C A P Í T U L O 20

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  A moça que conhecemos no banheiro, Vanessa, dirige com uma rapidez fora do normal. Cynthia e ela cismaram de parar em um bar, e assim paramos. Saimos do carro e pedimos três caipirinhas.

— Gente que loucura, graças a Deus nós conseguimos sair antes de começar a ficar quente. - Vanessa falou rindo -

— O Breno não deve ter entendido nada! - Cynthia falou -

— E você nem se atreva a sair com aquele cara outra vez. - Falei bebendo minha caipirinha -

— Ah meninas, mas pelo menos serviu pra gente se conhecer. - Disse Vanessa -

  Depois de algumas bebidas, fui ao banheiro para irmos embora logo em seguida, mas acabei escorregando, e caindo por cima do meu pulso. Não doeu muito, então só levantei e saí junto com as meninas.

...

  Minha cabeça dói um pouco, mas nada comparado a dor que sinto no pulso. Seguro meu braço perto do peito e levanto pra pegar meu celular que toca loucamente.

— Oi amor, bom dia. Acho que machuquei meu pulso, vou dar uma passada no hospital. - Falei assim que atendi -

Você deve estar me achando com cara de idiota, não é? - Ele gritou -

— Como assim Henrique, o que aconteceu?

— O que aconteceu? Depois que você melhorar a sua ressaca, ligue no primeiro canal de fofoca que você poder. - E desligou -

  Peguei meu celular e entrei no link que Cynthia acabou de me enviar.

" De casamento marcado, a filha do meio de Renan Albuquerque, Alice, é flagrada entrando em uma festa de swing, acompanhada da prima, Cynthia Venture, e de mais dois rapazes. Como será que o noivo, Henrique Lima reagiu ao ver a amada em uma festa assim? E Renan, que é tão rígido na criação dos filhos, será que está de acordo? Será que pode ser esse, o fim do romance da moça? "

  Puta que pariu! Como assim? A mídia não deixa passar nada! E ainda mostra tudo pelo ponto errado! Henrique deve estar me odiando, pelo amor de Deus!
  Tomei um banho rápido, vesti um short, uma blusa e saí do quarto, ainda com aquela dor horrorosa no pulso.
 
— Alice, antes de qualquer coisa, parabéns meu amor! Ela me abraçou enquanto segura Ana no colo - Agora... Você viu os sites minha filha!? - Disse sentando no sofá -

— Eu vi mãe, inclusive tô indo resolver isso agora. - Falei indo até Ana e dando-lhe um beijo na testa - Cadê o papai?

— Na empresa. O que aconteceu com o seu braço?

— Eu caí, mas está tudo bem.

— Não, não está. Deixa eu ver. - Ela tirou segurou Ana com um braço, e com o outro, segurou meu pulso, me fazendo gritar -Viu! Está inchado. Vamos ao hospital.

  Tentei convencer minha mãe de que não precisa, mas foi inútil... Em pouco tempo o motorista parou na frente do hospital e nós entramos. Minha mãe falou com um médico amigo dela e logo depois eu já estou sentada na maca enfaixando meu pulso.

— A menina no colo da Sophia é sua filha? - O doutor perguntou -

— Sim. - Respondi sorrindo -

— É linda. Bom, o raio-X indicou uma torção simples, tome um analgésico para a dor e em uma semana estará melhor.

— Mas doutor, eu vou me casar na sexta feira! - Falei assim que ele saiu -

— Espero que combine com o seu vestido então. Não tire o curativo antes de ser examinado novamente.

  Saimos do hospital e entramos no carro novamente. Encostei minha cabeça no banco e controlei minha vontade de chorar. Meu Deus, Henrique deve estar me odiando.

  Coloquei Ana para dormir ao meu lado na cama e me deitei, na tentativa falha de dormir um pouco, mas infelizmente não à sono que leve o que eu estou sentindo! Confesso que nem estou preocupada com o que meu pai e Guilherme vão falar. É só do Henrique que eu quero saber...
  Já anoitece quando meu pai entra no meu quarto, fazendo silêncio, ele se senta na ponta da cama.

— Eu sei o que vai dizer... Mas pai, eu juro, nem Cynthia e nem eu sabíamos em que tipo de festa nós estávamos.

— Eu acredito em você, Alice. Só não posso dizer o mesmo de Henrique.

— Ele vai desistir do casamento... - Falei sentindo uma lágrima escorrer -

— Olhe pra mim. O Henrique ama você! Essa não foi a primeira briga de vocês e também não será a última. - Ele passou a mão no meu rosto - Se tem uma coisa que sua mãe me ensinou nesses anos todos, é que, em uma relação, tudo se resolve com uma boa conversa.

— Está dizendo que eu devo ir atrás dele?

— Fiquei sabendo que ele chegou no Brasil à uma hora. - Meu pai piscou pra mim - O homem certo, acredita em você.

  Depois da motivadora conversa com o meu pai, pedi a minha mãe que ficasse com a Ana e em uma hora o motorista me deixou na frente do prédio dele. Abri a porta com a chave que ele me deu e entrei.
  Henrique está sentado na sala com uma taça de vinho em uma mão, e um cigarro na outra, usando um roupão de banho branco. Assim que me viu, ele se levantou e andou até a parede de vidro que mostra toda a cidade, ficando de costas pra mim, me ignorando. Caminhei até ele e o abracei por trás, afundando meu rosto no meio de suas costas.

— Eu juro pra você, juro pela gente, que eu nem sequer sabia que estava em uma festa de swing. - Falei sentindo um nó na minha garganta - Eu te amo, nunca faria isso com você.

Sem me responder, ele se virou para mim, segurou meu cabelo e me beijou, me fazendo andar pra trás, até encostar na parede.

— Você é minha! - Ele segurou meu rosto - Ouviu? Minha!

— Eu sou sua!

— Você não sai sem mim, nunca mais! Você nunca mais vai à lugar nenhum com outro cara! Ouviu Alice? Se isso acontecer novamente eu mato o desgraçado, ouviu? - E me beijou mais uma vez -

  Foi uma noite intensa, resumida em sexo e uma violência fora do normal. Mas com um gostinho maravilhoso de reconciliação.

  Henrique dorme como uma pedra ao meu lado. Me levanto, visto minha calcinha e meu sutiã e vou até a cozinha. Pego um copo de água e me sento na mesa, pensando em nada, e em tudo ao mesmo tempo.

— Tudo bem? - Henrique perguntou parado atrás de mim -

— Sim, só perdi o sono.

Ele se sentou em outra cadeira e me puxou para o seu colo.

— Me desculpe por ter sido tão...

— Você? - Completei rindo -

— Eu te amo, com todas as minhas forças. - Sussurrou abraçando a minha cintura - Promete que não vai desistir de mim?

— Por que eu desistiria de você?

— Todo mundo desiste...

— Eu nunca vou desistir de você.

PERDIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora