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Choi San estava sentado em uma calçada, refletindo sobre o episódio que viveu há algum tempo. Minutos se passaram, mas estava residindo ali, persistentemente como um disco arranhado.

Desembarcou em seu carro em um bairro aleatório, com os ombros e a nuca doloridos por culpa da ansiedade que rompia com o seu interior. Ele observou que haviam árvores e crianças correndo de um lado para o outro, brincando com seus familiares ou animais de estimação. San sorriu, pensou que logo seria Nari drenando toda a sua energia e isso o deixava entusiasmado e louco ao ponto de contar os segundos para vê-la.

Foi o refúgio que conseguiu porque ofereceu a ilusão da familiaridade e arejou a sua mente que estava trabalhando tantos devaneios ruins. Mas logo o sentimento bom se dissipou e San suspirou, se perguntando se ele estava no direito de ser fraco ou se deveria reagir rapidamente sem dar tempo para si mesmo se recuperar das últimas quedas que estava tomando.

— Você fez seu namorado grávido descer um lance de escadas e convencer um traficante a dar uma carona para um bairro desconhecido que tem uma vizinhança bonita e de classe média.

Era Wooyoung e sua barriga. Ou melhor: a barriga e Jung Wooyoung. Estava enorme. Ele usava um casaco leve naquele dia, uma camiseta que sinceramente ele não se importava se iria camuflar sua gravidez ou não. Wooyoung estava mais seguro de si mesmo, gostava de exibir sua protuberância e também, percebeu que deveria se contentar com o fato de que haveria pessoas no mundo que simplesmente não iriam respeitá-lo — e não acarretaria culpa a ele. Grávido ou não, isso infelizmente continuava sendo um fato. San o elogiava tanto, que esquecia que estava pesando quilos a mais.

Suavemente, San sorriu embora estivesse triste. Ergueu a mão para acariciar o ventre do outro e murmurou um cumprimento para a garotinha que estava sendo tão aguardada.

— Desculpe, eu sou tão egoísta... eu preciso muito de companhia e não consegui esconder que tinha que ser você.

Compreensivo, Wooyoung deu de ombros e sentou-se utilizando de certo auxílio ou iria se desequilibrar e afundar no chão. Sentado, ele apoiou as duas mãos na calçada e esticou a coluna para trás, respirando pesadamente como se o movimento houvesse lhe cobrado demasiado esforço. Ele sentia que iria explodir a qualquer momento, mas tentava se manter na ativa, apesar de que, se dependesse de Yunho, sua única atividade seria levantar da cama para ir ao banheiro e depois para a cozinha, onde iria comer e voltar a repousar.

Wooyoung era teimoso, ele não gostava de ficar parado.

San e ele eram cúmplices. Wooyoung reconhecia de bom grado e amava o quanto podiam contar um com o outro. Era perceptível as oscilações de humor, principalmente quando eram motivadas por um segundo elemento. Até pela forma que San se portava nas mensagens que trocavam entregava isso — Wooyoung era muito bom em ler pessoas e facilmente as convencia que ele era confiável o bastante para ser um companheiro nas horas ruins. O mesmo servia ao inverso, pois San se comportava como se estivesse dentro da cabeça de Wooyoung e isso era mística e logicamente inexplicável.

— Você não é egoísta por me fazer sair de casa. Eu precisava só de um pretexto. Ah, que irritante! Parece que eu estou doente, San-ah!

— Você precisa pegar leve, amor. A bolsa pode romper a qualquer momento e eu não quero que seja na rua ou em qualquer lugar desconfortável pra você. Fora que esforço físico cobra demais de gestantes e você não tem que fazer nada... entende? — San fundamentou diligentemente e riu quando Wooyoung o remendou feito uma criança e revirou os olhos. — Seja um bom garoto... estamos chegando no fim da fase.

RAINBOW  |  WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora