𝐐𝐔𝐄𝐌 𝐄́ 𝐄𝐒𝐒𝐄? 𝐏𝐓𝟏

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  Selene—“isso foi insano”–coloquei as mãos nos joelhos

  Ele suspirou com um sorriso brincando nos olhos e inclinou a cabeça um pouco para o lado.

Konig—“pode agradecer depois”–ele piscou, oque me fez rir de canto.—“agora vamos”–seu tom ficou mais sério e ele fez um sinal com os dedos para que eu o seguisse. Era um bosque pequeno, digamos um quintal gigante.

  Olhei para os lados e meus olhos caíram sobre um trailer antigo.

Selene—“não era pra isso estar aqui, estou certa?”–me referi para o veículo antigo oque o fez concordar com a cabeça.

  Ele andou devagar olhando para os lados até atrás do local, o mato estava alto oque me fez colocar as mãos para afastar os capins.

  Konig se afastou um pouco indo até um pneu no chão, puxando para cima com o pé.

  Passei os olhos para a porta e fiquei nas pontas dos pés para ver pela janela que estava quebrada no canto do vídeo.

  Apenas uma flecha do sol iluminava, era visível o pó pairando sobre o ar; uma cama pequena, um tapete e uma pia. Torci os lábios olhando para a tranca da porta.

Konig—“não parece ter nada desse lado”–disse se virando e um estrondo alto o fez dar um pequeno pulinho de susto e colocar a mão no peito. Ele se virou ligeiramente vendo a albina dentro do trailer e a porta caída no chão.

Selene—“ops, forte demais”– ela disse o olhando por cima do ombro com um sorriso sem graça oque o fez sorrir por baixo da máscara e seus olhos exalarem um brilho diferente.

  Passei os olhos por todo o interior enquanto konig se aproximava. Meus olhos foram para cima da cama e meus dedos puxaram o lençol para baixo devagar e uma foto polaroid entrou no meu campo de visão.

  Puxei a fotografia examinando, era velha e estava mofando mas não me importei com isso; era um homem asiático com uma criança, eles estavam abraçados um no outro sorrindo espontâneo e pareciam feliz oque fez um sorriso de crescer nos meus lábios. Olhei atrás da foto e tinha uma assinatura cursiva junto a uma pequena frase: “se essa lamentação chegar até você um dia, meu filho H..░░░░ (o nome estava arranhado) quero que saiba o quanto eu te amo, você sempre será meu orgulho e eu te perdôo por tudo que fez.. Espero que se perdoe um dia mas nunca esquecerei.. Me perdoe por isso” meu sorriso se esfriou um pouco, minha mão desceu até o bolso da minha calça guardando a polaroid.

  Olhei para o chão e suspirei devagar.

Konig—“nada suspeito”–sussurrou decepcionado.

  Entortei um pouco os lábios e pisei devagar encima do tapete em sequência de vai e vem.

  O tapete se deslizou com a sola da minha bota e um alçapão pequeno entrou na minha visão.

  Dei um sorriso de canto e Konig cruzou os braços satisfeito.—“acho que eu passo por ai”–eu falei dando um palpite e ele afirmou puxando a tampa que se abriu emperrada.

Konig—“se apertar bem, tenho certeza que entra direito”–ele olhou  fixo para o pequeno alçapão e eu me agachei sentindo um frio na barriga.

Selene—“prefiro descer logo, quanto antes melhor”–senti minha claustrofobia gritar, parecia escuro e úmido lá debaixo. Me sentei no chão colocando as pernas dentro, pronta para entrar quando senti uma mão envolver meu braço oque me fez virar o rosto para cima; os olhos de Konig me olhavam gentilmente e desciam para meus lábios em sequência novamente se encontrando com minhas íris heterocromaticas.

—“uh?”–perguntei com os lábios fechados o olhando confusa, ele subiu os olhos novamente.

—“está bem com isso?”– ele soou gentil oque me fez arregalar levemente os olhos em surpresa.

—“es..”–me embolei no sussurro –“.. Estou”–de alguma forma aquilo fez meu coração palpitar devagar e uma ternura se envolver em meu corpo oque ficou confortável.

  Ele sorriu com os olhos e soltou devagar meu braço colocando a mão para apoiar o alçapão, meus olhos se encontraram com os deles antes que eu pulasse no porão sem hesitar.

  Meus pés bateram com força no chão de madeira rústica oque me fez perder um pouco o equilíbrio e ameaçar cair para trás mas voltar a postura ereta novamente. Olhei em volta e tudo estava mal iluminado por lamparinas, era um lugar pequeno com paredes de terra, meus olhos rodaram até cair por cima de uma maca e uma pessoa deitada.

  Puxei minha faca e andei devagar até a cama em posição de defesa—“tem uma pessoa aqui”–avisei.

  A respiração pesada era tudo que se ouvia no espaço pequeno, o soro estava denso oque devia causar muita dor. Me aproximei e meus olhos se suavizaram ao pairar sobre o homem idoso de olhos fechados, ele aparentava estar com dor e muita dificuldade.

Abaixei a faca e minha mente entrou em confusão; "quem é?" "porque diabos está escondido e porque ele está nessas condições?" era algumas das diversas perguntas na minha cabeça, fiquei ao lado da maca e o olhei de perto. Minha mão foi até seu rosto que parecia familiar. Franzi as sombracelhas e puxei a polaroid no meu bolso, minha visão estava turva, coloquei a foto do lado do rosto do mais velho e os rostos dos homens eram idênticos mas de épocas diferentes.  Tudo parecia dançar suavemente enquanto minha visão se fechava, comecei a sentir minhas narinas se fechando. Senti minhas pernas fracas e cai para trás me sentando com tudo no chão, olhei confusa ao redor que parecia acontecer lentamente, meu pescoço ficou mole e minha cabeça pesada, cai de costas por impulso e me contorci no chão me virando para a parede do meu lado.

7 alavancas que davam ligações a alguns canos e duas delas estava na direção oposta. Levantei as sombrancelhas entendendo que provavelmente era algum tipo de gás, por isso o lugar parecia úmido e o cheiro me era estranho. Passei a mão pela calça com muita dificuldade e tontura puxando minha faca novamente, levantei o braço sentindo-o pesado e mirei em um cano de metal do lado de todos os outros, senti minha vista escurecer e joguei com força contra esse cano, esperando que minha força tenha sido o suficiente para fazer a faca voar e empurrar as alavancas. Comecei a tossir parando de sentir meu corpo, tudo girava e eu respirava com.. Dificuldade.

  Gente amanhã a parte dois sai, primeiro quero pedir desculpas pois eu to demorando e ultimamente to tão desanimada e não consigo gostar de nada que escrevo mesmo me esforçando, mas se você chegou aqui provavelmente você gosta e eu agradeço muito.. Muito obrigada e desculpa qualquer coisa;\

ENTRE FRONTEIRAS (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora