Resistindo à aceitação

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Estou esperando Im Nayeon. Espero que tenha um ótimo motivo para ter saído sem me avisar!

— Eu fui para casa da Dahy, mãe... Ela estava passando mal... Me desculpe por não contar... Fui irresponsável, perdão...

— Ainda bem que você sabe! Quero todas as suas revistas no meu quarto. Você vai ficar um tempo sem elas.

— Mas mãe...

— Sem "mas"! Agora!

A mais nova resmungou nervosa e logo subiu para o quarto, pegando suas amadas revistas de famosos, exceto a banda que sua mãe tanto odiava. Se, segundo ela, tatuagens não fossem demoníacas, com certeza teria escrito na testa "Eu odeio Reign of Queens". Nayeon riu baixinho do pensamento, mas logo pegou as revistas, com algumas folhas rasgadas onde o quarteto demoníaco aparecia, e as deixou na cama da mãe no andar de baixo, subindo novamente para seu quarto.

— Que chatice... Mas minha noite foi incrível... Eu não me importo...

Trancou a porta, se jogou na cama, foi até o telefone em sua cômoda, tirou-o do gancho e discou o número da Mina. Enquanto esperava a japonesa atender, enrolava o fio em seu dedo, parando quando escutou a voz da moça.

— Nay? Tá tudo bem?

— Tá tudo maravilhoso... Ela nem desconfiou... E você não acredita... Raposa e Coruja me notaram na plateia... Coruja me mandou um beijo e Raposa piscou... Eu surtei...

Falava baixinho e usando os codinomes dados para as integrantes, mesmo que sua mãe não estivesse no mesmo andar, não poderia arriscar que ela ouvisse.

— Eu posso imaginar... Bem... Como a Tigre estava?... Não que eu queira saber...

— Uhum, sei... Mas ela estava linda também. Com um top branco, uma jaqueta preta e uma saia preta também. Espera eu vou colocar a Dahy na ligação.

— Certinho

Nayeon discou o número da mais nova, sorrindo quando um bip foi escutado, indicando que ela tinha atendido. Mina foi a primeira a falar.

— Oi, Dah-

— Eu tô surtando! Que show mais incrível! Elas estavam tão bonitas!

"Para de gritar, sua branquela!"

— Foi mal, Guinho!

"Não me chama assim!"

A voz de Dahyun saiu de forma animada no telefone, junto com ela seu irmão Yoongi. Os dois agora brigavam como bons irmãos, mas não durou muito e Dahyun voltou a falar com suas amigas.

— Voltando, que show incrível! Na próxima nós três vamos!

— Dahyun, para de gritar, você sabe que a Mina não gosta de barulhos altos.

— Ah, é mesmo. Desculpa, Minari.

— Tá tudo bem... Você só estava animada. Pode continuar a contar.

[...]

— Eu estou mostrando a verdade! Vocês querem que a gente finja que gosta dela, quando todo mundo sabe que é mentira! Ela não gosta da gente, e nós não gostamos dela. Por que tentam tanto nos juntar?!

— Não sou eu que escolho isso! É a chefe da empresa! Vocês vão acabar saindo se continuarem assim.

— Até parece. Somos nós que damos dinheiro a ela. No dia que ela nos demitir, ela vai junto. Faça-me o favor!

— Eu já estou cansada de falar com você e nada melhorar. Eu sou sua amiga e não quero que nada de ruim aconteça com você. Mas se você não quer, eu não posso te ajudar.

Jeongyeon estava certa: a empresa não funcionava sem elas, e isso enfurecia a cubana. Elas nunca iriam ser punidas pelas coisas que faziam? Ela sempre escutava reclamações pelo mínimo que fizesse, mas elas poderiam tocar fogo no palco que a chefe não se importaria.
Hwasa bateu a porta com força, saindo do cômodo espumando de raiva.

— Já perceberam que só ela se irrita com essas coisas? A Chefinha nunca falou nada sobre.

Momo foi a primeira a falar depois de alguns segundos de silêncio.

— Realmente, a Moon nunca falou nada.

Jihyo concordou enquanto comia alguns scones com geleia de morango, dando alguns para Chaeyoung.

— Ela é louca, isso sim. Nunca soube que éramos amigas.

Jeongyeon tirou a camisa, ficando apenas com o sutiã, e se jogou no sofá, apenas escutando o som da televisão.

— Falando em louca. Hoje a Jih viu a filha da loira da farmácia na plateia com aquela loirinha de ontem.

— O que?! Sério? Se a mãe dela descobrir, vamos perder duas fãs.

Momo comentou rindo, roubando o 6° doce de Jihyo, levando um tapa em seguida, mas não ligando muito e mandando um beijo para a vocalista.

— Sua ladra feia e sem caráter.

— Ladra, sim, sem caráter, com certeza. Agora feia, Park Jihyo?!

Encheu a mão com os doces, dando língua para a brasileira.

— Isso é para você aprender!

Jihyo pegou uma das almofadas e jogou nela, dando risada em seguida.

— Unnies, a gente pode ir pra casa, eu tô com sono...

— Acho que já é a hora mesmo. Vão na frente que eu vou falar com a Jeong.

As duas se levantaram e foram em direção ao carro, sem falarem mais nada.

— Eu já sei que eu fiz merda, ok? Eu sei.

— Você está tomando o seu medicamento, amor?

— Não. Eu não sou doente para precisar tomar aquilo. Eu tô bem.

Ela se levantou do sofá e foi beber água, tentando ignorar tudo o que seu terapeuta tinha lhe falado.

— O quê? Pelo menos está indo às sessões?

— Jihyo, eu não sou louca, nem doente! Eu não preciso disso!

Chutou um banco perto de si com força, o jogando na parede, rachando a madeira. Em seguida, se encostou na mesa de mármore, deixando sua cabeça baixa e segurando seus cabelos com força. Jihyo suspirou e se aproximou com calma, passando a mão com delicadeza nas costas da loira.

— Me desculpa...

— Está tudo bem... Vai ficar tudo bem, eu estou com você...

Genius | 3mix - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora