Capítulo 35 - the truth

1K 111 75
                                    

Mia Smoak-Queen

Sem perceber que estavam sendo seguidas e observadas, elas entraram na cabana, envoltas em risadas, completamente absorvidas por aquele momento de intimidade. Algo que não acontecia há muito tempo, como se nada mais importasse além daquele momento. Mia segurava a mão de Hope, e, ao adentrarem o aconchego do refúgio, a loira não pôde resistir a uma brincadeira. Puxando-a pela cintura e encostando-se na porta principal fazendo a ruiva ficar á sua frente, ela provocou:

— Então, você ainda quer que eu vire uma cabra? — perguntou Mia com um sorriso travesso.

Hope sorriu timidamente, escondendo seu rosto no pescoço da loira, lembrando-se das conversas. Era incrível como um simples ato fazia com que Mia se sentisse calma, como se o turbilhão em seu peito entrasse em um ritmo suportável.

— Você não vai me deixar esquecer, não é? — disse Hope, com um riso suave, ainda com o rosto escondido nos cabelos de Mia.

Mia riu com a resposta de Hope, um som caloroso que a ruiva sentia penetrar no mais íntimo do seu coração, uma risada que ela já ouviu tantas vezes na infância. Mia afastou delicadamente a tri-híbrida de seu pescoço e a encarou nos olhos, segurando o rosto de Hope com as mãos com ternura e intensidade ao mesmo tempo. 

Nesse instante, as palavras de Amonnin, as memórias traumáticas que Naomi a fez reviver e todas as suas inquietações pareceram desvanecer como fumaça. Era como se aquele momento entre elas tivesse o poder de anular qualquer sombra que pairasse sobre sua mente. Nem ela acreditava onde estava, dias atrás sentiu seu mundo estremecer quando Hope se afastou e agora estava ali segurando-a em seus braços. Encarando aqueles olhos que lhe transmitiam tantas coisas boas. 

— O que foi? — Hope perguntou, sentindo o polegar de Mia acariciar seu rosto. — Você está bem?

Mia sorriu, maravilhada com o azul profundo dos olhos da tri-híbrida, como se estivesse olhando para um oceano calmo e infinito. Uma luz em meio a toda essa escuridão que ela é obrigada a carregar.

— Sabia que a cor azul pode acalmar qualquer coisa? — Mia disse, ainda acariciando o rosto de Hope com doçura. — É surreal como qualquer preocupação se torna insignificante. E eu tenho a minha própria fonte de calmaria bem aqui.

As palavras de Mia eram recheadas de amor e admiração, e a suavidade de seu toque transmitia carinho e segurança. Hope sentiu um leve arrepio percorrer sua pele, uma sensação que só Mia podia provocar.

— Ai me matem logo! — Amonnin exclamou, interrompendo o momento romântico com seu tom impaciente.

Mia suspirou e revirou os olhos, sinalizando que o sigilo mágico que protegia o porão devia ter enfraquecido, permitindo que Amonnin escutasse o que acontecia no andar superior.

Com um último beijo na testa de Hope, Mia a abraçou e, juntas, desceram as escadas em direção ao porão.

Do lado de fora da cabana, na floresta que circundava o lugar, a atmosfera se tornava densa e repleta de tensão. O silêncio pairava no ar, interrompido apenas pelo som dos passos furtivos daqueles que se aproximavam. O ambiente estava mergulhado em uma penumbra crescente, ainda que fosse dia, e os sons naturais que normalmente ecoavam na floresta haviam desaparecido, como se a própria natureza estivesse ciente da ameaça iminente.

Connected Onde histórias criam vida. Descubra agora