C A P Í T U L O 2

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  Guilherme e eu levamos nossos pais ao aeroporto. Quando eles embarcaram, passamos no shopping, lanchamos e depois voltamos pra casa. Hoje é sábado, o dia da festa. E tudo está correndo conforme o que eu planejei. Meus pai embarcaram e em poucas horas estarão na California. Guilherme vai dormir com a Renata no apartamento dela e o Miguel foi acampar com a família de um amigo dele!

   A noite chegou e assim que Guilherme saiu de casa eu fui me arrumar. Coloquei um vestido preto curto e colado no corpo, com mangas e com as costas abertas, um salto preto, uns acessórios dourados e meu cabelo solto. Caprichei na maquiagem e já estou pronta... Hugo pegou o carro da mãe dele emprestado e passou pra me buscar e depois buscarmos a Cynthia. Passamos na casa do Lucas e fomos seguindo o carro dele.
   Na boate não tivemos problemas pra entrar, e dentro já está lotado. Marcelo fechou uma parte reservada pra deixarmos nossas coisas, com sofás e até algumas comidas. Pegamos nossas bebidas e fomos pra pista de dança.

   Umas duas horas da manhã o álcool já chegou na minha mente. Cynthia sumiu e eu estou dançando com o Hugo.

— Amiga, o barman tá me chamando, eu já volto. - Ele disse todo feliz e saiu -

— A moça tá acompanhada? - Não precisei nem olhar quem é. Lucas coloca a mão na minha cintura e me faz rebolar na sua frente - Vamos ali comigo?

— Me leva pra beber água?

Ele não respondeu, apenas me levou pra área reservada da boate, abriu uma porta e entrou me arrastando. Lucas me jogou contra a parede e começou a me beijar enquanto levanta o mei vestido.

— Eu tô com muita saudade do seu corpo, sabia? - Ele esfregou sua ereção em mim -

Eu não respondi nada, apenas retribui o beijo. No momento seguinte, Lucas me coloca debruçada na pia do banheiro e abaixa minha calcinha, passando seu dedo na minha entrada, arrancando gemidos da minha boca. É bom demais, arriscado demais, errado demais... Voltei pra realidade e me levantei abaixando meu vestido.

— Para de graça, Alice. - Ele tentou me segurar -

— Eu vou procurar a Cynthia.

Sai do banheiro tentando disfarçar. Chamei o Hugo e nós fomos procurar a louca da minha prima. Andamos a boate inteira e a encontramos do lado de fora. Ela está agarrada em um homem. Cabelos castanhos, barba, forte, usando uma jaqueta preta. O homem parece rir e negar algo que ela pede com os braços envolta do pescoço dele, e ele tenta a soltar.

— Cynthia? - chamei -

— Oi prima, eu já vou! - Ela respondeu - Esse é o Henrique. - o homem nos olhou -

— Tô tentando convencer a sua prima que eu não posso levar ela pra casa porque ela está muito bêbada. - Ele disse -

— Meu Deus Cynthia, para de fazer vergonha. - Hugo a soltou dele -

— Então me dá o seu número. - Ela pediu -

— Me dá o seu celular. - Ele pediu -

— Tá lá na minha bolsa, eu vou lá pegar.

— Não precisa. Me empresta o seu? - Ele apontou pra minha mão com o meu celular e eu dei à ele - Pega com a sua prima depois. - Ele discou e me devolveu - Boa noite.

O homem disse e entrou no carro preto que estávamos parados ao lado. Olhei meu celular e ele havia mandado um emoji pro contato dele. Bloqueei o celular e entramos novamente...

   Sinceramente? Se eu continuar saindo assim, aos vinte anos não vou ter disposição pra nada! Cynthia iria sair cedo hoje com a tia Elen, então a deixamos em casa ontem e depois o Hugo veio dormir aqui. E a propósito, ele ainda dorme como uma pedra do meu lado.
  Me levanto, tomo um banho, visto um pijama e deito de novo do lado dele. Pego meu celular e vejo as mensagens... Da minha mãe, do Lucas e do tal Henrique.

Henrique: Bom dia moça. (10:20 AM)

Alice: Bom dia. Me desculpa pela minha prima ontem. (11:32 AM)

Henrique: Quem nunca fez alguma coisa louca bêbado não é? Haha (11:34 AM)

Henrique: Será que você podia falar pra ela que eu anotei o número errado? Não me leve a mal, ela é bonita, mas não estou interessado. (11:34 AM)

Alice: Tudo bem, respeito sua vontade.

Henrique: Obrigado.

  Resolvo não contar nem ao Hugo. Ele pode deixar escapar pra Cynthia.

  Quando Hugo acorda, nós nos levantamos e fomos tomar café. Miguel só chega do acampamento a noite e Guilherme já foi pra empresa.
  Nós dois ficamos jogados na sala o resto do dia.

— Ah, eu nem te contei... Fiquei com o Lucas ontem.

— O que? Onde?

— Ele me arrastou pro banheiro, e quando a gente ia transar eu caí na real, graças a Deus. - Eu disse Rindo -

— Não sei porquê vocês não tentam ficar juntos.

— Porque primeiro, eu não gosto dele pra tentar ter um relacionamento, e segundo, meu pai me esfola! - Ele riu - Vai rindo...

Recebi uma mensagem do Guilherme me pedindo pra deixar uma pasta que ele esqueceu lá na empresa, que saco! Subi, vesti um short jeans preto, um top faixa rosa, uma rasteirinha, peguei a pasta e sai de casa junto com o Hugo. Fomos no carro da mãe dele. Quando chegamos na empresa, ele me deixou na porta e foi embora. Passei pela recepção e subi direto pelo elevador, respondendo o "bom dia" de algumas pessoas e ignorando as olhadas de outras... Subi até o penúltimo andar que é onde fica a sala de reuniões onde eles estão.

— Bom dia Dani, pode deixar isso aqui com o Guilherme? - Eu disse a secretária do meu irmão, que está louca no telefone e digitando no computador -

— Claro, eu já deixo lá. - Ela disse e voltou a fazer tudo que estava fazendo -

— Eu deixo lá com ele, você já ta toda enrolada ai...

Bati na porta e entrei, minha cara mudou de cor na hora! Guilherme está sentado na ponta da mesa, e nas laterais estão vários homens olhando pra minha cara, entre eles, meu tio Luan e o tio Caio.

— Bom dia. - Digo enquanto caminho até o Guilherme -

— Obrigado. - Guilherme disse tentando não rir da minha cara de vergonha -

Sai da sala de reuniões e me sentei junto com a secretaria do meu irmão pra ficar conversando. Enquanto todos exercem suas funções, um apagão de luz acontece. A empresa está totalmente no escuro. Os funcionários ficaram assustados, assim como eu.

— O que houve? - Perguntei -

— Eu não sei, isso nunca aconteceu. - Dani me respondeu -

— Atenção, ninguém sai dos seu lugar, sem pânico. - Guilherme diz saindo da sala junto com nossos tios - Alice. - Ele me chamou e eu fui - Fica na minha sala e não sai de lá, parece que sabotaram a energia.

— Guilherme, não vai lá. Deixa com os seguranças. - Digo já aflita, segurando seu paletó - Pode ser perigoso.

— Fica na minha sala que eu já volto. - Ele me deixa na porta da sala dele e sai. -

  Entro na sala do meu irmão, que graças as janelas de vidro não está tão escura.

— Você sabe o que aconteceu? - Dei um pulo ao ouvir a voz - Desculpa, não queria te assustar.

  Um homem está sentado no pequeno sofá de couro, com uma pasta na mão. O olho direito e me recordo, é o tal Henrique! O da boate ontem.

PERDIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora