Capítulo 3

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Meu coração novamente batia acelerado — o padre Kim sabia exatamente o que fazer naquela situação e me senti usada, pior, tentada a seduzir o santo padre. Ele se despediu fazendo uma mesura e com sorriso ladino me deu as costas, seguindo para o outro lado do parque, como se não tivesse acabado de sugerir que eu aceitasse seduzi-lo, então me levantei, também seguindo para o outro lado do parque.

Caminhei em direção da boate, olhando para os lados, temendo que a qualquer momento seria arrastada por algum capanga, pensei que talvez devesse fugir junto com Fanny, assim estaria protegida dentro dos muros de um convento. Para alguém que sempre teve uma vida parada, aquilo estava sendo uma grande agitação, agitação essa que eu queria distância.

Guardei minha bolsa e casaco no armário, prendi o cabelo, fiz uma maquiagem escura nos olhos e um batom roxo nos lábios, bem extravagante para um ambiente promíscuo que era aquele boate. Assim que saí do banheiro, avistei Fanny servindo bebidas e flertando com um cliente, outro cliente que teria sua carteira roubada por ela.

Fui até o Luíz com uma bandeja e logo ele me entregou copos de bebidas para servir aos homens que estavam ali assistindo as mulheres que um dia foram jovens de futuro, tirarem a roupa. Segui meu caminho fazendo o que fazia todas as noites, servir bebidas, petiscos e esbanjar um sorriso falso para que aqueles idiotas abrissem as carteiras.

Por um tempo me questionei porque nunca larguei aquela vida e sair do condado, mas desde que meu irmão morreu, temia pela vida dos meus pais, principalmente minha mãe que constantemente tentava se matar, por isso que enquanto os dois homens iam trabalhar na loja de armas durante o dia, eu ficava em casa cuidando dela. Eu não era maliciosa, ou tinha pensamentos devassos, mas enquanto vivesse daquela forma, estaria sendo levada para o fundo do poço.

— Camila?! — meu chefe segurou meu braço de repente.

— O que houve, senhor? — perguntei com o cenho franzido.

— Tem alguém que deseja te ver — fui arrastada por ele e no meio do caminho encontrei Fanny que arregalou os olhos.

Se minha intuição não estivesse enganada, eu estaria indo para meu pior pesadelo, onde meus temores estavam se concretizando e por mais que quisesse fugir, não iria para muito longe. O que estava do outro lado daquela porta não era uma coisa boa e com certeza faria qualquer coisa para me destruir, caso não concordasse com seus termos.

Então fui levada para a parte superior da boate onde ficava a área VIP, meu chefe andava em passos apressados e quase não conseguia lhe alcançar, tropeçando nos próprios pés. Uma cortina vermelha se abriu e um homem mal encarado deu passagem para que nós entrássemos, o lugar estava pouco iluminado, mas pude ver algumas meninas sentadas semi nuas no chão, de olhos cerrados e o rosto pálido, provavelmente drogadas. De repente fui empurrada com certa força dando de cara com aquele ser que só seu nome causava terror em todos.

PitBull!!!

— Aqui está ela, senhor — meu chefe disse chamando atenção do homem alto, musculoso e barbado que estava drogando uma menina que só tinha dezessete anos.

— Você é a Mila? — sua voz era como trovão, extremamente grave.

— Si-sim... — tremi, engolindo em seco por estar diante de um homem tão imponente, mas a cena que mais me assustava era ver Tabita fora de si, de tão drogada.

— Dizem que você é íntima do padreco daqui. — Arregalei os olhos.

O que ele quer dizer com "íntima"?

— N-não... — sacudi a cabeça freneticamente.

— Pois meus homens disseram que viram os dois pombinhos abraçados no parque da cidade, além de estar na igreja sozinha com ele. — Outra vez arregalei os olhos. — Ou acha que estou louco?

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 3 (Kim Jongin)Onde histórias criam vida. Descubra agora