CAPÍTULO 3 A CAÇADORA

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Claire grita da frente para o motorista continuar dirigindo, mas o motor desliga.

Chuto o cadáver de Patrick de cima de mim e fico de pé, suor cobrindo minha pele. Estou a dois segundos de desmaiar. Meu corpo está começando a se desligar do trauma físico, mas ainda não posso permiti- lo.

Jinsoul rapidamente desafivela o cinto e se levanta.

—Vamos, eles estão esperando por nós — insiste ela, notando o estado de estresse em que estou.

—Eu preciso cuidar da Claire — digo, mas essa intenção morre no segundo em que abrimos as portas da van. Outros carros já pararam na beira da estrada, pessoas saindo de seus veículos para nos verificar.

Porra.

Não posso matar uma mulher na frente de civis, por mais tentada que esteja.

Assim que Jinsoul e eu rastejamos para fora, Claire surge do lado do passageiro, um olhar selvagem em seu rosto.

—Não se atreva — ela sibila por entre os dentes. O batom vermelho os manchou, dando a ela uma aparência selvagem.

—Ou o quê?

Quando não responde, dou uma piscadela apenas para fazê-la ficar com raiva, e sigo para a enorme van militar esperando por mim.

—Ei, você está bem? — pergunta um transeunte.

—Sim, tudo bem. Obrigada por parar — digo por cima do ombro. Os faróis brilhantes de seu carro destacam o olhar incrédulo em seu rosto enquanto me observa subir pelas portas abertas.

O rosto de Michael me cumprimenta, e quase suspiro de alívio. Se ele está vivo, isso significa que a garotinha que salvamos do ritual também está.

Ele se inclina para frente e me ajuda a entrar, presumivelmente percebendo a agonia estampada em meu rosto. Posso sentir minhas cicatrizes repuxando, incapaz de esconder a angústia no momento. Minha cara de pôquer rachou.

Estou pronta para deixar Jesus assumir o comando. No segundo em que desmorono no banco, Michael bate uma vez na porta e decolamos.

— Precisamos levá-la para um hospital — diz Jinsoul, olhando para mim com preocupação. — Uma bomba detonou e Sooyoung estava ao alcance da explosão.

— Por que diabos eles detonaram uma bomba? — pergunta Miguel.

— Meu palpite é que foi uma bomba de autodestruição, implantada especificamente para destruir todas as evidências e qualquer pessoa lá dentro. Geralmente, são usadas em locais com informações ultrassecretas para o caso de ter um infiltrado ou serem comprometidos.

Eu grunho.

— Teremos que verificar quem foi atingido pela explosão e nos certificar de que nenhum dos nossos foi morto.

Jinsoul acena com a cabeça, e volto minha atenção para Michael.

— Você tirou a garotinha com segurança?

— Sim — confirma ele. — Está com Ruby, e a caminho para receber tratamento.

Concordo com a cabeça, um pouco da pressão deixando meus ombros, porém não o suficiente. É como se o Empire State Building estivesse apoiado neles, e apenas uma quantia insignificante do peso fosse aliviada.

Ainda estão com Jiwoo, e a raiva se agita sob a superfície constantemente. Vou queimar a porra do mundo inteiro até encontrá-la, e não me importo com quem se ferir. 

***

— Sabemos alguma coisa sobre quem estava envolvido no sequestro dela? — pergunto, a voz tensa de fúria, clicando no vídeo no meu laptop. Acabei de assistir às imagens de vigilância do acidente de carro de Jiwoo, capturadas por várias câmeras de iluminação pública. Observá-la sendo arrastada do carro, nocauteada e, em seguida, levada para a van me faz tremer de raiva.

2°  Livro| Caçando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora