar jogando meu casamento fora por idiotice minha.

- Helena vou indo, acho que vou tentar conversar com meu marido

- boa sorte.

Nos despedimos e fui direto para casa, o uber me deixou na entrada, disse que não iria entrar na residência por que tinha mais uma corrida, terminei de entrar caminhando, ao entrar em casa vejo que meu esposo está jantando com Victória, então passo direto e vou para o quarto tomar banho.

Ver os dois se dando tão bem me deixa muito irritada, como se um bolo enorme estivesse preso em minha garganta, não sei explicar como me sinto de verdade.

Depois do banho sinto minha cabeça mais leve, me visto e desço para jantar, vejo que os dois meliantes já terminaram de comer, e estão na sala tomando chá, enquanto a enfermeira faz massagem nos pés de Victória.

Meu marido e eu trocamos olhares, mas ele acaba me ignorando completamente, isso faz meu coração doer.

Fecho minhas mãos firmes para não chorar, era humilhante demais ver aquela mulher na nossa casa como se nada tivesse acontecido.

Subo de volta para o quarto, a fome até passou, deito em minha cama e choro por horas, em que ponto me apaixonei por aquele estúpido?

Choro tanto que acabo soluçando, me sinto tão cansada e frustrada dessa situação chata que estou vivendo que em meio a minha tristeza acabo pegando no sono.

***

Alexandre*

Essa manhã durante o café, vendo a infelicidade da minha esposa sinto meu coração doer, sinto como se a tivesse magoando demais, tenho medo de perdê-la nesse processo todo, mas não posso mandar Victória embora.

- sexta vou fazer o ultrassom, gostaria de ir Ale?

Minha esposa me lança um grande rabo de olho, Victória só podia estar tentando me empurrar do penhasco direto na cova dos leões.

- sim.

Engulo seco quando minha esposa me encara, parece que seu humor está ainda pior.

- vamos poder saber o sexo do bebê.

Victória parece realmente empolgada com a visita ao médico, mas isso deixa minha esposa cada vez mais frustrada, sei que a culpa disso é toda minha, mas honestamente não acho que estou errado.

- será que depois podemos olhar algumas coisas pro bebê?

Sinto a mão de Victória encostar na minha, congelo quando ela segura e abre um lindo sorriso, não sei como vou dizer não para ela, mas também não sei como vou dizer sim com o par de olhos da minha esposa me encarando.

- claro, mas acha que pode se esforçar tanto?

- já me sinto mais forte, sem contar que fico muito presa aqui, então uma saidinha de leve vai me fazer bem

- tudo bem então.

Sinto que uma tempestade está armada, não, uma tempestade é pouco, diria que é um furacão, e esse furacão é a ira de Diana.

- se ficar encostando no meu marido com tanta intimidade vou cortar seus dedos, um por um, não se esqueça que não é bem vinda a essa casa, está aqui apenas por que sua gravidez é de risco

- mas eu nem fiz nada demais, e não tenho culpa se você não gosta que eu esteja aqui, mas foi o próprio Ale que insistiu para eu vir

Sinto que agora ela vai ficar ainda mais irritada, mas uma parte de mim está feliz por ela demonstrar pela primeira vez que se importa comigo.

- Ale não querida, pra você é Alexandre, deixe de agir com tanta intimidade, trate de agir com mais respeito.

Victória começa a chorar, ela não deve passar raiva e nem estresse, pois faz mau para o bebê.

- vai deixar ela me tratar assim Ale?

- Diana por favor se acalme, Victória não fez nada demais

Diana se levanta da mesa, enquanto Victória permanece sentada chorando, me sinto em uma sinuca de bico.

- maldita hora que fui me apaixonar por você Alexandre, não achei que doeria tanto te amar.

Ela sai porta a fora, e eu fico sem reação, é a primeira vez que ela diz o que sente, a primeira vez que a vejo dizer que me ama e é uma situação totalmente fora do meu controle, quero correr atrás da minha esposa e dizer que também a amo e que não me arrependo nenhum dia de ter me casado com ela, que sou loucamente apaixonado por ela.

- Victória você tem que parar de me chamar de Ale, primeiro por que não gosto, e segundo por que Diana é a senhora da casa e a minha também

- não fiz nada demais Alexandre, o que tem demais pegar na sua mão?

- eu pertenço a Diana, sou totalmente daquela mulher, só ela que não percebe que me tem por inteiro e isso nunca vai mudar

- mas estou esperando um filho seu

- você ainda não tem certeza disso, então não se comporte de forma que deixe Diana desconfortável, se não terei que deixa-la realmente com sua avó e dar todo suporte necessário, você entendeu Victória?

Ela balançou a cabeça em meio às lágrimas, sei que ela não tem culpa de estar nessa situação, me sinto realmente um tolo e a culpa disso tudo é totalmente minha.

Casamento IndesejadoOnde histórias criam vida. Descubra agora