Don Darlan - Máfia, família, negócios e sangue #1

Capítulo 2

Darlan

Cheguei em casa e avistei meu pai sentado no sofá, ele me olhou e perguntou.

—E então?

—Nada, nenhuma informação nova, com licença pai.

Fui até o meu quarto e resolvi tomar um banho. Estava á alguns minutos sentado no chão, embaixo do chuveiro com o mesmo aberto, sentindo a água caindo sobre mim, enquanto eu pensava.

Me chamo Darlan Afonse Loiner, tenho 26 anos, a alguns meses me tornei o Don da máfia "l'onore" do país Nibarou, meu pessoal me vê como um homem inabalável, uma muralha firme, me admiram, porém o que poucas pessoas sabem, é que estou completamente destruído por dentro, a angustia que está em mim me sufoca, como se estivesse preso em um loop.

Nesse momento estou observando minhas cicatrizes, as que ganhei devido a máfia, seja por treinamento ou em ação me trazem o sentimento de orgulho, porém as que Jefferson, vulgo meu pai biológico causou, só me trazem nojo e raiva, quando as olho sinto como se queimassem em brasas intensas no mais profundo do meu ser, contudo as cicatrizes que ele fez que mais me atormentam, essas não podem ser vistas pelos olhos, pois elas estão marcadas em minha mente e alma, e infelizmente não existe pomada cicatrizante que possa amenizá-las, nem ao menos um pouco.

O pessoal mais antigo da máfia, que me conheceu quando cheguei, conheceram meu eu criança, totalmente apavorado, hoje acreditam que esse lado não existe, foi exterminado, eu até tentei exterminá-lo é verdade, mas a única coisa que consegui, foi empurrá-lo para o fundo, escondê-lo, porém aquele garotinho assustado, ainda está aqui, eu sei que está, posso senti-lo em algum lugar dentro de mim.

Costumo dizer que sou alguém educado com as pessoas ao redor, porém firme, minha proteção e amor é para minha família e amigos, meu pior lado guardo para meus inimigos, e essa parte de mim, é algo que pode ter certeza, ninguém quer ver, apesar de meu pessoal já terem presenciado, e até mesmo ficarem assustados, eles não tem medo de mim, não, eles me respeitam, sou um líder, e sei que o respeito é muito melhor e eficaz, meu pessoal considero como família e amigos, e como disse anteriormente, para esses está reservado meu amor e proteção.

Sobre esposa, nunca irei me apaixonar, ver a relação que minha mãe e meu pai biológico tinham, me fez nunca querer amar alguém nesse sentido, meu coração está fechado para esse assunto, a única vez que tentei abri-lo foi um desastre, então me fechei novamente e desisti, um dia vou acabar me casando com alguém na máfia, um casamento arranjado apenas para ter um herdeiro, vou respeitá-la e ser fiel a essa mulher, porém jamais vou amá-la como esposa.

Enquanto divagava por meus pensamentos sentindo a água cair sob minha pele, sou despertado escutando alguém bater insistentemente na porta do banheiro e me chamar.

—Darlan... DARLAN.

Me levantei, desliguei o chuveiro, amarrei uma toalha na cintura e abri a porta.

—Aconteceu algo? -Perguntei preocupado passando a mão tirando do rosto os fios de cabelo molhado.

—O Renan acabou de ligar, a bolsa da Pamela estourou ela já está em trabalho de parto, a Hanna Catarina vai nascer. -Dimitri disse com um sorriso no rosto.

—Espera no carro, vou me trocar.

Chegamos no hospital central de Nibarou e fomos até a sala de espera, onde encontramos com o pessoal, desse grupo nenhum deles são da máfia, porém somos todos amigos, passamos por muitas coisas juntos meses atrás, criamos fortes laços.

Pamela é desse grupo, infelizmente Leandro o pai da bebê morreu durante os acontecimentos do passado que enfrentamos juntos, ele morreu nos salvando, sem nem mesmo saber que a esposa estava grávida, Renan é irmão dele, tio da Hanna, depois da morte de Leandro, ele vem cuidando da Pamela.