Capítulo 21

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Tirei a pistola do cós, encarando o que seria um tiroteio. Não podia permitir que aqueles bandidos atentassem contra aquelas pessoas. Encarei o padre Kim; sua expressão era de pura exaustão — fazer aquilo todos os dias era desgastante. Ele ergueu as mangas da sua batina clériga e foi pela primeira vez, que vi com nitidez o que escondia no antebraço.

A misteriosa tatuagem escondida nas mangas longas do padre Kim, era nada menos que um triângulo com uma espiral dentro. O desenho não fazia o menor sentido para mim, além do fato de um padre ter uma tatuagem, mas o que me surpreendeu, era as demais no restante do braço. Quem era o padre Kim Jongin?

Ele sempre deixou claro ser diferente, com um tipo de missão específica, no entanto, nunca entendi bem. A excentricidade não era comum para clérigos — pelo menos foi o que aprendi convivendo com o falecido padre Constance. Tudo naquele homem me deixava intrigada e mesmo estando familiarizada com suas nuances, ainda não sabia nada sobre ele.

Padre Kim pediu para um dos meninos buscar sua bolsa de ferramentas e indicou as freiras a evacuar as pessoas para os fundos da igreja. Um suspiro pesado escapou dos seus lábios, apertando os punhos, enquanto encarava as portas grossas de madeira da paróquia. Encarei seu rosto novamente — tão lindo e único, me levando a ter certeza do motivo de ser apaixonada por aquele homem proibido.

— Você não estará sozinho, ok?! — falei, tendo seus olhos castanhos em minha direção.

Um sorriso cansado fora desenhado no rosto do padre, então esticou a mão da tatuagem. Retribuí o gesto, segurando-a. O calor de sua pele era reconfortante, familiar e aquecia meu coração.

— Não há ninguém no mundo a qual desejo ao meu lado, que não seja você, meu anjo azul. — O coração errou a batida, enquanto sua mão apertava afetuosamente a minha.

Um estrondo nas portas nos tirou daquele transe e ficando em posição de combate — o tiroteio deu início. Corri para um lado e o padre Kim correu para o outro; ambos ficando atrás dos bancos de madeira.

Os homens que invadiram estavam armados até os dentes, usando todas as balas para nos atingir. Vi o padre fazendo o sinal da cruz no peito e lâminas surgiram em suas mãos. Era quase impossível vê-las voando entre toda aquela fumaça de destruição, apenas os sons dos homens caindo no chão ao serem atingidos.

Também não fiquei parada apenas observando e usei a pistola para matar alguns deles, porém minha especialidade era a longa distância com o rifle. Então avistei o camarote do bispo; onde o sumo sacerdote costumava ficar quando ia às missas da nossa paróquia. Aquele era um lugar perfeito para ataques diretos e perfeitos.

— Hey padre! — chamei pelo o outro, que virou me encarando. — Por acaso tem algum rifle aí? — ele franziu o cenho, porém puxou a bolsa de ferramentas.

Para minha surpresa, padre Kim deslizou em minha direção um rifle de alta precisão — do tipo que sempre quis de presente. Sorri encarando aquela belezinha.

— Pode me dar cobertura? — o padre assentiu e usando duas automática, iniciou disparos certeiros, enquanto eu corria na direção do camarote.

Tentei o máximo não ser atingida na corrida até as escadas e vi quando um dos homens notou, correndo e atirando contra mim. Fechei a portinha de entrada, mas sabia que não duraria muito, pois a portinha passou a ser atingida por tiros.

Com o rifle em mãos, subi as escadas aos tropeços, porque algumas balas ricochetearam para dentro de onde eu estava. Finalmente alcancei o camarote, fechando a porta e a segurando com uma a cadeira deixada para o bispo, que era quase um trono. Então posicionei a arma na direção dos homens, tentando entrar na paróquia.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 3 (Kim Jongin)Onde histórias criam vida. Descubra agora