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Yunho achava que estava em condições de ser trancado em um hospício.

Preenchia todos os requisitos.

Cada um deles.

Era noite. Ele havia sido deliberadamente coagido por Choi Jongho a frequentar a sua casa mais do que compareceu à escola em seu período no colegial. Naquele exato momento, estava sentado na cama ajeitada no meio da sala, ao seu lado o travesseiro de Jongho estava vazio.

Yunho estava prestes a ter um surto. Ele queria se estapear e genuinamente questionar a si mesmo qual era a sua intenção com isso, com estar frequentando a casa do homem que ele jurou odiar e que, porventura, poderia arruinar os seus planos futuros que envolviam ingressar na polícia. Isso não aconteceria caso descobrissem, na fase do histórico do concurso, que ele estava se envolvendo com um traficante.

Se envolvendo mais do que seria recomendado por qualquer escala de segurança.

Na noite passada, Jongho providenciou um jantar para ele. Arrumou uma mesa bonita em sua cozinha e aguardou. Yunho chegou, esperou ser recepcionado por Hei — que foi quem ligou pedindo pela visita, porque ela estava com saudades e era compreensível mediante o tempo em que passaram juntos, durante a viagem do pai dela —, mas, inusitadamente, Hei não estava em lugar nenhum.

— Ela está passeando, está com os pais de um amigo da escola. Foram ao parque. Eu não suporto esses lugares, então eu sempre deixo que pessoas de confiança façam companhia pra ela.

Com uma carranca, Yunho arremessou sua mochila no sofá da sala e marchou até Jongho, o encarando francamente.

— Você não pensou nem por um momento que essas pessoas podem ser perigosas? Você é a porra de um traficante, seu idiota!

Jongho encarou em silêncio e sorriu quando Yunho estapeou o seu peito.

— Você realmente serve para ser o meu esposo, sabia? — disse repentinamente e Yunho arregalou os olhos, arqueando uma sobrancelha, desafiando o outro a repetir aquela atrocidade em forma de frase. — Você até se preocupa com a minha filha, mais do que eu até.

— Vai se foder — Yunho bufou, cruzando os braços. — É, sério! Você devia ter alguma responsabilidade e se comportar como um cara que tem inimigos por causa da merda do seu "trabalho". Você tem certeza que são pessoas de confiança?

— Se te consola — Jongho deu às costas, terminando de arrumar a mesa repleta de pratos que ele comprou mas estava atuando como se tivesse feito porque queria impressionar o outro. — Eu pesquisei o nome deles no site de justiça da Coréia e não tem nada lá. Eles são pessoas normais. Não se preocupe, não é a primeira vez que eles cuidam dela pra mim. E ela adora ter companhia de outra criança. Se ter filho não fosse um sacrifício, eu até daria um irmão pra ela.

Com uma risada de escárnio, Yunho revirou os olhos.

— Você precisa se perguntar primeiro se alguém quer ter filho com você — alfinetou, azedo.

Um sorrisinho prepotente esticou o canto dos lábios de Jongho, que voltou-se para Yunho, se aproximando vagarosamente.

— Se você pudesse, certamente teria um filho comigo.

— Você é louco. Eu nunca deixaria você encostar um dedo em mim, seu ex-presidiário de merda.

De algum modo, Yunho terminou sentado na mesa de jantar. Hei não estava, ela iria dormir na casa de seu amigo da mesma idade e iria voltar só pela manhã. Jongho era um idiota, enganou ele.

RAINBOW  |  WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora