Capítulo 3

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Lorena

—Papai, solta ele PAPAI, mamãe fala para ele parar por favor.

—Vocês são apenas um peso na minha vida.

—Mamãe, papai...

—PARA!

De novo aconteceu, acordei suada, com lágrimas nos olhos e coração acelerado depois de outra noite horrível, odeio quando isso acontece, e infelizmente ocorre com muita frequência.

Meu nome é Lorena Silva Almeida, tenho 25 anos e atualmente moro com meu irmão gêmeo Ravi, temos uma história de vida meio complicada, mas sempre tentamos seguir em frente, por mais que o passado doa, queremos olhar para o futuro, então enfiamos um sorriso na cara e caminhamos mesmo em meio as dificuldades da vida, memórias ruins e o passado que muitas vezes insiste em nos perseguir.

Levantei, me arrumei e desci para a cozinha, rapidamente senti o cheiro bom, assim que cheguei nela reparei a mesa cheia.

—BOM DIA irmãzinha do meu coração. -Meu irmão veio me abraçando com um sorriso no rosto.

—Bom dia Ravi, que tanto de comida é essa? Vai alimentar a vizinhança toda? -Digo rindo.

—É para comemorar seu primeiro dia de trabalho na "Proprietà Loiner's Corp", eu tô tão orgulhoso, minha irmãzinha trabalhando na maior empresa imobiliária do país.

—Obrigada maninho, eu tô tão animada e também ansiosa.

—Vai dar tudo certo, tenho certeza que você vai se sair muito bem, agora vamos comer.

Meu irmão Ravi sente seus sentimentos de um modo muito intenso, tanto os bons quanto os ruins, mas no geral ele é animado, exagerado, lerdo, intrometido, dedicado, manhoso e dramático, ele não é um irmão perfeito e eu também não sou, as vezes discutimos por coisinhas bestas, tipo esses dias que brigamos por causa de um pedaço de pudim, mas somos a única família um do outro, não a única viva, mas a única que realmente age como uma família, meu irmão é a pessoa que eu mais amo nesse mundo, e ele sente o mesmo por mim, somos capazes de tudo um pelo outro.

Meu irmão me levou de carro na empresa, chegamos em frente, ela é enorme e muito chique, eu já tinha vindo antes no dia da entrevista, mas agora estando aqui para trabalhar, olhando esse lugar dá até um frio na barriga.

—Quando eu sair do trabalho passo para te buscar

—Não precisa Ravi, eu vou de metrô.

—Eu venho te buscar, e não desisto dessa ideia.

—Tá bom, obrigada.

—Boa sorte, e se seu chefe for um idiota igual os outros, me avisa que eu uso as minhas habilidades de karatê.

Eu não tive muita sorte com meus últimos dois chefes, eram uns babacas, um fez a minha vida um inferno quando me recusei a sair com ele, até eu pedi demissão, e o outro me agarrou no estacionamento e me beijou a força, o Ravi apareceu na hora, os dois saíram no soco e meu irmão foi o que mais se machucou, ele não é forte mas faz de tudo para me proteger.

—Mas você nem sabe karatê, só fez uma aula experimental quando tinha dez anos, e ainda quebrou o braço depois de vinte minutos de aula.

—Isso aí são detalhes que a gente releva.

—Não quero que se machuque por mim, você sempre faz isso desde que éramos crianças.

—Eu faço tudo por você.

—Menos de quando se trata de pudim.

—Eu te doaria um rim, mas ficar de boa com você comendo meu pedaço de pudim, aí também já é pedi demais, tudo tem limite, bom agora é melhor você ir para não se atrasar, tenha um bom dia.

Don Darlan - Máfia, família, negócios e sangue #1Onde histórias criam vida. Descubra agora