CAPITULO 44

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— Como você sabia que eu estava aqui? - Ela perguntou enquanto eu dirijo.

— Não sabia... Eu vim assumir a presidência de uma das filiais. Chegando aqui, encontrei Bryan. - Ela ficou com o rosto pálido.

— Ele está aqui? E o...

— Não quero que pense nisso. - Coloquei minha mão na perna dela. - Sabe, o Zack pode não conseguir a folga, aquele hospital é uma loucura.

— Ele vai conseguir. Não vejo a hora de ver todo mundo. Como eles estão?

— Tristes. Não é como se você tivesse ido viajar. Sua mãe tá irreconhecível.

— Não vejo a hora de vê-los, apresentar a Cecília.

   Depois que chegamos no apartamento, tive que ir até a empresa, preciso deixar alguém no controle até o Renan nomear outra pessoa, porque é claro que não vamos ficar aqui. Sou muito grato a esse tal de Zack por ter cuidado da Alice, mas é evidente que ele sente alguma coisa por ela, e se ela não tivesse se lembrado, poderia até sentir algo de volta também. Quanto mais longe ficarmos melhor. Quero nossa vida de volta, como sempre foi, esquecer que essa parte da nossa vida existiu.

   Quando cheguei novamente no apartamento, Alice estava sentada de frente para o computador, lendo notícias sobre sua falsa morte.

— Que tal, você tomar um banho comigo agora? - Abaixei a tela do notebook.

— Você sabe que eu adoraria. Mas nós precisamos ir... O jatinho já está chegando?

— Sim. Mas nós ainda temos tempo. - Puxei ela pros meus braços.

— Zack já está vindo também.

— Está fugindo de mim? - Olhei sério nos olhos dela.

— Claro que não... Só quero que a nossa segunda primeira vez seja especial.

  || ALICE ALBUQUERQUE LIMA||

   Já está anoitecendo quando Zack finalmente chegou até o nosso encontro, faz um frio absurdo e eu saí rapidamente de dentro do carro para o jatinho com Cecília enrolada em várias roupas de frio, enquanto os dois trazem as malas. Não demorou muito para que estivéssemos decolando.

   Consigo perceber como Henrique está implicando com o Zack, mas sei que assim que ele perceber que realmente somos só amigos, vai finalizar relaxar. Eu também ficaria com um pouco de ciúme se ele tivesse ficado meses morando com outra mulher.

A viagem foi demorada, Cecília chorou quase o vôo inteiro e só ficava mais calma no colo, e quando meus braços já estavam doendo de segurar ela, ela adormeceu nos braços de Zack, depois de chorar por quase cinco minutos no colo do pai, foi impossível não reparar no desconforto do Henrique, mas logo logo ela irá se acostumar com ele, afinal, eles acabaram de se conhecer. Ela só tem quinze dias de vida, e o único colo masculino que ela conheceu foi o do Zack, é normal que não se sinta confortável com ele por enquanto.

Assim que desembarcamos no Brasil, Henrique nos levou pra nossa casa. Está tudo igual, me sinto tão bem, tão feliz, é um novo recomeço pra nós.
 
Infelizmente não fomos direto pra casa dos meus pais, Zack quase me obrigou a procurar um hospital antes de qualquer coisa, afinal, Cecília precisa tomar suas vacinas e eu preciso de uma consulta, eu acabei de recuperar a minha memória, precisamos ter certeza de que tá tudo bem com o meu cérebro.

  Passa um pouco das cinco horas da tarde, estou dentro do carro com Zack e Cecília que dorme tranquilamente, enquanto Henrique foi reunir toda a minha família na sala. Sinto meu estômago embrulhar, não acredito que pensaram que eu tinha morrido, deve ter sido insuportável, acho que se fosse ao contrário eu não suportaria.

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