Praticamente me escondi dentro do quarto, fechando as cortinas para ter certeza que os dois não ficariam me olhando pela janela. Os dois queriam me enlouquecer e quanto mais pensava nisso, mais tinha vontade de gritar a plenos pulmões. Não podia compartilhar nada para ninguém, mas minha língua coçava e só havia uma pessoa que não me acharia uma louca.
— Você está completamente maluca! — Fanny exclamou sentada em uma cadeira de frente a mim, que estava na cama. — Seduzir o padre esquisito?
— Ele não é esquisito! — rebati.
— Só muito — Fanny ficou ereta e puxou a cadeira de rodinhas para perto de mim. — Não tem um jeito menos perigoso pra isso? — neguei com a cabeça.
— PitBull ameaçou minha família. — Respondi.
— Filho de uma parideira! — xingou. — Mas você e o padre... — ela fez gestos com as mãos e senti o rubor subindo ao meu rosto, fazendo minha amiga arregalar os olhos. — VOCÊ FEZ COM O PADRE?! — Corri para tapar a boca dela, para mainha não ouvir.
— Fala na rádio, sua maluca! — sussurrei apertando a boca dela com a palma da mão. — Quer que minha mãe ouça isso? Ela sabe da ameaça, mas não sabe que eu já... — falar aquilo em voz alta me deixava profundamente envergonhada.
Fanny bateu na minha mão para que eu a soltasse e assim o fiz, recebendo uma expressão maliciosa da mesma.
— Camila Maria, a garota que caiu de cara no chão, enquanto corria de um menino que se declarou no fundamental. — A desgraçada começou a gargalhar.
— Rapariga! — resmunguei cruzando os braços. — Continua rindo.
— Amiga, você corou até os cabelos quando deu o primeiro beijo e quando decidiu perder a virgindade pros donos da boate não se aproveitarem disso, jurou que nunca mais iria fazer sexo. Claro que é engraçado cê trepar com um padre.
Queria enterrar minha cara na terra de tanta vergonha que estava sentindo naquele momento e eu nem precisava de inimigos, se tinha uma melhor amiga que me humilharia de graça. No fundo eu sabia que podia falar qualquer coisa para Fanny — vínhamos de realidades semelhantes porém diferente de mim, meus pais graças a Deus estavam vivos, enquanto ela havia perdido seu pai e irmão, além de sua mãe que se entregou às drogas.
Minha amiga se esforçava muito para manter o sorriso no rosto e fingir que tudo estava bem, que tudo estava sob controle, mas eu bem sabia que não era verdade. Fanny se entregou a prostuição muito cedo e mesmo que eu não concordasse com isso, como ela ganharia a vida? Sua mãe já não era útil, deixando a sobrevivência em uma garotinha que teve que crescer cedo demais e entregar seu corpo para homens imundos.
— E XuKun me pediu em casamento — falei quase em sussurro e ela saltou da cadeira com os olhos arregalados.
— Ele o quê?? Tu não vai aceitar, né? Eu super te apoio sentar no padre, mas o puto do XuKun não! — exclamou. — Aquele desgraçado é afilhado do responsável pela morte do Alê, então se fizer isso, eu te mato, Mila! — apontou furiosa.
— Claro que eu não aceitei! Acha que eu endoidei?
Meu orgulho nunca permitiria tal coisa, além de não desejar ter a fúria da minha amiga contra mim. Alexandre foi o primeiro amor de Fanny, desde quando era uma menininha miúda e posso dizer que ela sofreu muito quando ele morreu, pois sempre dizia que iam se casar e sair daquela cidade.
Ela sentia que ele fosse um salvador em seus sonhos, a luz no fim do túnel e jamais a julgaria, pois Alê realmente era uma luz, que foi apagada de uma forma cruel.
— PitBull vai pagar pela morte do meu irmão! — Falei séria.
[...]
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Padre_ Série: Desejo Profano Livro 3 (Kim Jongin)
RomanceSejam bem vindos à cidade do pecado. Um lugar dominado pelas trevas, sem lei e sem fé, porém um padre virá como a mão de Deus, cuidando dos bons e punindo os maus. Ela era sua obsessão, o pecado do padre, que era capaz de qualquer coisa por sua doc...