capítulo 19

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Diana*

Fico olhando Liz e Helena na cozinha fazendo algo gostoso, o cheiro realmente estava muito bom, mas não tenho nem um pouco de fome.

- Diana melhor você comer alguma coisa, não pode ficar assim

- calma Helena, não está vendo que ela está sofrendo pelo casamento dela

- já se passou duas semanas, e ele nem se quer a procurou Liz.

Vendo elas conversarem entre si me sinto ainda mais vazia, o que eu estava pensando? Era óbvio que eu só estava atrapalhando estando naquela casa.

Começo a chorar novamente, por que eu tinha que me apaixonar por aquele estúpido sem coração?

- caçulinha você vai conhecer um homem que vai amá-la muito, que vai realmente valer a pena

- achei que ele me amasse de verdade Liz, mas não teve coragem nem de me ligar, por que só me apaixono por idiotas?

- quando conhecer a pessoa certa nem vai se lembrar quem é Alexandre.

- mas o que faço com meu coração enquanto isso?

Volto a chorar, realmente estava sendo difícil, ainda fico me perguntando se fui incompreensível, ou se fui egoísta, mas acho que se ele me amasse mesmo, teria me procurado.

- acho que você deveria sair um pouco dessa casa, Renata não te chamou para ir em um evento do trabalho dela? Por que não vai?

- não estou com ânimo pra festas

- já chega disso, você vai levantar e lavar esse rosto agora, vamos te levar ao shopping para comprar um vestindo realmente lindo e você vai a esse evento, mesmo que seja uma completa droga, mas você vai sair dessa casa hoje.

Helena falou quase esbravejando, claro que a obedeci, a vejo quase como uma espécie de mãe, afinal minha mãe faleceu quando eu tinha apenas 5 anos, meu pai sempre ficou muito tempo fora de casa trabalhando, e Helena quem cuidava da Liz e de mim.

Assim que volto, minhas irmãs parecem mais satisfeitas com minha aparência, então fomos ao shopping, rodamos as lojas atrás de um vestido casual chique.

- o que vocês acham desse?

- muito chamativo esse prateado

- tenho que concordar com a Liz, esse parece dizer que está desesperada.

Provo mais uns vinte vestido, elas gostaram de apenas uns três modelos, mas não sei se gosto muito.

- acho que todas nós concordamos que o vermelho foi o melhor.

Olho para Helena meio desconfiada, ela realmente quer que eu chame atenção, o vestido vermelho é tubinho de cetim, de um ombro só, com corte assimétrico.

- você está muito deusa nesse vestido

- esta mesmo, vai ate conquistar o coração do chefinho gostoso da renatinha

- Liz, para com isso, se não eu nem vou

- bom meninas agora é hora do salão, já escolhemos o vestido, então hora de dar um tapa no visual dessa menina.

Pagamos o vestido e fomos ao cabeleireiro, lá ele olhou meu cabelo e deu algumas ideias, queria cortar meu cabelo curto, mas me recusei, então decidimos que uma franja iria cair bem.

Enquanto meu cabelo estava sendo cuidado uma manicure estava cuidando das minhas unhas, minhas irmãs aproveitaram para cuidarem delas também, afinal devem querer se sentirem bonitas para seus maridos.

Sair com elas me fez ficar melhor, aquela sensação de vazio não estava tão gritante como antes, mas é claro que não consigo tirar meu marido da cabeça, fico me perguntando se ele está bem sem mim, se sente minha falta como sinto a dele, se iremos nos reencontrar e nos acertar.

***

- como estou?

Saio do closet pronta, minhas irmãs estão sentadas na minha cama dando pequenas palmas, parece que elas gostaram do resultado.

- está linda, mas agora senta que vou te maquear.

A Liz realmente manda muito bem quando se trata de maquiagem, é uma paixão que ela tem como hobby, mas já disse que ela deveria atuar como maquiadora profissional.

- prontinho, agora sim você está pronta.

Me olho no espelho e quase não me reconheço, estou realmente bem diferente, um corte de cabelo pode realmente nos valorizar ainda mais, assim como uma boa maquiagem e belas roupas.

- está com cara de uma mulher de grife, vai lá e arrasa corações garota.

Helena bate no meu bumbum assim que termina de fazer sua declaração nada discreta, mas não estou saindo para conhecer pessoas.

Desço as escadas e meus cunhados estão sentados assistindo ao jogo, Otávio e Gustavo.

- você quer mesmo matar seu marido do coração

- não me importo mais com o que ele pensa Gustavo

- deixa só ele te ver nos sites de fofoca, rapidinho ele liga

- nem precisa de site de fofocas pra isso, os próprios seguranças dele lá fora podem fazer isso.

Seguranças? Como assim seguranças? Desde quando estou sendo vigiada? Devem estar brincando comigo, olho para a cara de Otávio que se tocou que eu não tinha conhecimento da sua afirmação.

- vai dizer que você não reparou um carro preto parado perto da nossa casa?

- pode ser o carro de algum vizinho

- e desde quando temos algum vizinho com um BMW daqueles?

Agora que Otávio estava falando fiquei realmente pensativa, mas quase não reparei o carro por estar sempre enfiada dentro de casa.

Renata bate na porta me tirando do pensamento torturante em que me encontrava novamente, pensando em Alexandre, e alimentando uma pequena chama de esperança.

- quer saber, foda-se Alexandre e seus seguranças.

Abro a porta e vejo que Renata também usando um vestidinho branco muito elegante, seus cabelos louros caem como cascatas sobre os ombros desnudos.

- nem parece que estava de luto pelo relacionamento falido

- hoje não quero pensar nisso, só quero aproveitar com você amiga.

O Uber estava a nossa espera, me despedi de todos e olhei em direção ao BMW parado, como nunca reparei nesse carro? Como nunca desconfiei que estava sendo vigiada? Ele não me liga e nem me procura, mas perde tempo me vigiando?

Me sinto cheia de raiva, mas entro no Uber a fim de aproveitar a noite e esquecer qualquer resquício de pensamento sobre Alexandre.

Casamento IndesejadoOnde histórias criam vida. Descubra agora