Capitulo 34 - memories

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Mia Smoak-Queen
Residência Smoak-Queen

Mia acordou com a luz suave do sol entrando pelo quarto. Ela deu uma olhada em volta e percebeu que Hope não havia pulado a janela durante a noite. Um suspiro escapou de seus lábios, misturando-se com uma pitada de decepção. No entanto, Mia não podia deixar de sorrir quando olhou para o lado e viu Polaris enroscada em seu cobertor. 

Depois de deixar a porta do quarto para permitir que Polaris saísse, Mia dirigiu-se ao banheiro. O chuveiro quente revitalizou seu corpo, mas à medida que a água escorria sobre ela, Mia não pôde evitar encarar seu próprio reflexo no espelho. 

Era um reflexo carregado de dúvidas e conflitos internos.As palavras de Amonnin ecoaram em sua mente: "Você precisa libertar a escuridão que há em você, só assim pode vencer essa guerra. Uma luta interior agitou-se dentro dela enquanto a água caía.

Mia saiu do chuveiro e dirigiu-se para mais perto do espelho, seus olhos caíram para seu cabelo loiro molhado e ela se perguntava se deveria pintar seu cabelo de ruivo, uma tentativa vã de tentar mudar quem é. Era como se a mudança de cor pudesse ser um escudo contra as incertezas que a cercavam.

Enquanto Mia contemplava sua imagem refletida, seus olhos desceram para seu próprio corpo, ela virou deixando sua costa exposta no reflexo do espelho. Seu olhar se deteve nas marcas que carregava. Havia aquelas marcas feitas por pontas de lápis, quase invisíveis para qualquer um, exceto para ela. Mia sabia a localização exata de cada uma delas. Eram os vestígios de noites insones, momentos em que se machucava para afastar o sono. No entanto, sua atenção logo se voltou para outras marcas, as que eram visíveis a todos, as cicatrizes que tentava esconder. A primeira vez que sua mãe viu aquelas cicatrizes, Mia disse "Ah mãe, foi uma trilha com o tio Sammy que deu errado. Acabei caindo em um arbusto com espinhos" uma mentira que ela não poderia contar para si mesmo.

As lembranças irromperam em sua mente como uma tempestade de dor atingindo-a com intensidade. Mia se viu de volta à Cidade das Pedras, confinada em um quarto escuro e sufocante, onde o ar pesava com o peso do medo. Encolhida no canto, ela estava imóvel, seu olhar fixo em alguém que ela conhecia muito bem, mas que naquele momento parecia um estranho destroçado.

O cheiro de sangue estava por toda parte, cada detalhe daquele cenário assombrado estava vivo em sua memória. O cheiro rançoso daquela sala, o som lúgubre da respiração entrecortada e os olhos vazios que encaravam o nada. O tempo parecia ter congelado naquele momento de terror, suas costas ardiam tanto que em qualquer outra ocasião ela certamente reclamaria da dor.

Foi então que Dean arrombou a porta. Ele irrompeu como um raio de esperança naquele inferno pessoal. Seus olhos encontraram Mia em um estado de apatia profunda, uma casca do que um dia fora. Ele a envolveu em seus braços protetores, mas a imagem daquele alguém caído no chão, destituído de tudo o que um dia foi, permaneceu cravada na mente de Mia.

Cada detalhe, cada sensação, cada segundo daquele momento doloroso estava gravado em sua alma. As lembranças não se dissipavam facilmente, como se a ferida nunca tivesse realmente cicatrizado. Era uma lembrança que Mia preferiria esquecer, mas que a perseguia implacavelmente, como uma sombra em sua vida. E se ela soltar a escuridão e coisas piores acontecerem? E se Hope deixá-la ao conhecer esse outro lado? E o que sua família pensaria? Ela sabe que seus pais a amam, que a amariam de qualquer forma. Mas ainda assim o medo é um constante em sua mente.

— Eu vou encontrar outro jeito. — Mia disse para sua imagem no espelho. — Ainda não cansei.

Após terminar de se vestir, Mia deixa o banheiro. A mochila que trouxe na sexta-feira estava sob sua cama junto de Flops, que ela planejava deixar mais uma vez com Lily.

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