A mágica das estrelas nos seus olhos (Clareira encantada: livro 1)

Capítulo 10

As estufas da Blackwood Academy são extremamente bonitas no ponto de vista de Sasha.

O lugar era uma cúpula enorme feita de cristal, 90% do ambiente é dominado por sete câmaras, cada uma correspondente a um bioma, repletas dos mais variados tipos de plantas. Qualquer espécie que consiga imaginar pertencente à fauna do mundo há uma grande chance de estar atrás de alguma das portas, as verdadeiras estufas, da redoma cristalina, cada uma tendo uma plaquinha de identificação penduradas na madeira de Peroba para que não houvesse confusões e mal-entendidos. Os outros 10% eram compostos por um cômodo ocupado por quatro portas, que através de longos corredores levavam para as salas onde aconteciam as aulas de Herbologia e Fitocinese, dadas pela professora Emmy Hernandez. Tanto os corredores quanto as salas de aula também eram feitos do mesmo cristal amarelado com toques de laranja âmbar, ou seja, pedras do sol cristalizadas, que as estufas.

Era uma beleza magnífica de se observar, mesmo que a irlandesa não fosse muito adepta a magia envolvendo plantas essa era mais a praia de Nath. A ruiva preferia lidar com poções, que muitas vezes a faziam lidar com coisas nojentas como meleca de Minotauro, e alquimia, manusear metais e algumas até sangue, pareciam mais agradáveis do que mexer com terra aos seus olhos.

Com Nathan era completamente ao contrário, na maioria das vezes em que a cacheada via as orbes verde-amareladas do melhor amigo brilharem de tanta alegria era quando ele estava cuidando de suas preciosas plantas, de vez em quando até falava com elas como se realmente pudessem escutá-lo e também possuía uma estufa própria nas dependências do colégio, no terceiro andar, onde havia uma grande variedade de flores, frutas e ervas medicinais.

- Qual era a estufa que a professora Hernandez disse que era para a gente entrar mesmo? - Jason perguntou, franzindo as sobrancelhas enquanto encarava as portas em um sinal de pura confusão.

- Sabia que você não estava prestando atenção quando ela passava as informações - Yandra disse, revirando os olhos e caminhando em direção a segunda porta da direita para a esquerda.

Ao se aproximarem, a irlandesa percebeu a palavra "Taiga" em letras prateadas garrafais cravadas na madeira de Peroba que pairava logo abaixo da plaquinha de identificação com uma bétula entalhada de forma delicada na madeira.

Lentamente, a indiana envolveu a maçaneta do mesmo tom de prata da tinta utilizada para escrever o nome do bioma e girou-a para a direito logo em seguida. Um clique baixinho foi ouvido e a porta se abriu. A sala recebendo-os com uma brisa gelada em uma demonstração de boas-vindas assim que ela estava completamente aberta, o que resultou em um arrepio subindo pela coluna de cada um.

- Lugarzinho gelado, né? - o ruivo-morango comentou, já esfregando seus braços em uma tentativa falha de se aquecer, enquanto o trio adentrava a estufa.

- Devíamos ter pegado alguns casacos antes de vir para cá - Yan admitiu, ao mesmo tempo que puxava as mangas de seu uniforme na esperança de que conseguisse esquentar suas mãos.

- Eu posso dar um jeito nisso - a cacheada disse, seu tom de voz em um volume baixo por causa da vergonha que preencheu cada célula de seu corpo no mesmo segundo em que ela pronunciou a ideia que havia tido e por causa dos olhares dos outros dois sobre si.

- Como? - a dupla questionou em uníssono, a atenção de ambos fixa na bruxa de olhos castanhos e sardas nas bochechas.

- Um feitiço simples de aquecimento - explicou, encolhendo os ombros diante do peso dos olhares sobre si. Ela detestava ser observada, pois isso sempre lhe dava a impressão de que estava sendo rigorosamente julgada.

Foi preciso apenas alguns segundos para que suas mãos ficassem envoltas por chamas vivas, as labaredas com tons de vermelho e laranja balançavam por causa do vento forte, se remexendo ainda mais quando a estudante de magia se aproximava um pouco mais dos outros dois bruxos.