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Wooyoung devorava compulsivamente um pão recheado com banana e picles com maionese. Sua médica explicou que devido às alterações hormonais, emocionais e a falta de nutrientes, episódios onde apresentaria desejos estranhos iriam acabar acontecendo e ninguém deveria contestá-lo a menos que sua saúde estivesse em risco.

Ele era assistido de perto por Mingi ocupando uma cadeira do outro lado da mesa, um pouco torpe e ao mesmo tempo feliz por ver o seu amigo tão satisfeito. Quando Wooyoung terminou com o seu lanche, ele esvaziou uma garrafa de suco de groselha e reclamou porque a Pavlova tinha acabado de novo.

— Será que você não enjoa de comer tanta Pavlova? — Mingi perguntou, rindo.

— O merdinha gosta de Pavlova, a culpa é dele — Wooyoung justificou com resíduos do sanduíche incomum em torno de seus lábios. Ele passou a língua e continuou: — Eu quero mais.

— Wooyoung... É o terceiro lanche com... banana e maionese que você come. Isso não vai te fazer mal?

— Vai me fazer mal não comer — pontuou, irredutível. — Você vai me negar um desejo? Eu estou grávido!

— Você só está descontando as suas frustrações em comida. Eu sei que você está preocupado porque agora San sabe que você está esperando um bebê — Mingi assistiu Wooyoung mergulhar sua mão em um pote de picles, mastigando feito um ogro. — Wooyoung... vamos falar sobre isso.

— Está bem! Você quer saber o que eu penso? San é um filho da puta! E eu sei que ele está pouco se fodendo pra mim e o fato desse bebê existir não muda nada, mas ele ainda teve coragem de exigir que eu desse uma explicação que ele não merece e isso me deixa confuso pra caralho. Estou dizendo pra mim mesmo que San não gosta de mim, mas... não consigo evitar de ficar com raiva depois de ter visto a reação desproporcional dele — os olhos de Wooyoung marejaram e ele finalmente parou de comer, embora a sua ansiedade não tivesse dado trégua. — Será que se eu tomar alvejante, eu morro?

— Ei — Mingi exclamou e se moveu até o lado do outro, afagando os seus cabelos e vislumbrando a sua expressão triste. — Viu como San ficou? Ele estava prestes a começar a chorar. Isso mexeu com ele. Por que você não o convida para conversarem sobre o bebê?

— Não! Eu... eu não posso — Wooyoung se encolheu, tentando engolir o nó apertado na garganta. — Ele... Você sabe, ele tem uma vida muito... retilínea e estável. É claro que ele nunca vai querer me ver depois de saber a verdade — deixou as lágrimas escorrerem, amargurado. — Eu estou com medo, Mingi-ah. Eu estou com medo e eu nem sei porquê. Não consigo nem imaginar como seria uma conversa onde eu tenho que contar para o cara que nunca quis ter nada comigo direito, que estou esperando um filho dele. E se ele, sei lá, mandar me matar?

Mingi soltou uma risada suave, negando com a cabeça.

— San realmente ficou psicologicamente abalado com a notícia. Ele com certeza já deve ter juntado às peças e palpitado ser o pai do bebê. Eu espero que isso faça ele te procurar para que vocês possam conversar — disse otimista, secando as bochechas úmidas do outro.

— Ele não vai, Mingi — Wooyoung fungou, um pouco irritado devido a sua falta de constância. — Eu queria, mas... eu não acho que seja o melhor a ser feito. Eu não quero ter que enfrentar o San e as outras pessoas. As coisas como estão agora já são boas o suficiente.

— Você não consegue mentir para si mesmo, Wooyoung.

Mingi tinha razão. Tendo concluído ser o pai daquela criança ou não, San já sabia sobre sua gravidez e era questão de tempo até que descobrisse sua paternidade caso Wooyoung não criasse uma mentira bem estruturada para enganá-lo. Wooyoung não conhecia San num todo, mas imaginou que a família dele era aquela típica australiana com raiz asiática conservadora, assim como a sua, e por tudo o que era mais sagrado, gostaria de fugir de problemas.

RAINBOW  |  WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora