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N/I

Esse capítulo, basicamente, foi feito para a minha amiga Ary <3

Ary, sem você, essa fic não estaria de pé. Obrigada por ser tão querida comigo!

Link da playlist de Rainbow no comentário desse trecho aqui ↛

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Yeosang encarava a realidade como um tato fantasmagórico e gelado que jamais seria palpável, embora estivesse em posição de ter sua existência em ressalva sobre as demais singularidades compostas por elementos que não eram similares entre si.

Estava em sua casa, muito era trabalhado em sua cabeça. Descascava a unha e arrancava a pele dos lábios, definhando em uma ansiedade destrutiva.

Frequentou a casa de Jongho na noite anterior a fim de averiguar que Hei estava bem após passar pelo trauma de ver seu pai interagindo com a sua mãe enquanto ambos trocavam ameaças e xingos. Ela estava grudada em Jongho que estava sendo ainda mais compreensível e a mimando além do normal. Quando ela dormiu, os dois adultos conversaram e Jongho tomou uma decisão que iria mudar a trajetória de sua vida para sempre:

— Eu preciso tirar a Hei daqui.

Na verdade, Yeosang ficou angustiado. Ele recebeu um tapa com luva; todas as atividades em seu consciente paralisaram e tudo no que ele conseguia pensar era que um filme semelhante ao que assistiu na noite passada estava se dispondo a se repetir.

Não tomou um posicionamento, sequer mencionou Yunho ou perguntou o que ele achava sobre isso. Jongho apenas disse que precisava dar uma vida melhor para Hei em um lugar mais calmo; ele precisava de um emprego normal e viver sem temer a aparição repentina de Sooyoung a fim de levar a sua filha contra a sua vontade ou até mesmo cometer uma das loucuras que ela era capaz.

Yeosang concordava, era perigoso. Mas ele também pensava que Sooyoung não apresentava tamanho risco residual, o problema era a maneira que Jongho lidava com ela e seus sentimentos. Sentia ódio dela, mas algo bom havia sobrevivido e ele temia ceder e ser manipulado e usado por ela de novo. Ele nunca planejou ter uma família, mas tinha Hei e se pudesse, ofereceria o máximo de estabilidade possível.

Sem turbulência. Sem dor. Apenas Hei e Jongho.

Mas Yeosang, ele nem sequer quis continuar a conversa. Ficou nervoso e foi pra casa. A hipótese de perder o seu melhor amigo o açoitava há algum tempo: 1) ele trabalhava em uma facção criminosa, 2) ele poderia acordar em um dia e decidir desaparecer. Como seria a sua vida sem Jongho? Havia mesmo necessidade de ele ir embora porque Sooyoung era louca e não entendia sobre limites?

No mais, Yeosang estava preocupado consigo mesmo. Seonghwa o convidou para morar com ele, mas sinceramente Yeosang não estava seguro sobre isso. Já considerava que haviam avançado etapas demais em pouco tempo e certamente esse não era o modelo recomendável. Estavam em um caminho derradeiro que não oferecia tempo para processar a quantidade de mudanças sucedidas.

Ademais, Yeosang sentia que estava invadindo o espaço de Seonghwa. Os dois precisavam se conhecer, essa demanda era urgente. O que o confortava, era que tudo o que conheceu sobre Seonghwa apenas serviu para deixá-lo ainda mais profundamente apaixonado.

Suas vidas não ornavam. Eram como duas pessoas vistas por pedaços distintos de um prisma. Nunca em sua vida precisou optar pelo romance, já que nunca viveu um com outra pessoa. Mais se cansava delas do que nutria interesse. Jamais se permitiu, e jamais dispôs de tantas emoções feito aquelas as quais transbordavam quando estava na presença de Park Seonghwa. Todos os amores eram singulares, mas acreditava que igual aquele que invadia o seu peito e acelerava o seu coração, somente poderia existir um na galáxia. Yeosang era completamente inexperiente em todos os sentidos. Tudo o que ele fez a vida inteira foi lutar; vivia para morrer, embora vivesse morrendo de vontade de viver.

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