O padre Jongin me ofereceu uma tigela de sopa, que cheirava muito bem, então aceitei, tomando um gole generoso, pois ainda me sentia um pouco tonta. Depois daquele desmaio, ele me levou para seus aposentos para recobrar a consciência.
Me sentia muito envergonhada por tudo aquilo e boba também, por desmaiar em seus braços. Ele não tinha nenhuma obrigação comigo, estava tão ferrado quanto eu, já que PitiBull queria a cabeça dele em uma bandeja.
Já era vergonhoso demais estar em uma situação difícil de remediar, pois quanto mais pensava naquilo, mais me sentia dentro de uma caixa de fósforo. Sabe aquela sensação de sufocamento? Era o que eu sentia sempre que acordava de manhã.
— Sinto muito pelo o que aconteceu — falei assim que engoli a sopa.
— Não deixaria que aqueles homens machucassem você, inclusive dentro da casa do Senhor! — respondeu, puxando uma cadeira e sentando ao meu lado. — Mas me diga, o que eles queriam com você? — lhe encarei um pouco apreensiva se dizia ou não, mas se bem pensar, tudo que estava acontecendo comigo, era por causa dele.
— Não sei exatamente, mas hoje não fui trabalhar — respondi. — Só é estranho, porque nunca uma garota passou por isso — murmurei.
— Será porque dormiu com o afilhado dele? — Arregalei os olhos e o padre tinha os braços cruzados sobre o peito.
— Quem lhe contou isso?
— Toda cidade já sabe e se pretende continuar com esse jogo, melhor ter cuidado. — Sua expressão era séria.
— Só quero acabar com tudo isso! — falei pondo as mãos na cabeça.
Estava cansada daquilo, pior, estava morrendo de medo. Se ousasse ir contra as ordens do PitBull, com certeza que além de me matar, mataria minha família. Eu vivia um pesadelo e tudo que mais queria era acordar, ter minha vida pacífica de volta.
Também pensei no desgosto dos meus pais se souberem que fui para cama com o afilhado do monstro que arruinou nossa família. Não aguentava mais dar desgosto para as pessoas que eu tanto amava. Bruno tinha razão quando me disse que eu havia me transformado em uma mulher fácil, pois acabei aceitando desviar um padre.
Definitivamente não vou pro céu.
— Se eu for embora do Condado, ele vai me achar e me matar!
— É só não fugir e obedecer às ordens dele. — O encarei.
— O quê? tem noção do que está dizendo? Ele quer que eu acabe com você! Não posso fazer isso!!
— Do que está com medo? — De repente, padre Kim mudou sua expressão séria para uma maliciosa?! — Tem medo de corromper um padre? Ou com medo de gostar? — pisquei freneticamente ao ouvir aquilo. — Deixa eu lhe dizer uma coisa, senhorita Camila... não pense que está sendo usada como uma caçadora, porque não está, pois é apenas uma ovelhinha perto de um lobo faminto. — Arregalei os olhos ainda mais, enquanto padre Jongin se aproximava lentamente e seu olhar era de um verdadeiro caçador. — E sabe quem é o lobo faminto? — engoli em seco. — Eu sou esse lobo e vou devorá-la de uma só vez!
Rapidamente pulei da cama ao ouvir aquilo. Aquele homem me deixava extremamente nervosa e por que ele falava aqueles absurdos na minha presença? Além de estranho, fazia meu interior tremer de ansiedade. Um dia ainda iria surtar com toda aquela situação — era como estar enlouquecendo aos poucos e só queria que tudo voltasse ao que era antes.
Claro que meu desejo nunca se cumpriria, pois era um sonho distante da realidade.
Os olhos castanhos e profundos do padre fazia todo meu corpo estremecer, principalmente pela forma como me encarava. Vários homens me olhavam com desejo e malícia, porém nenhum deles tinham o poder de me desarmar completamente. Era ainda irreal termos um padre como aquele, com sua pele bronzeada, olhos escuros e pequenos que pareciam que engoliram sua alma, além do estranho cabelo platinado.
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Padre_ Série: Desejo Profano Livro 3 (Kim Jongin)
RomansaSejam bem vindos à cidade do pecado. Um lugar dominado pelas trevas, sem lei e sem fé, porém um padre virá como a mão de Deus, cuidando dos bons e punindo os maus. Ela era sua obsessão, o pecado do padre, que era capaz de qualquer coisa por sua doc...