Capítulo 27

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Darlan

Eu e Fabrizio entramos em casa, caminhei até a sala, onde meu pai, tio e primo estavam reunidos conversando, minha cabeça estava em um turbilhão, seria muito egoísmo eu a querer perto de mim? Acho que sim. Seria eu capaz de me permitir amar novamente e me entregar em um relacionamento? Acho que não.

Me encostei na parede da sala sentindo meu peito doer, todos ali se aproximaram de mim perguntando o que havia acontecido, me senti destruído, mais do que normalmente já sinto, nem sabia que isso era possível.

—Ela se declarou.

—Isso é bom, ela te corresponde. -Dimitri disse.

—Não é bom, é egoísta querer a ter para mim. Ela também descobriu quem eu sou, não estava com medo, mas fiz a ficha dela cair, agora ela tem medo de mim. -Disse colocando as mãos no rosto. —Talvez seja melhor assim, ela merece algo melhor, estou cansado, vou para meu quarto, boa noite. -Falei e subi as escadas.

Fui até a varanda do quarto, observei os soldados pelo pátio e nos muros fazendo a segurança da casa, olhei o céu sem estrelas, estava nublado, o tempo tá mudando, acho que vai chover.

Respirei fundo sentindo a brisa da noite invadindo meu nariz, normalmente isso ajuda a me acalmar um pouco, mas dessa vez não adiantou em nada.

Sinto que essa noite de sono vai ser muito ruim.

Lorena

Ele saiu quase que correndo, tentei ir atrás, mas ele foi embora, eu não estava com medo dele, apenas fiquei chocada com a história.

Eu até esperava que talvez ele não correspondesse meus sentimentos, mas não imaginei esse cenário, eu entendo o lado dele, mas mesmo assim é tão difícil, além disso sei que ele também é uma pessoa machucada, pelo jeitinho dele, acredito que ele tenha dificuldades de se permitir viver uma paixão, seria muito egoísmo querer o ter para mim? Acho que sim.

Estava deitada na minha cama pensando sobre tudo, tentei ligar algumas vezes, mas ele recusou todas as minhas ligações, talvez seja melhor desistir e deixar isso quieto, resolvi dormir, mas sinto que essa noite será ruim.

O domingo chegou, na verdade já é quase noite, hoje está nublado, venta bastante, está fazendo frio e acho que vai chover mais tarde, clima bem conveniente com o que estou sentindo.

Eu e Ravi estamos destruídos, sentados no sofá, assistindo um filme, chorando horrores porque a menina morreu e o casal principal não pode ficar junto, e tentando afogar nossas magoas em uma panela de brigadeiro.

A campainha tocou, enxuguei minhas lágrimas e eu fui abrir.

—Oi Dimitri, entra.

—Oi Lorena, você estava chorando?

—É só o filme que eu e meu irmão estamos assistindo, é muito triste.

Ele viu Ravi e o cumprimentou.

—Eu fiquei sabendo do que houve entre você e meu primo, eu sei que agora deve ter medo dele, de mim...

—Eu não tenho medo de vocês, ele entendeu tudo errado e saiu sem me deixar explicar, de qualquer forma acho que é melhor deixar essa história para lá, eu não deveria ter me declarado.

—Fico feliz que não tenha medo de nós, olha, tenha paciência com meu primo, mas por favor não desiste dele, Lorena, você faz muito bem para ele, desde que você chegou, ele tem estado feliz como eu nunca tinha visto antes, você devolveu para ele um brilho que ele tinha perdido desde antes de eu o conhecer.

—Ele fez o mesmo com minha irmã. -Meu irmão disse. —Por mais que nesse momento eu esteja meio desacreditado no amor, além disso sou muito ciumento com minha irmã, mas é impossível negar o quão mais feliz você está depois de o conhecer Lorena, o quanto te faz bem estar com ele, vocês são duas pessoas machucadas, mas até mesmo duas lanternas falhando, podem se tornar uma luz um para o outro quando se está preso em escuridão.

Don Darlan - Máfia, família, negócios e sangue #1Onde histórias criam vida. Descubra agora