Capítulo 34

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Quando tomei aquela decisão de invadir a mansão de PitBull, a ideia era ser capturado para que ele soubesse da minha presença, assim se revelando, porém não esperava encontrar Camila ali. Todos os meus planos foram por água abaixo e fiquei naquela situação de torturado mais tempo do que o planejado, pelo bem de Mila.

Enquanto pensava em um plano, fui surpreendido com o retorno daquele mercenário com nome de cobra, que antes havia se mostrado um canalha, no entanto, voltou por Camila. Pelo visto eu não era o único com planos envolvendo PitBull. Me foi entregue uma arma de fogo e um facão — bem adequado para mim.

Como já tinha me familiarizado com a mansão quando estava em vigia, antes de adentrar o local, sabia exatamente que aquele rato sujo tinha intenção de fugir de helicóptero, localizado na parte superior da casa, em um heliponto privativo. Enquanto os mercenários davam cabo dos capangas de PitBull, subi as escadas, buscando a sala onde havia as escadas de acesso ao heliponto.

O som da máquina me chamou atenção para uma das portas, então as abri, revelando a imagem de PitBull tentando fugir pelas escadas. Seus capangas apontaram suas armas em minha direção, no entanto, foram mortos e para minha surpresa, ou nem tanto, Camila surgiu como uma linda guerreira viking, matando-os.

Nossa, como eu amava aquela mulher e quando toda aquela loucura acabasse, iria beijá-la dos pés a cabeça e a poria em um pedestal de perfeição. Meu corpo sempre ficava febril em sua presença e quando me encarava com aquelas orbes de um azul quase angelical, só desejava tê-la sem reservas.

Infelizmente naquele momento eu não pude parar para admirar o quanto Camila era maravilhosa, então quando PitBull tentou atirar em mim, ela estourou sua mão e avancei contra ele. Apesar da idade mais avançada, o desgraçado sabia bater e mesmo ferido tentou me atingir.

A ordem deixou claro sobre levar o infeliz vivo ao julgamento, no entanto nunca disseram para levá-lo inteiro — vivo sim — inteiro já eram outros quinhentos.

Em meio aquela briga, tive o corpo empurrado e só percebi quando concreto desabou sobre nossas cabeças. Caí de bunda no chão, tossindo a poeira e fumaça, pois a casa estava pegando fogo e logo desabaria com todos dentro.

Ao me situar do ocorrido, percebi que Mila não estava ali nos destroços e gritei chamando-a. De repente percebi uma grande cratera bem no meio do salão e ao correr até lá, vi Camila tentando se levantar no andar inferior. Quando ela me lançou aquele sorriso e mandou dar a volta para encontrá-la, no fundo eu sabia que era um adeus — não tinha como escapar dali intacta.

Um novo desmoronamento me fez pular para o outro lado e em desespero, não consegui mais ver Camila lá embaixo, ficando presa. O desespero tomou conta do meu corpo, enquanto as chamas se aproximavam. A única solução era pular por uma das janelas que dava acesso ao jardim, pois subir era suicídio.

Corri na direção da janela, a tempo das chamas me alcançarem e fui jogado para fora, direto na grama do jardim e sentindo os ossos do meu braço esquerdo se quebrando. Gemi pela dor, tanto dos ossos quebrados, quanto das queimaduras. A casa ardia em fogo, desmoronando em destroços e cinzas.

— Ei, achei o padre! — ouvi uma voz masculina ao longe e logo braços tentaram me erguer.

— Esse maldito é resistente como uma barata. — Reconheci a voz sendo do tal Jiboia.

— Precisamos encontrá-la... — gemi enquanto era arrastado para fora da propriedade. — Mila... preciso encontrá-la... — minha voz saiu sem forças.

Por dias fui torturado, não comi, não bebi e tinha caído de uma altura considerável, quebrando o braço. As forças estavam me abandonando rapidamente e qualquer momento poderia desmaiar, porém, precisava encontrar Camila dentro daquela casa. Ela era uma mulher extraordinária e sobreviveu a muitas coisas, com certeza sairia dali ilesa.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 3 (Kim Jongin)Onde histórias criam vida. Descubra agora