Abri os olhos devagar sentindo o ar entrar e circular por minhas veias, oque me trouxe um alívio imediato.
—“mmm..” suspirei me levantando e fixando o olhar no chão, era de terra, apertei com os dedos sentindo o barro embaixo, enfiei o dedo indicador ainda sonsa e senti algo gosmento passar por minha pele oque me fez levantar por impulso e bater as mãos na blusa.
Passei os olhos envolta e não tinha nada, alguns canos de gás e uns baús, me virei para trás e senti um alívio ao ver Konig de costas com alguns papéis na mão.
—“você acordou”–sua voz grave mas suave pairou.
Eu o olhei confusa e andei até ele.
—“oque aconteceu?”
—“você desmaiou por válvulas de gás, parecia proposital. Talvez o dono deste lugar não queria ser descoberto”–ele me entregou uma carta antiga.
“Experimento 11/07, falho assim como os outros. Uma parte viva de mim me chama de monstro. Mas, porque um monstro seria um monstro se está matando outro? Haha, gosto de pensar nisso” franzi as sombracelhas—“oque você acha que ele queria dizer com isso?”– Konig sussurrou e eu dei de ombros procurando uma resposta.
—“a pergunta é: como isso está escondido na base Militar?”–virei o papel, tinha uma fotografia impressa oque me fez levantar as sombracelhas: era um militar, seus olhos eram amêndoados finos, tudo estava preto e branco oque não dava muitos detalhes mas era possível ver uma marca ou cicatriz do lado direito da boca do homem.
Konig se inclinou um pouco olhando com dúvida, consegui ouvir sua respiração pesada perto do meu pescoço oque me causou um arrepio bom.
—“nunca vi esse homem”– eu concordei e ele se abaixou pegando mais papéis.
Olhei para as paredes e um buraco que parecia fundo, coloquei a mão dentro e era bem mais fundo do que meus olhos podiam ver. Coloquei meu braço inteiro até encostar o ombro contra o berro e senti um papel na ponta dos dedos.
Fiz uma tesoura com os dedos e puxei devagar antes de sentir duas pontas como agulhas afiadas oque me fez apertar os dedos e puxar o braço rapidamente.
—“ash, droga..”–fiz uma expressão de dor e aproximei a mão, estava com dois pequenos buracos.. Provavelmente uma cobra, meus olhos foram para o papel que passei para a outra mão que não estava ferida. Coloquei a ferida nos lábios e comecei a chupar enquanto passava os olhos nas letras.
“ritual hipnótico..”
Franzi o celho.
“uma cabeça de bode branco com olhos human..” estava rasgado, senti a ferida queimar e sugei com mais força.
—“oque aconteceu?”–Konig se levantou tirando minha mão da minha boca e acariciando entre as suas oque me fez tirar os olhos do pedaço de papel.
Nossos olhos se encontraram, ele parecia preocupado oque me deixou um pouco surpresa, ele levou uma mão até o canto de meus lábios e limpou com o dedo um pouco de saliva.
—“babona”–ele disse com seu sotaque que saiu mais "Barsbona” oque me fez rir baixo e o olhar de outra forma. O tempo pareceu eternizar, suspirei enquanto ele aproximava devagar.—“talvez esse não seja o momento certo”–ele sussurrou levantando o pano deixando a mostra os lábios.
—“todo momento é certo quando estamos juntos”–juntei meus lábios com os dele rapidamente antes que ele optasse pensar oque fez ele sorrir entre o beijo quente e calmo. Ele levou sua mão até minha bochecha indo até meu cabelo e apertando meu rosto contra o dele, fazendo nossos lábios se grudarem ainda mais um no outro. Coloquei uma mão na nuca dele e passei para baixo de sua máscara, sentindo seu cabelo entre meus dedos. Ele chupou e mordeu devagar meu lábio inferior.
Paramos de nos beijar para recuperar o ar, ele sorriu ainda com os lábios roçando levemente nos meus, ele estava tão perto que eu conseguia sentir nossas respirações se misturando. Meu peito subia e descia procurando oxigênio e uma felicidade espontânea pontoou.
Rimos juntos Baixos olhando um pro outro, não tinha motivo pra rirmos mas com ele parecia impossive controlar. Sua risada era rouca e grave oque era bem fofo e atraente, meus olhos suavizaram quando ele me deu um selinho rápido e me envolveu em um abraço. Abri levemente os olhos de surpresa e olhei para as costas dele colocando minhas mãos em sua cintura e retribuindo o abraço um pouco confusa. Ele afogou a boca no meu pescoço e deu um suspiro aliviado.
—“eu gos..gost..”–ele travou e se afastou do abraço ainda com os braços envolta de mim, ele me olhou nos olhos, parecia com vergonha—“eu.. Gosto de você, Selene”–ele desviou o olhar afogando novamente o rosto no meu pescoço, fiquei sem reação.
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“eu gosto de você” o garoto sorriu pra albina que sentiu o coração se afundar.
“mas não tanto quanto gosto dela..” ele levantou as sombrancelhas exageradamente com deboche.
_______________________________________Ele deu um suspiro e eu o abracei mais forte, meu coração acelerou, eu queria dizer mas não saia.. Nada saia, abri os lábios mas ele se afastou um pouco e abaixou a máscara. Tremi as sombrancelhas e procurei o ar mas não conseguia, meu coração parecia se afogar com minhas palavras presas na garganta que davam um nó a cada segundo.
—“melhor tentarmos entender isso”–ele sorriu amarelo e pegou o papel do chão, ficando focado.
Olhei para frente sentindo meu coração bater forte e algumas lágrimas quererem aparecer, senti o ar sumir, minha garganta doía muito quase como se estivesse sendo dilacerada.
Engoli a saliva e respirei com dificuldade indo até o furo na parede “okay, o outro lado dele estar ali...”. Levei a mão devagar sentindo as extremidades do barro na ponta de meus dedos, coloquei o braço inteiro passando pelo chão do pequeno buraco, senti algo áspero na ponta dos meus dedos e minha intuição gritou dentro de mim. Levantei a mão desesperada e apertei sentindo algo na minha palma puxando com força para fora do buraco e tacando no chão. Konig e eu olhamos juntos para o lugar que arremessei e uma cobra preta se arrastou no chão, parecia ferida pelo impacto.
Konig arregalou os olhos e se levantou me empurrando um pouco para trás.
—“parece uma..”–ele andou até a serpente e pisou ligeiramente no pescoço dela. Andei até ele e me agachei do seu lado vendo ela se contorcer e abrir a boca deixando a mostra o céu da boca totalmente preto e os dentes gigantes e afiados.
—“cobra-real”–falamos juntos oque fez ele olhar para baixo e eu olhar para cima fazendo nossos olhos se encontrarem mas desviamos por alguma razão. Ele pisou com mais força e colocou os dedos envolta do pescoço da mesma puxando para cima na altura de nossos rostos.
—“sua origem de nascença é na”–"Ásia"—falamos juntos o final oque fez nossos olhos se encontrarem por alguns segundos antes que eu desviasse para a cobra novamente.
—“não é apenas um engano que ela estivesse ali..”–ele sussurrou olhando fixo para a cobra nos seus dedos.
Coloquei as mãos no quadril e torci os lábios de canto procurando uma resposta.
—“oque faremos?”–olhei para ele por um instante antes que ele arrancase a cabeça da serpente com a outra mão, sem muito esforço.
—“podemos vim com frequência aqui e verificar se teve mudanças..”
Apenas assenti pegando os restos da cobra e jogando no buraco novamente.
Eu não sabia oque estava por vim, ficamos lado a lado, eu ansiava pelo oque vinha pela frente tanto que meu coração parecia de romper aos poucos.
Obrigada<3 gente, mudei o nome do livro mas se não gostarem pode falar! Kisses💓
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ENTRE FRONTEIRAS (Concluída)
FanficKONIG AND GHOST "Entre fronteiras" é a história uma mulher albina que nasceu em um ambiente sem amor paterno ou materno devido aos remédios tomados por sua mãe para tentar abortá-la. Ao completar 18 anos, a mãe dela falece e ela decide ingressar no...