Capítulo 12

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Olá fanáticos de plantão! 👋

⚠️ Alerta de gatilho!⚠️

O capítulo de hoje contém cenas fortes de violência contra a mulher, que podem ser sensíveis para algumas pessoas. A autora em nenhum momento aqui romantiza tal ato e se você, ou alguém próximo sofre algum tipo de violência, denuncie. Não é recomendado a leitura para pessoas sensíveis, mas se mesmo assim quiser continuar lendo, fica por sua conta em risco.

[...]

Estava de frente a uma enorme plateia que me assistia, olhares brilhantes, esperando que eu falhasse e caísse daquele palco. Soltei um suspiro profundo, para logo em seguida erguer os braços, ficando ereta, enquanto uma música clássica começou a tocar nas caixas de som.

Meu corpo ganhou vida e os pés moviam-se ao ritmo, assim como braços que subiam e desciam em movimentos graciosos. Ergui o queixo, ficando na ponta dos pés. Uma dor fina se fez presente pelos anos se praticar em sapatilhas de ponta, então segurei aquela dor, dando um rodopio gracioso, mas em meio ao giro, tive a impressão de ver alguém.

Quando parei na posição ereta, vi no auditório o padre Kim me encarando — seu olhar era sério, às vezes pendendo a cabeça para o lado, então ouvi a voz da senhorita Mercedes, minha antiga professora de balé, dizendo que eu não podia ficar parada. Olhei novamente para a plateia e dessa vez em seu lugar estava XuKun com seu sorriso debochado e seus lábios se moviam mandando eu continuar dançando.

Assustada, recuei com os olhos arregalados, esbarrando em outra bailarina e caindo de bunda no chão, assim ouvindo risadas altas e histéricas das pessoas na plateia. De repente PitBull ficou de pé entre todos ali e apontava para mim.

— Peguem essa vadia!! — Recuei, então homens apareceram subindo no palco.

Meus olhos se arregalaram, então consegui me pôr de pé, correndo para o outro lado dos bastidores, mas não tinha nada ali, além de um corredor com uma porta. Abri essa porta e saí correndo. O coque se desmanchou, deixando que meus cachos caíssem sobre os ombros desnudos. As sapatilhas me abandonaram, pois corri por um enorme corredor escuro — iluminado apenas por luzes de néon.

Parecia que aquele corredor não tinha fim, minha respiração estava descompassada, os pés descalços doíam ao ponto que senti algo úmido neles, logo percebendo que se tratava do meu sangue. Mesmo que estivesse doendo, não parei um só segundo, pois estava com medo que me pegassem. Podia ouvir as vozes daqueles homens me chamando e pareciam estar cada vez mais perto.

Uma fumaça começou a subir, fazendo com que começasse a tossir — aquela coisa era — tóxica, pois não conseguia respirar, segurando meu pescoço e buscando fôlego. As pernas falharam naquele momento e caí de joelhos tossindo sem parar. De repente uma luz no fim do túnel me chamou atenção e erguendo a cabeça, vi que se tratava do padre Kim.

Estiquei a mão tentando me comunicar, porém por mais que tentasse gritar por ele, a voz não saía, então me arrastei para lhe alcançar. Eu estava desesperada e fiz de tudo para que pudesse ouvir meus gritos de socorro, mas ele não os ouviu, pois a luz se apagou e o padre Kim Jongin sumiu.

NÃO!

— Moça? — Abri os olhos, os arregalando e virei a cabeça, dando de cara com um senhor com a mão no meu ombro. — Chegamos no fim da linha. — Olhei para o lado e algumas pessoas desciam do ônibus e virando para a janela, percebi que havia chegado no outro distrito da madame Pérez.

— Desculpa — respondi envergonhada.

Levantei do banco e peguei minha mochila para sair do transporte. Novamente eu estava tendo aqueles mesmos pesadelos e eles ficavam cada vez mais vívidos, deixando meu sono conturbado e ficando ansiosa para os próximos passos.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 3 (Kim Jongin)Onde histórias criam vida. Descubra agora