Luzes e sombras

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Nayeon, Mina e Dahyun cantavam animadamente no karaokê.
Era uma noite das garotas, fazia tempo que não tinham um momento só para elas.
Pararam de cantar gradualmente assim que notaram outra moça entrando no local. Ela estava sozinha, o que era estranho e incomum no espaço em que estavam.
Olhava para os lados, observando todos os detalhes do karaokê, forçando um pouco a vista devido à iluminação baixa. Parou de andar assim que viu o trio encarando-a.

— Olá... Vocês também escutam elas? Oh, elas são incríveis!... Prazer, Sana...

Ela tinha uma voz fofa e animada, que poderia até mesmo ser comparada a um hamster. Junto com uma voz angelical, carregava traços orientais fortes, além de bochechas cheias e fofas que fechavam seus olhos quando sorria.

— Somos Nayeon, Mina e Dahyun, o prazer é nosso!

— O que você está fazendo sozinha aqui? É tão solitária assim?

— Dahyun!

Dahyun mal pôde terminar de falar e sentiu um tapa de Nayeon em suas costas, o que a fez gemer de dor e recuar um pouco.

— Bem, é mais ou menos isso mesmo. Eu me mudei recentemente e achei que o karaokê seria um bom lugar para fazer algumas amigas.

— Você disse que gosta de Reign of Queens, certo? Podemos cantar algumas músicas delas, se quiser!

— Pode ser! Eu não sou uma fã há muito tempo, tá? Comecei a escutar recentemente.

— Não tem problema nenhum, quanto mais fãs melhor!

Mina permanecia em seu lugar, não tinha gostado muito da nova garota. Era como se houvesse algo estranho nela, a garota não sabia explicar, mas sabia que tinha algo errado.

— A Mi é mais quieta mesmo, não estranhe se ela não falar quase nada a noite toda.

Nayeon explicou ao ver as duas se encarando de uma forma um tanto peculiar.

Iniciaram a noite de canto novamente, dessa vez com músicas mais recentes para Sana conseguir participar da cantoria.
Mina cantou algumas músicas, mas acabou se sentando em um dos bancos acolchoados, apenas assistindo as garotas.

Continuava com a mesma sensação sobre Sana, porém resolveu não falar nada, pois poderia ser apenas algo da sua imaginação.

No final da noite, as meninas se separaram e cada uma foi para sua casa, apenas Mina e Nayeon ficaram juntas, já que dormiriam na casa da mais nova.

— Nayeon-chan... Eu queria te falar uma coisa...

— Pode falar, Mi.

— Bem... Eu não gostei tanto assim da Sana... Ela é meio estranha... Não sei...

— Ah, Mi, deve ser porque ela é nova no nosso grupo, ela conheceu a gente hoje, deve estar um pouco tímida, só isso.

— É, você tem razão. Acho que eu só estou me importando muito...

— Deve ser, relaxa um pouco.

[...]

— Amor, você precisa se acalmar... Nada vai se resolver assim...

— Calma?! Esse filho da puta bateu na Chae de novo! Eu vou lá! Ele vai aprender como se bate em alguém!

Se levantou da cama, não ligando para a roupa simples que usava, e foi em direção à sala. Jihyo correu até o closet, vestindo o primeiro moletom que viu na parte de Jeongyeon, pois estava usando apenas short e sutiã, acompanhando a loira.

— Amor, para e me escuta. Isso só vai arrumar problema para a Chae, vamos resolver de outro jeito!

— O que está acontecendo?...

Momo, que dormia no sofá, acordou com o barulho na sala.

— Momo, pega seu carro e vá para a casa da Chae com todas as malas que você encontrar. Ela vai morar aqui agora, eu não estou nem aí para o que ele achar!

Foi a última coisa que falou antes de sair da casa com Jihyo, indo até seu carro e entrando, quase espumando de raiva.

— Vida, respira, por favor... Você vai ter uma crise assim...

Jihyo segurava a mão de Jeongyeon, acalmando-a aos poucos, mesmo sabendo que a calmaria iria passar assim que chegassem e a loira visse o homem.

— Ele não pode fazer isso com ela! Por que ele faz isso?!

— Ele é uma pessoa ruim e que bebe muito. Vamos apenas pegar a Chaeng, certo?

— Eu não prometo nada...

Estacionou na frente da casa, respirou fundo, prendeu o cabelo e saiu do carro junto com a brasileira. Mas antes de entrar, segurou sua mão com delicadeza.

— Quando eu encontrá-lo, suba para pegar a Chae, traga-a para o carro e leve-a para casa. Não quero que ela veja o que eu vou fazer com aquele desgraçado.

— Certo, tome cuidado. Não quero que se machuque, ok?

— Pode deixar, eu te amo, docinho...

— Eu também te amo, vida... Amo muito mesmo...

Entraram na casa; a porta estava destrancada, então não foi um grande desafio. Viram o homem sentado no sofá, com algumas garrafas ao seu redor e com uma aparência destruída, mas que se transformou em fúria ao ver os rostos conhecidos.

— Vai pegar ela, amor.

— Vocês não podem entrar na minha casa! Suas vadias horrorosas!

Jihyo subiu rapidamente, encontrando Chaeyoung completamente machucada na cama.

— Unnie veio te ajudar, meu amor. Vem, vamos para casa...

Ajudou a mais nova a se levantar e descer as escadas, encontrando Jeongyeon discutindo com o homem, que lutava para ficar em pé.

— U-unnie...

Jeongyeon rapidamente olhou para trás ao escutar a voz frágil da coreana, caminhou até ela e lhe deu um beijo na testa com calma.

— Eu vou resolver isso, ok? Você vai ficar bem. Jih, cuida dela, por favor.

— Pode deixar, ela vai ficar bem... Se cuida, ok?... Qualquer coisa me liga...

Ela sabia que Jeongyeon era boa de briga, mas ainda se sentia apreensiva em deixá-la sozinha, porém ela nunca iria concordar em ir embora sem antes dar umas boas surras no homem.

Após o carro partir, Jeongyeon voltou o olhar para o homem. Não deixou ele falar mais nada e avançou em cima dele. Estava furiosa, como nunca tinha ficado em toda sua vida, surrava o homem sem parar, sentia seu sangue ferver. Sentia que iria matá-lo ali mesmo, e não se arrependeria se isso acontecesse.

— Jeongyeon, chega! Ele não está se mexendo mais!

A voz de Momo se espalhou pelo cômodo, fazendo Jeongyeon parar imediatamente.

Há quanto tempo estava batendo nele? Olhou para o homem, ele estava completamente ensanguentado, assim como suas mãos. Sua atenção foi retirada da cena assim que escutou as sirenes da polícia.

Desculpa, Jihyo...

Genius | 3mix - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora