A mágica das estrelas nos seus olhos (Clareira encantada: livro 1)

Capítulo 4

- Posso saber onde é que a senhorita estava ontem? - Aimee questionou Sasha assim que a mesma se sentou na mesa em que ela e Nathan estavam, seu tom de voz parecia com o de uma mãe que pegou a filha adolescente voltando para casa de madrugada depois de ter ido para uma festa.

A ruiva revirou os olhos diante do tom materno irritadiço da amiga, que ela sabia que era puramente fingido apenas para brincar com a mais nova, enquanto sua bandeja de prata deixava de flutuar acima de sua cabeça para repousar em cima da madeira. Dessa vez ela havia optado por pegar uma feijoada ao invés da mesma comida japonesa do dia anterior.

- Eu só te vi quando voltou para o para o dormitório - a francesa voltou a falar, ignorando o olhar de "É sério isso?" que a garota de pele pálida e sardas nas bochechas lançava tanto para a mais velha quanto para o azulado sentado ao seu lado, que estava apenas sentado ao lado da irmã espremendo os lábios um contra o outro para que uma risada alta não acabasse escapando do fundo de sua garganta na tentativa de não se meter na situação.

Cerca de alguns minutos em silêncio, com a Fontainelles esperando que a irlandesa lhe respondesse, antes que o garoto de olhos verde-amarelados resolvesse rompê-lo e se pronunciar na conversa entre elas.

- Verdade - concordou com a bruxa mais velha - só consegui te ver ontem porque algumas de nossas aulas são juntas e, mesmo assim, você parecia sempre estar muito distraída com alguma coisa quando eu tentava falar com você - o francês começou a falar, também demonstrando estar curioso com o que aconteceu com sua amiga no dia anterior.

Traidor - a aluna de magia pensou consigo mesma, levemente irritada e indignada por estar sozinha em uma discussão - uma contra dois não é justo - Sasha resmungou em sua mente, fazendo com que um bico emburrado surgisse em seus lábios de forma completamente involuntária ao mesmo tempo que cerrava seus olhos ameaçadoramente na direção do amigo, que apenas deu de ombros em resposta.

Aimee Fontainelles é mais velha do que seu irmão por apenas um ano, o que significa que ela tem dezessete anos e está no segundo ano do ensino médio da Blackwood Academy; possuí cabelos castanhos escuros que vão até o meio de suas costas, diferente dos fios em um tom azul claro de Nath; também tem olhos verdes, mas sem os toques de amarelo; sua pele é parda; tem 1,67 de altura; seu físico é ligeiramente esguio; é ótima com conselhos; gosta de analisar as pessoas e bancar a psicóloga das pessoas próximas de si, quando elas permitem é claro; é engraçada; as vezes um pouco sarcástica; alegre e gosta de perturbar Sasha e Nathaniel quando está se sentindo entediada. Quem conhece os irmãos Fontainelles nunca pensariam que são mesmo parentes de sangue, a única coisa que possuem em comum quando se trata de aparência são seus olhos e mesmo assim não são exatamente iguais.

- Se eu contar na nossa festa do pijama, vocês me deixam em paz? - a ruiva perguntou para eles, arqueando uma de suas sobrancelhas. Não estava com a mínima vontade de conversar com seus amigos sobre Yandra e Ethan no meio do refeitório, preferia um lugar mais privado, principalmente, por saber que teriam uma reação extremamente exagerada e empolgada.

- Combinado - o azulado respondeu, sorrindo satisfeito enquanto a francesa sentada ao seu lado franzia as sobrancelhas, em sinal de pura confusão.

- Que festa no pijama? - a mais velha questionou, mordendo um pedaço de sua fatia de pizza de marguerita logo em seguida.

- Hoje, quando estávamos na aula de feitiços, o Nath deu a ideia de fazermos uma festa do pijama no nosso dormitório - a irlandesa explicou - aí ficamos de te contar sobre isso e de planejar como o idiota aqui iria entrar no dormitório feminino sem que seja morto pelo ciclope ou seja expulso da Blackwood agora na hora do almoço.

- Exatamente - concordou animadamente, ignorando as ideias pessimistas de sua amiga - tem alguma ideia, Mee? - perguntou, ao mesmo tempo que piscava repetidas vezes em uma tentativa de ser fofo, deixando que uma expressão de falsa inocência tomar conta de cada canto de seu rosto.