Capítulo 17

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Meus olhos estavam fixos na tela do aparelho celular, enquanto aquele número apitava chamando — eu conhecia bem de quem era, mas estava o evitando a todo custo. Queria pôr um fim naquilo tudo antes que as coisas piorassem mais do que devia.

O coração errava a batida toda vez que o padre Kim ligava para mim; ele mexia com meus sentidos, fazendo com que perdesse o controle das próprias ações e me pondo em perigo, entretanto as coisas não seriam mais assim e por isso estava o evitando a um tempo. Tinha tomado a decisão de ir para a outra parte da cidade, onde poderia ficar segura. Todos os preparativos estavam sendo concluídos e logo não veria mais o padre.

Em algum momento precisava encarar meu passado, mas por enquanto as coisas ficariam como estavam, até que pudesse estar pronta para voltar e acabar com PitBull. O pensamento de vingança só crescia no meu interior, consumindo como uma erva daninha, não dando qualquer pensamento de misericórdia.

Logo o aparelho parou de tocar, possivelmente desistiu de ligar, o que foi um alívio para mim, pois eu estava por um fio de atender — controlando as mãos que tremiam. Poder ouvir sua voz grave e melodiosa, quase como uma canção sensual ao ouvido — tudo no padre Kim Jongin era sensual, a forma de falar, a voz e os movimentos que seu corpo fazia.

Sinceramente, estava cansada de sufocar aquele sentimento e mesmo que quisesse correr aos seus braços, esquecer tudo que está ao nosso redor, no final era meu coração que seria machucado.

Olhei pela fresta da janela, antes de me dedicar nas malas, pois em breve iria embora daquele lugar mais rápido possível. Era o melhor para mim, ou até mesmo da minha vida, porque se PitBull soubesse do meu paradeiro, certamente seria caçada até o fim do mundo. Tinha total certeza que ele sabia que havia sido eu a matar seus homens no bar de motoqueiros. Por via das dúvidas, as armas que roubei do Sr. Raposa estaria nas malas para auto defesa.

Apaguei a luz do quarto, me recolhendo de uma vez na cama, porém não consegui dormir, olhando para o teto iluminado pela luz da rua, que adentrava pela fresta da minha janela. Desde aquela noite, as noite se tornaram torturantes, como se fosse atacada a qualquer momento. Então me agarrei com o punhal sobre o peito, enquanto via as sombras se projetando no teto.

Meus olhos estavam quase pesando, quando ouvi um ruído vindo de um canto do quarto. Abri-os imediatamente e virando o rosto, vi uma grande sombra saindo da janela — seja quem fosse, já estava morto, pois apertei com força a adaga na mão esperando que chegasse mais perto. Quando a sombra aproximou-se da minha cama, movi o corpo, levantando-me o mais rápido que podia e ataquei o invasor.

Ele conseguiu se esquivar do primeiro golpe, segurando meus pulsos, então caímos sobre a cama e novamente tentei atacá-lo, porém fui presa com mais força, fazendo com que rolássemos pelo colchão, ficando assim por cima do meu corpo. Estremeci com o medo crescente de ser estuprada novamente, entretanto, um cheiro familiar subiu nas minhas narinas, então logo o rosto do invasor veio para a luz.

— Hey, calma loirinha! — meus olhos se arregalaram ao ouvir aquela voz grave.

— Padre? — murmurei em descrença e um sorriso ladino surgiu em seu rosto bonito. — O que... o que faz aqui? — permaneci com os olhos arregalados.

— Se eu te soltar, não vai tentar me ferir? — balancei a cabeça, então fui livre do seu aperto, podendo sentar na cama e o vendo se levantar dela. — Precisava vê-la, já que está me evitando, certo? — encolhi os ombros, pois não havia uma resposta para lhe dar, eu realmente estava o evitando. — Estou me sentindo um adolescente, burlando as regras para ver sua garota — deu um riso baixo, mas permaneci ali, o encarando.

Tê-lo tão perto era uma tortura para o meu coração; estar apaixonada por um padre era um dos meus males, dos graves se for parar para pensar. Eu não tinha mais controle dos meus próprios sentimentos — ele estava ali e queria que estivesse.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 3 (Kim Jongin)Onde histórias criam vida. Descubra agora