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16
Wooyoung saltou da cama pela manhã, correndo até o banheiro para fazer xixi. Depois, ele vagou de modo sonolento até a sua cama e tomou o espaço vago onde lhe cabia perfeitamente, entre os braços de San. Dormiu mais um pouco, e foi rudemente acordado por um chute em seu ventre, sinalizando que alguém — que não era ele, de longe — estava disposta e agitada para começar o dia.
Embora Wooyoung tentasse ignorar, os chutes de seu bebê se tornaram repetitivos e pontuais. Ele ficou um pouco irritado e gemeu em frustração, rolando na cama, sem ser capaz de repousar sua cabeça no travesseiro.
Sua filha deixou de fingir estar em uma escolinha de futebol ao que parece ter chegado ao fim do segundo tempo. Ele achou que teria sossego e poderia desfrutar de mais tempo para descansar agora que o capitalismo não o obrigava a levantar no primeiro horário no dia, no entanto, foi acometido por uma contração no abdômen seguida de uma pontada no pé da barriga.
Rapidamente ele empurrou o ombro de San que dormia pesado como se estivesse excessivamente exausto. E era justificável o quão profundo era o seu sono tendo em vista que foi dormir quase ao nascer do sol, então não fazia muito tempo. Ele pestanejou confuso e encarou Wooyoung com um pouco de surpresa, pois realmente achou que havia sonhado com tudo o que aconteceu entre eles na última madrugada.
San sentou-se na cama afoito assim que percebeu a expressão de agonia do outro, que apoiava uma das mãos na barriga.
— O quê? Vai nascer? Mas ainda está cedo, certo? O bebê não pode nascer! — San poderia fingir que estava preparado, mas, qualquer pessoa que o presenciasse afundando com o seu barquinho a vela naquele mar vasto e desconhecido, enxergaria o quão em pânico ele estava.
A sua inexperiência iria lhe causar problemas cardíacos graves no futuro.
— Não... não! Eu levei um susto e te bati, foi mal — Wooyoung respondeu em meio a um exercício respiratório para ajudá-lo a aliviar o que se assemelhava a cólicas, agora que as contrações assustadoras deram uma trégua. — É só... cólica, contração ou algo assim — deitou-se para esticar a coluna a fim de suavizar as dores. — Eu estou bem. Cólicas... Só cólicas... Se acalme, Choi.
Ele estava sofrendo e mesmo assim, ainda tinha paciência e energia para tentar acalentar Choi San.
San detestava o fato de não poder dividir aquela gravidez e todos os seus sintomas com o Wooyoung justamente por não querer que ele sofresse sozinho. Até então, apenas receberam boas notícias e nada indicava uma possível complicação, porém, a cada implicação que acometia Wooyoung, San se sentia culpado por não poder compartilhar da dor com ele.
Nem tudo eram flores em uma gestação, afinal. Ao mesmo tempo, conseguia ver com os seus próprios olhos e de algum modo participar efetivamente.
— Tem certeza? Tem algo que eu posso fazer? Você pode tomar algum remédio ou...? — San disparou acuado, mas disposto. — Eu li... li que massagem ajuda com cólicas na gestação — lembrou de repente, e Wooyoung riu dele. — O quê? Não ajuda?
— Nari-ah me acordou aos chutes hoje, essa pestinha... Faz tanto tempo que não tenho uma noite completa de sono, que acho que vou terminar igual a Bella do Crepúsculo depois que a Renesmee nasceu — brincou Wooyoung, comprimindo os lábios ao ser golpeado por outra onda de cólica infernal.
— Não vou deixar isso acontecer. Você vai chegar ao fim disso saudável, assim como o nosso bebê — San pontuou, suspirando. — Se estiver doendo muito, nós vamos ao médico, está bem? Talvez haja algum problema e eu não quero arriscar que piore.
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RAINBOW | WOOSAN
FanfictionWooyoung, um jovem transgênero em busca de aceitação, e San, um bem-sucedido homem de negócios, têm suas vidas cruzadas em um show da banda de rock de Wooyoung. Embora tenham concordado em não levar o outro a sério, uma conexão profunda se forma ent...