RAINBOW | WOOSAN

🎸6

.

6

Wooyoung jamais cogitou que um dia a sua melhor noite de sono seria em um quarto de um hospital o qual teria que vender sua casa, todos os seus bens declarados e seus amigos para custear os gastos com a internação.

O hospital contava com tecnologia de ponta e profissionais empenhados a fornecer o melhor serviço, a estrutura era excepcional e Wooyoung até se via desconcertado com o quanto estava sendo bem cuidado, o que divergia de outras experiências que teve em esferas semelhantes.

Despertou com o peso leve da cabeça de San sob suas pernas, tirando uma soneca. Aquela foi uma das cenas as quais configurou como impossível de serem presenciadas naquela galáxia. Ele ainda estava vestido com as roupas que foi até o bar, que não pareciam muito confortáveis, e seu perfume masculino e aquático impregnava cada centímetro do cobertor que Wooyoung não se lembrava de ter pego. Os cabelos escuros de San estavam desgrenhados e seu semblante, com traços tão belos que faziam Wooyoung compreender como ele caiu nos encantos dele.

Ergueu uma das mãos anseando ter a textura dos fios de San em sua palma, mas hesitou e desistiu de acariciar uma vez que não queria dar tal abertura para aquele sentimento que estava começando a tomar conta de seu âmago. Quer dizer, San o ajudou durante um momento que achou que iria morrer, porém isso não significa que algo entre eles estava diferente.

— Senhor Choi, bom dia! Posso servir o café da manhã? O acompanhante também ganha! — a enfermeira Lee Gahyeon pediu permissão para entrar com duas batidas fracas na porta, empurrando um carrinho onde estava duas bandejas com um café da manhã sob medida.

— Bom dia! — Wooyoung se livrou de seus devaneios relacionados a San, e voltou-se para a sorridente e simpática Gahyeon. — É claro. Por favor, entre. Estou acordado. Que horas são?

— É hora do nosso gravidinho se alimentar bem para terminar essa gestação o mais saudável possível — Gahyeon respondeu, dispondo um suporte para colocar a bandeja de Wooyoung assim que ajustou o encosto de seu leito, automático. — Eu recomendo que acorde o seu esposo para que ele possa comer também.

Desconcertado, Wooyoung pestanejou e engasgou com a saliva. Era estranho ser tratado tão bem por estar grávido, embora Gahyeon estivesse incluída no quadro de profissionais pelo seu caso, e desde o princípio o abordasse com tanta familiaridade e dedicação. Agora, a menção de ela achar que San era seu esposo quase fez o coração de Wooyoung acelerar para fora da boca. Ele não achou ruim, então não negou, apesar de ter um sentimento misto brigando em seu peito. Sorriu cordialmente e depositou um toque leve no ombro de San, ainda repousado sobre si.

— Acorda. Nós temos que tomar café — pediu com o tom mais grave e sendo menos amistoso, estapeando San quando recebeu como resposta um gemido de reprovação. — Vamos, não deixe Gahyeon esperando. Pelo menos, vá dormir em outro lugar então.

— Você é tão gentil, Wooyoung. Estou tocado — San balbuciou rouco e com a voz sendo abafada pelo cobertor de Wooyoung. Sonolento, continuou: — Eu deveria ter deitado com você nessa cama.

— Você não seria louco — sorriu de canto, proferindo com deboche. — Tenho uma consulta às onze horas da manhã, só pra te lembrar.

San imediatamente despertou, bastante disposto a assumir responsabilidades pelo bem-estar de Wooyoung. Espreguiçou-se e bocejou ruidosamente, encarando Wooyoung de modo dramático, lhe sorrindo em seguida.

— Bom dia — desejou, cumprimentando a enfermeira também e segurando sua bandeja com as mãos, apoia-a em seu colo. — Você dormiu bem?

— Uh, dormi — Wooyoung desviou o seu olhar um pouco comedido, voltando-se para a enfermeira. — Obrigado. Parece gostoso.