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Você é fisioterapeuta da seleção feminina de vôlei do Brasil. Hoje é a disputa da medalha de ouro olímpica. O jogo seria entre Brasil e Servia, em algumas horas. Você estava nos preparativos finais, apenas ajudando alguma jogadoras que precisasse de algum tipo de tratamento antes da partida.
Sua planilha tinha todos os nomes que passaram por sua sala no dia de hoje, pelo menos as que precisaram. A única que faltava era a capitã, Gabi. Muitos não sabem mas você tem uma leve paixão por ela, desde do início do ciclo de Paris, mas nunca deixou claro para a ponteira. Já rolou alguns flertes entre vocês, ela provocava e você muitas vezes se sentia insegura em retrucar para que ela não percebesse o que você sente por ela, já que era apenas uma brincadeira da parte dela.
Quando pegou seu celular para confirmar o horário, houve uma batida na porta e ela logo se abriu. Você se virou rapidamente vendo Gabi.
— Oi. — Ela sorriu fechado.
— Oi, capitã. Entre. — Ela revirou os olhos e entrou.
Ela sempre odiou o apelido.
— Então, me diz, como você está para a partida? — Você pegou o álcool em gel e passou em suas mãos.
— Bem. Mas... Eu estou com dor no tornozelo e preocupada que possa me atrapalhar durante o jogo. — Ela se queixou e você percebeu a expressão preocupada dela.
— Senta aqui, deixe-me dar uma olhada. — Você apontou para a maca.
Ela se sentou na maca e colocou a perna direita para cima. Você colocou suas mãos no tornozelo dela e apertou fazendo uma massagem. Você olhou para ela e percebeu que ela estava te observando e ela deu um leve pulo como se tivesse sido descoberta. Você resolveu ignorar e focar no seu trabalho.
— Dói aqui? — Você apertou a região do tornozelo dela. Ela assentiu.
— Não dói tanto mas tem um leve incômodo.
— Foi só uma viradinha, não vai doer, mas vai ser um incômodo que pode ter grandes chances de piorar.
— Por favor, diz que você está brincando comigo como sempre faz. — Você negou.
— Infelizmente não, Gabi. — Ela escondeu o rosto entre as mãos. Você se aproximou dela.
— Ei, Gabi. Vai dar tudo certo. Olha pra mim. — Ela te olhou nos olhos — Você é a melhor jogadora do mundo, você consegue se sair bem mesmo que tudo esteja ruim e eu sei que hoje não vai ser diferente. Por mais que esse tornozelo esteja incomodando, eu sei que será o suficiente que você consiga jogar. Você pode até morrer de dor logo depois, mas eu estarei aqui para te ajudar. — Ela puxou o seu corpo contra dela em um abraço.
— Tem certeza que você é apenas fisioterapeuta? — Disse te fazendo rir — Obrigado por falar comigo, me ajudou, tô com um pouco menos de medo agora, mais confiante. — Olhei para você — Você me acalma, eu não sei porque, mas sempre que eu vejo você eu sinto uma calmaria. — Ela tirou uma mecha de cabelo que caiu em seu rosto.
— Gabi... — Você tentou falar.
— Eu... Eu não sei, mas você tem algo diferente em você. Porque desde a primeira que eu vi você entrando em Saquarema eu senti algo diferente. — Nesse tempo todo em que ela está falando ela manteve os braços em volta de sua cintura.
— Gabi, isso não...
— Shh, eu sei que aqui não é o lugar. — Ela olhou para seus lábios — Mas eu não sei se consigo mais. — Ela se aproximou para te beijar.
Com o último pingo de sanidade que você tinha em seu corpo você a afastou, apesar de não conseguir sair do braços delas.
— A gente não pode fazer isso aqui. — Ela pareceu voltar para a realidade também e afrouxou o toque dela em você.
— Você está certa, desculpe, eu como capitã fui totalmente imprudente. — Ela desceu da maca e ficou na sua frente já se preparando para sair.
— Ei, ei. — Você segurou o rosto dela — Ganha o jogo, eu confio em você. Em outro lugar nós poderemos fazer isso. Agora vai lá treinar. — Você beijou a bochecha dela e observou ela sair com as bochechas coradas.
