CAPÍTULO 32 O DIAMANTE

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Estou chocada pra caralho, como um velho aparelho de ar-condicionado em seu final.

Acabamos de chegar em casa. Sooyoung está no porão cuidando de Xavier, e estou desesperadamente agarrada ao meu último resquício de sanidade. A inquietação se acumula em meus ossos e me sinto como um animal, confinada em minha própria jaula.

Com o coração batendo forte, fecho a porta do quarto atrás de mim e então caminho pelo assoalho, passando as mãos pelo cabelo e puxando com força – uma tentativa patética de acalmar a ansiedade.

Não se preocupe, diamante, vou fazer isso bem devagar para você. Eu quero que você sinta cada centímetro de mim.

Não, eu não quero.

Lágrimas se acumulam em meus olhos, e eu balanço minha cabeça, tentando me livrar daquela fodida voz demoníaca.

Devo ter esquecido de trancar a maldita porta, porque, minutos depois, Sooyoung irrompe e a fecha com força, um incêndio em seus olhos.

—Precisamos conversar, Jiwoo. Eu já deixei você processar isso por mais de quatro horas. Preciso que fale comigo.

A histeria está me consumindo, e o que ela não consegue entender? Eu não quero ouvir suas malditas palavras, nem quero dar a ela as minhas. Há muitos delas na minha cabeça, e estou me afogando nelas.

Girando para longe, corro para as portas da minha varanda. Não tenho ideia do que fazer quando chegar lá – talvez apenas me jogar por cima do corrimão e acabar com tudo –, mas seu braço se enrola na minha cintura e me vira de volta.

No segundo em que meus pés tocam o chão, eu me livro de seu aperto e me viro para encará-la.

—Pare com isso — estalo. — Apenas me deixe em paz, Sooyoung.

—Quantas vezes você vai fugir até aprender que não pode escapar de mim? — ela rosna, entrando no meu espaço pessoal, antes que eu possa respirar novamente.

Dou um passo para trás, recuando de sua intensidade. Ela não me solta, porém, recuando até que eu esteja pressionada contra a parede.

—Quantas vezes vai precisar para você perceber que eu não quero ser pega — rosno, minha própria raiva aumentando. Nem tenho certeza do que estou com raiva, só de que estou brava porque ela está bravo.

Deixe-me sentir cada centímetro deste doce corpo, diamante. Porra, é tão gostoso com você. Também é gostoso comigo, querida?

—Você está se afogando, Jiwoo. Apenas me deixe ajudá-la. Estreito meus olhos, minha boca se afinando em uma linha reta.

—Estou bem! — argumento acaloradamente, ficando na defensiva, porque ela está certq.

Eu estou me afogando. E a parte mais assustadora é que não sinto necessidade de respirar.

—Você não está bem. E sabe de uma coisa? Nem eu. Não estou nada bem.

Sua mão treme quando ela escova uma mecha de cabelo para atrás da minha orelha.

A mulher que carrega tanta força, um pilar de pedra, apesar das tentativas implacáveis para derrubá-la. Mas a questão é que pedra ainda desmorona. Ainda quebra, lasca e racha. Mesmo ainda de pé, sempre haverá pedaços faltando.

Aqui está ela, diante de mim, desmoronando enquanto discutimos.

—Eu sonho com todas as maneiras que vou fazê-los sofrer — sussurra ela. — Eu sonho com o sangue deles nas minhas mãos, entre meus dentes. Vou matar cada um deles por você, ratinha, e vou me alegrar pra caralho com isso.

2°  Livro| Caçando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora