PARTE I: CAPÍTULO 1 O DIAMANTE

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Olfato. O primeiro dos meus sentidos a reaparecer. Eu gostaria que fosse qualquer outro, porque sou de imediato dominada pelo odor corporal, colônia forte e o que só pode ser descrito como o fedor do mal encarnado.

E, então, meu sexto sentido se desperta, sussurrando notas de advertência e urgência.

Estou em perigo.

Essas notas se transformam em uma música cheia de gritos e barulhos altos, enchendo meu corpo com um pânico angustiante. A adrenalina chega a seu pico, e mal tenho consciência o suficiente para permanecer o mais quieta possível.

Lentamente, abrindo meus olhos grudados por uma crosta de sangue, sou saudada pela escuridão completa. Leva um segundo para processar que há uma venda amarrada em volta da minha cabeça.

Então, o feliz entorpecimento em que acordei some, e perco o fôlego quando uma dor desmedida toma conta, engolindo meu corpo em absoluta agonia.

Deus, é assim que é estar viva? Isso não pode ser o pós-morte. Estaria em paz se fosse. Posso ter me apaixonado por uma stalker, mas não vou me conformar se não tiver conquistado um lugar no céu.

Eu mereci essa merda.

Colocando meu cérebro para funcionar, tento pensar além da dor e lembrar o que diabos aconteceu comigo. Lembro-me vagamente de mensagens de texto de Jungeun me pedindo para ir até sua casa. O desespero que senti por ela não atender minhas ligações. Entrar no carro, faróis, pânico, uma batida por trás e, depois, nada. 

E agora estou aqui... onde quer que seja. Mas não em algum lugar seguro.

Meu Deus, era mesmo Jungeun me mandando mensagens? Aconteceu alguma coisa com ela também?

A possibilidade envia outra onda de pânico através de mim. Cenários passam pela minha mente até que eu me torne um emaranhado de ansiedade e agonia. Ela pode estar ferida ou em apuros.

Porra, eu estou ferida e em apuros, e não tenho ideia de como diabos vou sair dessa.

Minha respiração acelera ainda mais, e meu coração bate tão forte que fisicamente dói em meu peito. É preciso a pouca força que me resta para ficar em silêncio.

Onde diabos estou?

Onde está Sooyoung?

Vozes baixas e monótonas são as próximas coisas que noto, abafadas pelo zumbido nos meus ouvidos, mas cada vez mais altas. Eu me concentro, tentando ouvir sobre a batida do meu coração e sobre a dor enchendo meu corpo como se fosse um balão de água.

De alguma forma, a agonia tem uma voz também, e é alta pra caralho.

— Yves procurará por ela — um homem diz em tom baixo. — Mas ficaremos sossegados assim que chegarmos ao Garrison's e largarmos a van. Vamos levá-la até lá rapidamente.

2°  Livro| Caçando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora