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Notas Inicias: Gente, esse capítulo é complemento do outro porque eu resolvi dividir, ok? Não se acostumem mal ushsuhshs

Continuem me dando amorzinho, obrigada! <3

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— Por que estamos falando de um emprego como se estivéssemos em um funeral? — Yunho exclamou um tempo após o início da discussão, com a cabeça fervilhando.

— Porque é exatamente isso! Eu estou fodido! Fodido pra caralho! Eu posso ser um pai solteiro e agora eu não tenho emprego e não sei de onde vou tirar dinheiro e... Ai meu Deus, o San! Por que nenhum miserável é capaz de me ligar pra me contar se aquele filho da puta está bem ou não? — Wooyoung reprimiu sua vontade de chorar de novo, cobrindo o rosto com as duas mãos e soltando um suspiro alto. — Perder o emprego de longe não é tão ruim quanto perder o pai da minha filha por mais que ele seja um otário.

— Olha, isso é loucura. Qual é a chance de toda essa merda acontecer de uma vez? — Hongjoong perguntou com indignação, pegando uma latinha de cerveja na geladeira e arremessando outra para Yunho.

— Você está falando da minha vida, então é óbvio que pode acontecer e até mesmo piorar — retrucou Wooyoung, amargo. — O meu chefe ainda teve a coragem de insinuar que estava me fazendo um favor porque logo eu vou ter um bebê e preciso me dedicar a cuidar dele.

— Que sexista do caralho — soltou Yunho, irritado. — Só por que você está grávido, não significa que você se tornou um inválido. Essa sociedade machista patriarcal capitalista heteronormativa faz as pessoas parecerem peças que são facilmente substituíveis em uma máquina. É só descartar e colocar qualquer merda no lugar. Não é atoa que acham que homens cisgenero tem que ganhar mais. E... e pior! Pessoas como Wooyoung estão à margem de direitos baseados na cisnormatividade. Sério, eu quero explodir.

— Yunho-ah, você está vermelho, vai realmente explodir — Mingi contemplou enquanto sentado no braço da poltrona onde estava Yunho, pegando a latinha dele para encostar em sua pele com o objetivo de fazê-la esfriar. — Olha, está tudo bem... Eu realmente acho um absurdo, mas... provavelmente o Wooyoung teria que sair desse emprego mesmo, até porque não faz sentido ele trabalhar até o oitavo mês de gestação se ele não vai ter nenhum direito só por ser transgênero. Além do mais, como eles planejavam que Wooyoungie pudesse cuidar da Nareu e voltar ao trabalho em... sei lá, vinte dias caso conseguisse pelo menos a licença paternidade que é ridiculamente curta como se só uma das partes tivesse que criar a criança?

— Mas... mas isso não muda o fato de que eu preciso de dinheiro — choramingou Wooyoung, apesar de concordar com tudo o que foi dito. — Não dá pra eu criar a Nari só com boas intenções.

— E é por isso que nós estamos aqui — declarou Hongjoong. — Quer dizer... eu posso pegar umas aulas extras e limpar uns instrumentos.

— E eu posso pegar outro turno lá na Aprille Gas Garage. Sempre aparece uns desavisados de madrugada com vazamento de óleo ou com o escapamento fodido — disse Yunho.

— Eu posso começar a ofertar manutenção para computadores e videogames. Sempre tem alguém tentando rodar jogos de PS5 em um PS1 — Mingi sorriu. — E eu tenho o meu trabalho no mercadinho, então acho que... passar fome, nós não vamos.

— E quando o San acordar, vamos pedir uma pensão alimentícia pra ele aprender que fazer filho não é algo barato — resmungou Yunho, cruzando os braços.

Os olhos de Wooyoung estavam cheios de lágrimas; ele se sentia como o protagonista de alguma série infantil sobre amizade, como Backyardigans.

— Vocês não existem — ele fungou, emocionado, se sentindo sortudo, apesar do desastre que era a sua vida. — Eu nunca vou esquecer disso.

RAINBOW  |  WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora