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Estava no carro esperando por Alexia. Ela voltou com a seleção para a vila olímpica, mas você foi buscá-la. Depois da partida de hoje ela vai precisar de um abraço bem apertado e você sabe disso.
A Espanha perdeu para o Brasil por 4 a 2 e vai ficar de fora da disputa pelo ouro. Alexia entrou faltando apenas 15 minutos para o fim da partida. E por mais que ela tenha criado boas chances para sua equipe, os 15 minutos de acréscimos não foram suficientes para reverter ou igualar o placar. Você sabia que isso frustrou ao máximo a meiocampista.
Quando você olhou para o lado, viu a jogadora indo até o carro. Ela estava com os cabelos molhados, roupa da equipe espanhola e quando ela chegou perto e abriu a porta, foi possível ver seus olhos vermelhos.
Ela sentou no banco do passageiro ao seu lado e fechou a porta, olhando para um ponto fixo em sua frente. Sua mão estava no colo e você a puxou para se juntar com a sua. Você viu lágrimas silenciosas caindo por suas bochechas.
— Amor. — Você diz e ela olha para você.
Ali ela desaba e você solta o cinto para tentar se aproximar dela, cedendo um abraço bem apertado.
— Eu falhei. Eu não consegui. — Ela diz entre lágrimas em seu ombro — Me desculpa, eu não consegui.
— Tá tudo bem, minha linda. — Você acaricia o cabelo dela — Infelizmente você não pode resolver tudo sozinha, não era pra ser, não fique se culpando.
— Eu deveria ter feito mais. — Você segura o rosto dela e seu olho estava completamente vermelho.
— Amor, você fez o máximo que pode, e você foi muito bem, fez mais do que muitas delas no jogo todo, se tivesse entrado antes poderia sim ter sido diferente, mas você não pode controlar a escolha da treinadora.
— Sei disso, mas não me conformo, eu queria o ouro. — Ela diz fungando.
— Eu sei, meu amor. Mas dessa vez não deu, tá doendo, eu consigo imaginar, e talvez demore um pouco, mas eu sei que você vai levantar a cabeça e lutar para em 2028 você ir lá conseguir esse ouro. — Você beija a bochecha dela — Vamos para o hotel, vamos chegar lá e ficar abraçadas até amanhã, pode ser? — Você pergunta e vê ela balançar a cabeça.
Você senta direito no banco do motorista e segura a mão de Alexia, dando partida no carro para o hotel.
Quando chegaram ao hotel, foram para o quarto em que estava hospedada. Alexia sentou na cama e tirou o tênis do pé, puxou o cobertor e deitou embaixo do tecido.
— Vou tomar um banho e já volto, tá bom? — Você diz e a jogadora confirma.
Você entra no banheiro e toma um banho sem demora, minutos depois voltou para o quarto com outra roupa e ouviu alguns barulhos de choro. Você respirou fundo e foi para a cama, se deitou ao lado da jogadora e puxou o corpo dela para perto do seu.
Ela escondeu o rosto em seu pescoço e continuou a chorar.
— Amor, eu sei que é um momento difícil para você, mas eu não consigo ver você chorar. Eu entendo que deve estar doendo, sei o quanto você queria isso, mas não era pra ser dessa vez. — Você se afasta um pouco para ver o rosto dela — Olha pra mim. Levanta a cabeça, e vai lá conquistar esse bronze, você pode até não ganhar o ouro dessa vez, mas luta por essa medalha. Eu sei que você consegue, e independente de tudo, eu sempre vou estar com você para tudo. Serei seu ombro pra chorar nas derrotas, mas serei principalmente a pessoa que vai estar do seu lado pra comemorar suas conquistas. — Ela sorri leve ao ouvir suas palavras.
— Isso dói muito, mas ter você ao meu lado com certeza tá ajudando muito. Eu te amo muito, mi amor, e quando eu ganhar essa medalha, é no seu pescoço que eu vou colocar. — Ela diz e beija seus lábios.
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É tão ruim escrever isso já sabendo do resultado do bronze.
Antes que venham me pedir pra pagar terapia, eu comecei a escrever esse quarta.