Encontros indesejados

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Jeongyeon dirigia com calma, com Jihyo ao seu lado, escutando algumas músicas no rádio, às vezes tendo que ouvir as próprias músicas, o que sempre gerava brincadeiras e risadas sobre "não conhecerem" a música que tocava.

Estavam indo até a residência da tia de Jihyo, que ao saber que a sobrinha estava no Brasil, rapidamente organizou um churrasco em sua casa e chamou o casal.

— Juju! Que saudade, querida! Olá, Jeong! Não reparem na bagunça. Venham, podem entrar, os cachorros não mordem.

Entraram na casa simples de Helena. Havia alguns parentes espalhados pelo quintal da mulher, alguns bebendo, alguns dançando, alguns fazendo uns dois juntos.

Os cachorros se animaram ao ver a presença do casal, indo até elas para cheirarem as novas presenças, atraindo a atenção de todos no quintal, inclusive de alguém que Jihyo não queria.

Anthony Silva, tio por parte de pai de Jihyo, responsável por todos os traumas que a garota teria sobre relações sexuais.

Toques indevidos seguidos de uma tentativa de abuso que, graças a Oliver, não aconteceu.
A família apenas resolveu ignorar isso e esconder dos pais da garota, então nunca foi levado à justiça e nunca mais foi comentado, mesmo que a família de Jeongyeon tivesse tentado convencer Jihyo a denunciá-lo. A garota, na época de 12 anos, preferiu não fazer nada para que nada acontecesse com seu tio.

Até os dias de hoje, os pais de Jihyo nunca ficaram sabendo do que aconteceu e a família de Jeongyeon concordou em respeitar o espaço de Jihyo, nunca mais tocando no assunto.

O homem de meia-idade se levantou com um sorriso no rosto, indo em direção ao casal, tentando abraçar Jihyo assim que chegou perto o suficiente, porém foi impedido por Jeongyeon, que escondeu Jihyo atrás de si.

— Por que está me impedindo de abraçar minha sobrinha?

— Você sabe muito bem o porquê, seu nojento... Não chegue perto dela se ama sua vida... Desgraçado...

Helena, ao ver a possível briga que estava se tornando, rapidamente puxou Anthonny para longe do casal, deixando-o na mesa em que estava antes.

— Desculpem por ele... Mas esqueçam isso, ok? Estamos aqui para nos divertir!

Jeongyeon sentia Jihyo segurando sua mão com força, enquanto permanecia escondida em suas costas.

— Vão se sentar, já já eu levo carne lá na mesa. Foi bom te ver novamente, Ju.

Beijou a testa da sobrinha e foi em direção à churrasqueira para terminar de assar os alimentos.

O casal caminhou em silêncio até uma das mesas de plástico, mais afastada do restante da família.

— Amor, calma... Ele não vai chegar perto de você, ok?... Eu estou aqui com você...

— E-eu estou bem... Por favor, não deixe ele tocar em mim de novo, por favor...

As mãos de Jihyo tremiam, seu coração batia desesperadamente, suas lágrimas queriam descer desde que viu o homem encarando-a. Abraçou Jeongyeon com força, chorando com o rosto escondido no pescoço de Jeongyeon.

— Eu não vou deixar ele sequer tocar em você... Você quer ir embora? Nós podemos ir...

— N-não, eu quero ficar... Só não deixa ele fazer aquilo comigo de novo...

— Eu não vou deixar, pode confiar em mim... Já já sua tia vai trazer a comida, ela vai perguntar por que você está chorando, limpa o rostinho, meu amor... Está tudo bem, eu estou aqui com você...

Depois de alguns minutos, Jihyo conseguiu se acalmar aos poucos, mas permaneceu segurando a mão de Jeongyeon com força. As duas já haviam começado a beber, só que no tempo em que Jeongyeon estava terminando a primeira lata, Jihyo já estava começando a terceira.

— Amor, com calma... Sei que você está triste, mas descontar isso na cerveja não dá certo.

— Eu só estou com saudade da cerveja daqui. Eu estou bem. Não vou beber muito.

[...]

— Sim, nós já vamos, a Jih bebeu um pouco demais...

Jeongyeon conversava com Helena, assistindo Jihyo deitada no sofá da casa, com o rosto avermelhado pela embriaguez.
Porém, no meio da conversa, a loira notou algo estranho: Anthonny apontando uma câmera para as coxas à mostra da brasileira.

Deixou Helena falando sozinha e foi até o homem, arrancou a câmera da mão dele e a jogou no chão com força. Antes que ele pudesse falar alguma coisa, recebeu um soco no nariz.

— Jeongyeon!

— Seu pedófilo nojento! Fique longe da Jihyo! Eu não vou falar de novo!

Foi até Jihyo, pegou a mulher no colo com cuidado e caminhou até a saída da casa, sendo seguida por Helena.

— Você perdeu a noção? Ele é um senhor, Jeongyeon! Ai, meu Deus!

— Eu não me importo, enquanto vocês mantiverem um abusador nojento dentro dessa casa, a Jihyo não pisa mais aqui!

— Eu vou falar com Arthur sobre o que você fez!

— Pode falar até para o satanás! Eu não me importo!

Colocou a mulher adormecida com cuidado dentro do carro, ignorando os gritos de Helena, e dirigiu para a chácara em velocidade. Apenas queria cuidar da garota ao seu lado e dormir junto a ela.

(Durante todo o capítulo elas estão falando em português)

Genius | 3mix - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora