CAPÍTULO 24 O DIAMANTE

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—Eu tenho uma pergunta embaraçosa — começo, e quase me arrependo de dizer qualquer coisa, quando Sooyoung sorri com malícia para mim. Ela provavelmente pensa que vou pedir a ela para fazer algo estranho.

Esta será a primeira vez que estou planejando deixar a propriedade desde que voltei para casa, e minha ansiedade está alta. Faz pouco mais de uma semana desde que falei com Sooyoung sobre minha mãe, e isso me fez sentir... melhor. O suficiente para levantar todos os dias, tomar banho, caminhar até o penhasco, tomar um ar fresco e simplesmente... viver.

Acho que cheguei ao ponto em que preciso me sentir humana novamente, mas há uma preocupação incômoda na minha cabeça, que me impede de senti-lo.

—Pode... você se importaria de me levar para a clínica?

Normalmente, eu mesma dirigiria, mas a ideia de ficar atrás do volante novamente me faz ter urticária. Meu carro foi destruído no acidente e, embora Sooyoung tenha me comprado um novo, dificilmente consigo entrar nele sem ter uma crise de ansiedade. Além disso, está faltando a mancha de ketchup no teto, e sinto falta dela. Ainda não me lembro de onde veio, mas tenho certeza de que foi de uma batata frita que voou depois que passei com muita força em uma lombada.

Então, de qualquer forma, decidi que Sooyoung me levar causaria mais aborrecimento, mas menos pânico.

Seu rosto relaxa, e acho que ela sabe o que estou pedindo.

—Claro, querida — ela concorda, acenando para a porta. — Estarei no carro.

Ela se levanta, então para e olha para mim. 

—E, a propósito, nada é estranho entre nós. Se você precisar que eu arranque um pelo da sua bunda, eu faço. — Ela dá de ombros, — Ou, você sabe, tirar um pelo encravado na sua vagina.

Minha boca cai aberta, mas meus olhos se estreitam e eu cruzo meus braços.

—Quanta merda você me viu fazer quando estava sendo uma esquisita? Seu sorriso só aumenta em resposta antes que ela saia pela porta.

Eu juro que a odeio.

Mas estou grata por ela não fazer perguntas. Como se diz: ei, eu quero fazer um teste de DSTs porque tive um monte de paus em mim sem que pelo menos uma pessoa se sinta desconfortável? Realmente não soa certo, não importa como você o diga.

Serei eternamente grata por Francesca forçar Rocco e seus amigos a usarem camisinha, exceto pela primeira vez que Rocco me agrediu. Ela disse que seríamos inúteis se pegássemos alguma doença. Mas era inútil de qualquer maneira ‒ eles certamente não usavam camisinha quando nos forçavam a fazer oral. Acho que isso fazia Francesca sentir que estava sendo responsável.

De acordo com Rio, houve um incidente muito antes de eu chegar, quando um dos caras transmitiu sífilis para todas as meninas. Desde então, Francesca tem sido diligente sobre serem testados se quiserem participar de nossas "lições", mas eu não confiaria em nenhum deles para realmente manter seus paus limpos.

Xavier também usava camisinha, mas houve uma ocorrência em que estourou. Mordo meu lábio, ansiedade queimando só de pensar naquela chance minúscula de eu ter engravidado mesmo assim, apesar de ter um DIU. É improvável, mas não impossível.

Meu coração aperta, imaginando o olhar de nojo no rosto de Sooyoung ao descobrir que estou grávida com o bebê de um homem.

Eu já a conheço bem o suficiente para saber que ela não me dirigiria um olhar desse, mas a imagem me atormenta de qualquer maneira.

Não o culparia se o fizesse. Esse desgosto é o que sinto toda vez que olho no espelho. É por isso que costumo evitá-la a todo custo.

Vou fazer um teste de gravidez e, se tiver azar, vou me jogar do prédio em seguida. 

2°  Livro| Caçando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora