CAPÍTULO 26 O DIAMANTE

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Você sangra tão bonito, diamante. Como se seu corpo fosse feito para ser cortado pela minha faca.

Levo minha mão trêmula para baixo, ainda segurando a faca até os nós dos meus dedos ficarem brancos. Talvez eu não precise fazer esta salada. Porra, eu sei que dói muito, não é, diamante? Olhe para todo esse sangue. Minha cor favorita sempre foi vermelho e, meu Deus, você está linda coberta dele.

Uma mão roça meu ombro, e todas essas memórias ganham vida. Xavier está atrás de mim, pronto para extrair meu sangue novamente. E eu não posso deixar acontecer. Eu não vou sobreviver.

—Não! — grito, me virando e enviando a faca voando direto para seu rosto. Ele gosta de ver seu próprio sangue? Vou mostrar a ele o quão glorioso também fica nele.

Uma mão se fecha ao redor do meu pulso, interrompendo meu progresso, mas foda-se ele. Ele não vai me parar, não desta vez.

—Ratinha — ele sussurra, e isso confunde meu cérebro. O suficiente para o rosto de Xavier desaparecer, apenas para o de Sooyoung surgir.

Coração acelerado e visão turva com lágrimas, minha mão se abre, a faca batendo ruidosamente contra o azulejo.

Porra, quase esfaqueei Sooyoung no rosto. Meus olhos se arregalaram com o choque; a única coisa que sou capaz de fazer é encarar, sem saber se Sooyoung também seria uma aparição. Ela me estuda de perto, o rosto cuidadosamente neutro ao abaixar minha mão.

—Cuidado, ratinha, esse é meu atributo mais forte. Piscando, por fim solto:

—Nunca conte à minha mãe sobre isso. 

As sobrancelhas de Sooyoung se apertam, e sua boca abre, depois fecha, antes de se decidir por:

—O quê?

Eu puxo o meu pulso de seu aperto, meu sangue fervendo com a adrenalina persistente e, agora, vergonha.

—O que aconteceu foi totalmente dramático e, se ela descobrir que sou como ela, eu vou morrer.

Ela pisca, diversão filtrando em suas írises de cores yin-yang.

—Você vai morrer, hein?

Eu aceno uma vez, bruscamente.

—Em absoluto sofrimento. Sua boca se curva para cima.

—Eu não sonharia fazer isso, então.

Fungando, aceno mais uma vez e ajeito minha camisa, apenas para dar às minhas mãos algo para fazer além de esfaquear pessoas, e então me viro, abro uma gaveta e puxo outra faca.

—Bom.

Ela fica em silêncio por um instante.

—Você quer falar sobre a tentativa de assassinato que acabou de ocorrer?

—Na verdade, não — eu respondo, cortando outro pedaço de cenoura.

—Mas eu, sim.

Eu suspiro, colocando a faca para baixo e girando para encará-la.

—Sooyoung, acho que prefiro falar sobre minha mãe tentando me convencer de que os cintos de castidade eram a última moda quando eu tinha quatorze anos do que falar sobre tentar esfaquear você.

Outra pausa.

—Ok, então há muito o que desempacotar por aqui, e não sei por onde começar.

—Exatamente, você consegue acreditar nela? Eu disse a ela que poderia transformar o cinto de castidade em uma cerca elétrica também, então eu não teria que sofrer com isso.

2°  Livro| Caçando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora