CAPÍTULO 43 O DIAMANTE

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Yeojin dança na sala de estar, seus pés cobertos de bolinhas girando pelo azulejo xadrez, regozijando-se com nosso tão esperado sucesso, enquanto Sooyoung está na televisão, interrompendo outra transmissão.

Ela expôs o governo paralelo e seu controle sobre o tráfico de pessoas, roubando crianças e mulheres e vendendo-as para pessoas doentes. Nos dez minutos em que está falando, ela deu ao mundo a esperança de que o comércio sexual começaria lentamente a morrer.

—Claire Seinburg não é a primeira a contribuir para a doença que infecta nosso mundo, nem é a última. Um por um, desinfetarei as pragas da sociedade e só assim encontraremos a paz. Eu sou a Nine e estou observando.

Ela corta a transmissão, mais uma vez substituído por um repórter de olhos arregalados, uma risada nervosa tilintando de sua garganta.

—Quem vai assumir o lugar de Claire? — Jungeun pergunta ao meu lado, enfiando um punhado de pipoca na boca.

Eu arqueio uma sobrancelha.

—Você acha que ainda deve haver um governo paralelo? — pergunto, curiosa, pegando meu próprio punhado e enfiando na boca.

Jungeun dá de ombros, engolindo antes de responder.

—Claro. Eu acho que o governo definitivamente deveria ser controlado por alguém, mas não por uma pessoa que só está interessada em consertar as coisas neste mundo para seu próprio ganho. Precisamos de alguém que se preocupe com o meio ambiente e com o avanço da ciência e da medicina sem experimentação desumana e literalmente nos usando como escravos. Acho que já tivemos o suficiente dessa merda em nossa história. Este planeta precisa ser muito limpo, e as pessoas responsáveis, não? Eles não vão ser os únicos a fazê-lo. 

Eu franzo meus lábios.

—Eu acho que você está certa. Só não sei quem faria isso.

—Você não acha que Sooyoung faria?

Balançando a cabeça, mastigo alguns grãos meio estourados. Eles são a minha parte favorita de comer pipoca.

—É difícil dizer com certeza, mas acho que Sooyoung gosta muito do que faz agora. Independentemente de quem está no poder, levará muito tempo para que o tráfico de pessoas realmente acabe. Não consigo vê-la contente sentada atrás de uma mesa tomando decisões em vez de estar em campo e derrubá-los fisicamente.

Jungeun acena com a cabeça, seus olhos castanhos sábios voltando para a tela, os repórteres ainda tentando recuperar o equilíbrio após a interrupção de Sooyoung. A mídia é controlada pelo governo, o que significa que tudo que eles divulgam ao público é sancionado pelas mesmas pessoas que Sooyoung está ameaçando destruir. Não é à toa que eles se sentem desconfortáveis quando são literalmente as bocas que nos alimentam com as besteiras de lavagem cerebral do governo.

—Eu vou fazer isso — Yeojin gorjeia, completando seu anúncio com um giro de bailarina.

Jungeun e eu nos entreolhamos.

—Você gostaria de governar o governo? Você é mentalmente instável, Yeojin — digo sem rodeios.

Ela para de girar e estreita os olhos para mim. Eu lutei demais com ela para ter medo dela legitimamente.

—Eu me importo com o mundo e limpá-lo de demônios. Você pode imaginar? — Um sorriso largo e sonhador se espalha em seu rosto. — Viver em um mundo de flores? Um grande jardim, como o planeta deveria ser.

—Viu? Instável.

Ela rosna para mim e bate o pé.

—Eu poderia fazer isso, Jiwoo. Eu sei que tenho um temperamento, e que eu precisaria de ajuda. Mas eu poderia consertar este mundo — ela me diz com veemência.

2°  Livro| Caçando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora