Capítulo 43 - Eu, a patroa e as crianças.

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Os primeiros raios de sol derramam sua luz tímida e dourada através das persianas, criando uma atmosfera suave e acolhedora no quarto. O aroma familiar de lar impregna o ambiente, envolvendo cada canto. O quarto, decorado com tons suaves e aconchegantes, exala uma sensação de serenidade. As cortinas, delicadamente desenhadas, dançam suavemente com a brisa matinal que se infiltra, criando uma coreografia tranquila. A cama, com lençóis macios e almofadas dispostas com cuidado, parece convidar para mais um momento de descanso..

Mia revira-se na cama confortável, após uma noite tranquila de sono. Seus cabelos loiros e longos formam uma bagunça enquanto ela lentamente abre os olhos. Apesar da sensação de segurança, ela estranha o local. Seus olhos se abrem de uma vez, focando na parede e num móvel ao lado da cama, onde um porta-retratos está abaixado. Mia sente uma mão a agarrar e, ao segui-la, percebe uma mulher ruiva deitada ao seu lado, abraçando-a.

— AAAAAAAAAAAAA. — Mia grita, dando um pulo da cama.

A mulher acorda abruptamente, seus olhos fixam-se na mulher loira no fundo da sala. A surpresa toma conta dela ao ver a loira tão assustada quanto ela, mas mesmo em meio ao susto, percebe a beleza da mulher que a encara com intensidade. Ela afastou aqueles pensamentos, sua namorada não gostaria nada disso.

— AAAAAAAAAAAA. — A ruiva grita na mesma intensidade de Mia, puxando o lençol para se esconder, encolhendo-se próximo à cabeceira da cama. — Quem é você?

Mia pega o abajur ao lado da cama e se encosta na parede, apontando-o para a mulher desconhecida, que parece ter um pouco mais de 30 anos. Apesar do susto, Mia não pode deixar de notar a beleza da mulher diante dela, mas seus pensamentos logo se desviam para Hope, afastando qualquer ideia imprópria.

— Quem sou eu? — pergunta Mia desesperada, apontando o abajur na direção da mulher. — Você tem idade para ser minha mãe, sua tarada.

A ruiva fica confusa, tentando entender como pode parecer mãe da mulher que literalmente tem idade para ser sua mãe. Ela começa a achar que estava dividindo a cama com uma maluca.

— Ser sua mãe? — A ruiva questiona, despertada. — Olha pra mim, tenho 16 anos. Você deve ter uns 30.

— 16 só no dedão do pé. — Mia diz, encarando a mulher. — Eu que tenho quase 16.

Mia está certa de que aquela mulher é maluca, apesar da beleza extrema que ela tenta a todo custo não admirar. Ela está pronta para agir caso a maluca tente qualquer coisa.

O que aconteceu naquela noite? Quem é aquela mulher? Essas eram as perguntas que rondavam na mente das duas, enquanto se fitavam como se vissem uma assombração, uma bem bonita para dizer o mínimo. A confusão era mútua, e a tensão pairava no ar enquanto tentavam entender o que estava acontecendo.

— Estou ficando sem paciência, me diga quem você é, ou eu juro que... — A ruiva insinua, avançando na direção de Mia, que aponta novamente o abajur.

— Fique onde está, minha namorada é uma bruxa fodona e vai acabar com você. — Mia afirma com convicção. A ruiva estreita os olhos, tentando encaixar as peças desse estranho quebra-cabeça, enquanto a confusão domina a cena.

A ruiva começa a analisar os fatos, seu queixo quase caiu no chão quando percebeu. Aquela mulher, que ela está achando extremamente gostosa, só pode ser uma pessoa. Como não percebeu antes? Como pode não saber quem era? Em sua opinião, uma beleza daquelas só pertencia a uma única pessoa.

"Espera... Será possível? Não, não pode ser. Mas, espera um momento... aqueles olhos, aquele jeito, é ela mesmo. Como eu não percebi antes? Como não reconheci quem estava na minha cama? É impossível não reconhecer esses olhos, essa expressão adorável de desconfiança. Só pode ser ela, eu a reconheceria em meio a milhões de pessoas.  Não acredito que não percebi antes. Mas, ainda assim, por que ela está tão diferente? O que aconteceu naquela noite?”

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