Capítulo 30

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- Que história é essa de Taaraamandal? - Aimee perguntou assim que eles adentraram o quarto em que ela ficaria hospedada e dividiria com Tray, arqueando uma de suas sobrancelhas em um claro sinal de curiosidade.

Sasha havia chegado à conclusão de que seus amigos tinham que parar de ficar lhe puxando do absoluto nada quando querem a encher de perguntas, como em um interrogatório policial. Toda vez que eles faziam isso, o que acontecia até que com bastante frequência, o corpo da ruiva travava e entrava em estado de choque, como ocorria com o Chaves quando ele tinha um piripaque.

Dessa vez, ela estava andando tranquilamente pelo corredor da pousada em direção ao quarto que dividiria com Yandra, distraída por estar pensando no que faria para passar o resto da tarde e da noite até que chegasse à exaustão, dormisse e acordasse apenas no dia seguinte. Enquanto decidia se iria ler um dos livros que havia colocado em sua mala ou assistiria uma série que baixou no celular no dia anterior a viagem até lá, a irlandesa sequer tinha notado que uma porta à sua esquerda, muito menos que um braço se esticou até que conseguisse alcançá-la e agarrar seu cotovelo.

Como de costume, cada um dos músculos do corpo se enrijesseu sob o aperto envolta de seu cotovelo e um nó se formou em sua garganta.

Mesmo que usasse todas as forças que possuía para tentar se livrar daquela mão misteriosa agarrada ao seu cotovelo, a ruiva não havia conseguido escapar e fora puxada para dentro do cômodo.

Por alguns minutos sua visão embaçou e uma tontura assolou sua mente de forma repentina até que ela finalmente conseguisse se estabilizar. As paredes claras e o quarto tão semelhante ao que ela estava hospedada com Yandra, junto da imagem de seus dois melhores amigos olhando-a ansiosamente entraram em foco.

- É sério gente, vocês têm que parar de fazer isso toda vez que querem conseguir informações de mim - a cacheada disse, pondo a mão no peito enquanto respirava fundo repetidas vezes e andava em direção a uma das camas do quarto da pousada, se sentando na da direita logo em seguida - algum dia vocês ainda vão me matar do coração nessas puxadas repentinas para conversas surpresas.

- Larga de ser exagerada - Nath falou, se sentando na cama da esquerda, de frente para sua melhor amiga.

- Nem foi para tanto - Aimee disse, fazendo um gesto de descaso ao mesmo tempo que se sentava ao lado de seu irmão mais novo - agora desembucha, que história é essa de Taaraamandal? - pediu, praticamente ordenando, sedenta por informações.

- Isso! - o azulado exclamou, tão entusiasmado quanto a Fontainelles mais velha para saciar sua curiosidade - conte-nos tudo e não nos esconda nada - o francês falou, soando mais como uma ordem do que como um pedido.

- Está bem, está bem - a ruiva disse, revirando os olhos diante da impaciência de seus amigos - vocês são uma dupla de curiosos - a irlandesa murmurou enquanto se ajeitava em cima da cama, cruzando as pernas sobre o colchão macio - certo, o que vocês querem saber? Só para eu ter uma ideia de por onde devo começar.

- Além de tudo? - Nath questionou de volta ao invés de responder de forma normal como se fosse a resposta mais óbvia do mundo, arqueando ambas as sobrancelhas.

- Vamos começar por essa história de Taaraamandal - Mee sugeriu, um sorriso malicioso de canto de boca aparecendo em seus lábios - como, quando e onde isso aconteceu? E por que não nos contou antes?

- Bom... - ela murmurou, olhando fixamente para seu colo enquanto corava um pouco diante da lembrança que surgiu em sua mente - sabem aquela garota de cabelo castanho que vive andando de salto alto pelo colégio e é super arrogante? - Sasha perguntou, erguendo os olhos na direção de seus amigos para encará-los e arqueando uma de suas sobrancelhas, era apenas para confirmar de que não acabariam falando de pessoas diferentes por acidente, como já havia acontecido algumas vezes.

A mágica das estrelas nos seus olhos (Clareira encantada: livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora