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Enquanto sua casa estava interditada, San estava temporariamente vivendo com os amigos de Wooyoung e ele próprio.

Quer dizer, era uma moradia pequena onde dava para ouvir os vizinhos conversando. Era divertido quando o tal Choi Beomgyu começava a arremessar coisas nas paredes seja lá por qual razão enquanto gritava para Taehyun que iria expulsá-lo se ele não parasse de estragar a comida com suas gororobas estranhas. Kai namorou uma garota russa uma vez e aparentemente ele simpatizou com a culinária de Moscou. Taehyun namorou uma eslovena e os dois ficavam "trocando" até que elas se cansaram e a namorada de Kai terminou com ele, então a farra acabou e ele nunca superou ela. Então Taehyun terminou também e começou a namorar Beomgyu, que viveu no Brasil e surtava em português, colocava funk pra tocar alto quando estava limpando a casa, estrondando as paredes, e, como se já não bastasse, tomava banho três vezes por dia. Sua mania de limpeza era irritante.

Era festeiro, toda semana ele aparecia na porta da casa de Wooyoung para convidar qualquer um deles para "resenhar". Mingi simpatizava muito com Beomgyu, ele até conseguia arrastar Hongjoong para alguns rolês de procedência duvidosa.

De fato, era uma casa movimentada e cheia. Embora tivesse as regras de convivência discriminadas em sentenças — obra de Yunho, que se comportava como um ministro da Suprema Corte mesmo que ele estivesse namorando um marginal —, sempre tinha um engraçadinho para comer pelas beiradas. Não que San pudesse reclamar disso, já que ele ultrapassou todos os limites quando se mudou para lá, embora soubesse da existência da "assembleia" para sentenciar se podia ou não morar com eles até que a sua situação com a justiça se normalizasse.

Foi um diálogo mais ou menos assim:

— Uma pena que não podemos deixá-lo morando na rua, já que ele engravidou um dos meus filhos — disse Yunho, suspirando derrotado.

— Tudo bem, eu vou dormir abraçadinho com Mingi e nem preciso mais ter uma desculpa formal para o Yunho não me expulsar do quarto — Hongjoong complementou, acariciando a barriga de Wooyoung com um pouco de ansiedade porque queria que aquela criança saísse logo. — Se bem que você passa mais tempo na casa do Jongho do que aqui, não é mesmo, Delegado Jeong?

— Você realmente tem perfil pra polícia: adora correr atrás de bandido — Wooyoung alfinetou com o sorriso e os outros deram risada, com exceção de Yunho que se reprimiu e murmurou que não iria xingar em respeito à Nari.

No primeiro dia de San — que começou muito bem porque ele acordou sendo abraçado por Wooyoung e sua barriga de nove meses, os dois montaram a cama de casal que San usava em sua antiga casa e ela ocupava quase o cômodo inteiro —, ele se vestiu formalmente para o trabalho depois de preparar o café da manhã com a ajuda de Mingi que era falante e tinha um bom-humor inoxidável.

San não estava muito certo sobre continuar trabalhando na Handmade, pois, as medidas que os dias passavam, menos valia a pena. No entanto, era uma questão de orgulho resistir para ao menos, quando fosse renunciar, levasse tudo o que era seu consigo. Amadurecia essa ideia amarga em sua cabeça, e às vezes sentia que estava preso em uma espécie de dependência do emprego que o tomou tantos anos de dedicação e esforço.

Era injusto que quisessem chutá-lo por questões que iam além dos negócios. Ele era um bom gerenciador, um presidente honorável apesar da pouca idade. Atualmente vivia sob iminência de deixar o cargo. Era como um divórcio mal-sucedido, doía.

Estava pronto para sair de casa quando escutou a voz rouca de Wooyoung vindo do quarto, o chamando. Assim que San chegou no cômodo — era menos de cinco passos da porta da saída —, encontrou-o sentado na cama com uma toalha cobrindo os ombros e o hálito de menta impregnando a boca, uma vez que ele havia acabado de terminar a higiene matinal.

RAINBOW  |  WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora